Sobre a banalização dos crimes contra a vida

Porque já passa da hora de se reprimir mais duramente os assassinos neste “país tropical”




E daí a pessoa está no seu estabelecimento comercial trabalhando, em Trindade ou em qualquer outro lugar do Brasil, chega o bandido querendo todo o dinheiro do caixa. Se o trabalhador esboça qualquer reação ou se assusta pura e simplesmente, o marginal desfere impiedosamente golpes de faca ou dispara tiros, e lá se vai uma vida. Quando a vítima fica apenas ferida, passando um tempo de molho, se recuperando, pode se considerar no lucro. Um absurdo!

Dados divulgados recentemente, mostram que no Brasil foram assassinados ao redor de 58 mil pessoas, em 2015. E ainda nos achamos legais, “uma gente bronzeada” numa eterna espera para a oportunidade de “mostrar o seu valor”. Todavia, povo violento demais da conta, para quem matar gente é a mesma coisa que pisar numa barata, é o que temos por aqui. Enquanto isso, vamos ouvindo discursos vazios, conversas moles para boi dormir, pois solução mesmo ninguém apresenta.

Faltam vagas no sistema prisional tupiniquim, que é uma piada de mau gosto (presos construíram quartos dentro de um presídio em Goiás!), e nenhum governante se movimenta para melhorar o que existe e, simultaneamente, inicia a construção de novas unidades. Há uma gente fofa, cuja opinião prevalece sobre as demais, condenando as prisões. Dizem que isso não recupera ninguém. Esse pessoal, no entanto, não aponta medida prática alguma para resolver o morticínio nesta “terra em que se plantando tudo dá”. Estão sempre repetindo que é preciso dar mais educação, lazer, cultura e trabalho ao povo. E está feita a relação de causa efeito: pobreza leva à criminalidade. Se isso não acontecer, as tais políticas públicas inexistirem ou forem ineficientes, a bandidagem pode seguir matando. Pode, Arnaldo? Se se tratar daquela galera “dimenor”, então há legislação própria funcionando como salvo conduto para o cometimento de crimes. É isso ou exagero?

Sem sombra de dúvidas, a violência está horrível em todo lugar deste Brasil de meu Deus. Já passa da hora da Segurança Pública tornar-se pauta principal dos governos da União, Estados e Municípios. Isso de cada um construir muros mais altos em suas casas ou se mudar para condomínios privados imaginado que agindo assim se estará seguro, é bobagem, perda de tempo. As instituições é que precisam funcionar de verdade. A lei tem que ser aplicada e a pena cumprida pelo criminoso. Chega de dourar a pílula diante do sujeito que decide matar o semelhante.

Começamos essa conversa mencionando um caso, infelizmente, corriqueiro de assalto a pequenas casas de comércio, mas há exemplos de violências assim e até mesmo gratuitas, envolvendo roubos em casas de famílias, bate-boca no trânsito que terminam em homicídios, brigas de casais, discussões entre vizinhos, pancadaria envolvendo torcedores de futebol nos estádios e fora deles também. A fila é enorme, parece, infindável. A sociedade precisa se posicionar contra esse comportamento criminoso. Não se pode conviver com situações assim e ficar tecendo análises antropológicas, sociológicas e coisa e tal cujo efeito prático não é outro senão “empurrar o problema com a barriga”, naquela base do “vamos deixar como é que está para ver como é que fica”. Sabemos todos que tem ficado sempre cada vez pior.

Claro que todo crime precisa ser reprimido e o autor não pode ficar aí impune, mas o assassinato, atentado contra a vida, é algo intolerável. Eis uma coisa, a VIDA, que não tem como recuperar, não é verdade? Não somos iguais aos gatos que têm 7 vidas. Temos uma vida só e não podemos tolerar a banalização de assassinatos como vemos atualmente. Basta desses caras ficarem brincando de Deus e decidindo quem vive e quem morre, quando lhes dá na telha. Neste e em diversos outros aspectos da vida em sociedade, vale sempre ter em mente aquelas célebres frases atribuídas ao líder Martin Luther King (15/01/1929 – 04/04/1968): “O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons”. É isso! Mais não digo nem me foi perguntado.


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