Fiscais da Prefeitura de Trindade apreendem mercadorias de ambulantes
Ação
foi filmada por um ambulante que teve a mercadoria apreendida e o
caso repercutiu na cidade. A Seplanh divulgou nota sobre o episódio
em seguida.
Mercadoria (frutas) que foi apreendida pelos fiscais da Prefeitura. Reprodução de vídeo no Whats App |
No
início da tarde desta quinta-feira (27), na região central de
Trindade, agentes
de fiscalização
da
Secretaria de
Planejamento Urbano e Habitação
da Prefeitura Municipal (Seplanh),
abordaram, de forma considerada até
abrupta,
vendedores ambulantes e apreenderam as frutas expostas nos seus
carrinhos.
Um
dos ambulantes filmou a ação dos fiscais da Prefeitura e o vídeo
circulou pelas
redes sociais, principalmente pelo Whats App, nos grupos daquele
aplicativo de mensagens onde várias pessoas manifestaram indignação
com a ação dos fiscais que estavam acompanhados por policiais
militares.
Nunca
é fácil assimilar bem ações desse tipo se a pessoa não tem o
costume de assistir cenas assim. Quem já viu o famoso “rapa” (não se trata daquela banda carioca, gente) acontecendo em grandes cidades, feito Goiânia, por exemplo, quando
os ambulantes têm as mercadorias apreendidas e saem correndo pelas
ruas, fica sempre a sensação de que os agentes atuam de forma
truculenta demais com pessoas que estão trabalhando para conseguir o
sustento próprio e, não raras vezes, das respectivas famílias.
Só
que no meio disso tudo existe a questão da regularidade da atividade
comercial. Afinal de contas, há muita gente que trabalha também
enfrentando inúmeras dificuldades para manter um negócio formal,
pagando uma série de tributos, empregando pessoas e que acabam sendo
atingidos pela concorrência de trabalhadores que atuam na total
informalidade. Esse é um problema complicado de se equacionar, que
requer muita sensibilidade e disposição das autoridades, para
encontrar uma forma de fazer com que a lei seja cumprida, sem ao
mesmo tempo, impedir totalmente que as pessoas busquem, pelo
trabalho, os recursos para cuidar de si e das famílias.
Não
custa nada lembrar que a crise econômica vivida nos últimos dois
anos no Brasil, Goiás no meio, Trindade inclusive, jogou na rua mais
de 15 milhões de trabalhadores brasileiros. Não tenho o número de
desempregados na “Capital da Fé”, mas é possível verificar que
está difícil encontrar trabalho aqui e em quase todo lugar. Muitas
vezes, a opção que resta é batalhar, como se diz por aí, na
informalidade mesmo, o que não é a situação ideal. Logo, eis a
necessidade das autoridades se tornarem mais sensíveis a esta
questão econômica e social complicada por demais que estamos
vivendo.
Muito
bem, no
fim desta
tarde, a assessoria
de imprensa da Seplanh
divulgou nota sobre o episódio, esclarecendo os motivos da ação de
seus agentes. No
comunicado oficial encontramos a informação de que foram
"recebidas diversas denúncias em relação aos vendedores
ambulantes de frutas". E ainda nos dá conta de que agentes
orientaram os ambulantes para se regularizarem junto àquele órgão
da administração municipal.
Sempre
conforme os esclarecimentos da Seplahn, os ambulantes inclusive
desacataram fiscais mulheres e não se dirigiram à Secretaria a fim
de regularizar a atividade, lembrando que na cidade existem
comerciantes de frutas e que atuam formalmente. A
nota terminando afirmando que "as
mercadorias apreendidas estão em local apropriado aguardando
manifestação dos respectivos proprietários".
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