No Dia do Trabalho a impressão é a de que falta motivo para se comemorar
A
hora do governo dialogar com os trabalhadores, uma conversa séria,
de gente grande
Imagem: Arquivo do Google |
E
já estamos caminhando para o final deste 1º de Maio de 2017,
feriado nacional para a celebração do Dia do Trabalho, que vem
antes mesmo dos tempos do presidente Artur da Silva Bernardes, que
publicou artigo em 24 de setembro de 1924, tornando a data oficial
desde então. Clique aqui e saiba mais.
Com
a decisão do novo governo federal comandado pelo presidente Michel Temer (PMDB), que deseja passar à história como o presidente das
grandes reformas, em trabalhar pela aprovação de reformas trabalhista e da previdência, talvez os trabalhadores não tenham
tido lá muita coisa para comemorar hoje. Afinal, as mudanças
promovidas pela matéria aprovada na Câmara dos Deputados, pelo
placar de 296 votos sim a 177 votos não, na opinião de
especialistas nas lides da Justiça do Trabalho, quem ficará numa
situação mais fragilizada a partir dessa nova realidade serão os
trabalhadores. A matéria seguiu para o Senador Federal que deve
chancelar a decisão dos diletos colegas deputados. Tomara que este
blogueiro esteja equivocado.
Temos
a outra reforma em andamento, a da previdência, que restringe
direitos dos trabalhadores aos benefícios previdenciários. Os
gênios que escreveram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
estabeleceram idade mínima bastante elevada para que homens e
mulheres possam se aposentar, atrapalhando demais da conta a
conquista deste direito, principalmente para servidores públicos
civis da União. Os especialistas em Previdência sob o comando de
Henrique Meirelles, ministro da Fazenda e Previdência, são geniais
mesmo, propuseram critérios que hão de retardar o acesso aos
benefícios pelos trabalhadores, mas nada de criar uma espécie de
compensação, na forma de redução dos descontos nos contracheques
de quem trabalha em troca de salários.
É
curioso como os entendidos pensam em reforma previdenciária, segundo
o discurso oficial, “preocupados com o equilíbrio do sistema”,
mas ignoram por completo o lado do contribuinte. Pense bem. Não
seria interessante propor uma medida atenuante para os trabalhadores,
em relação aos descontos nos holerites, que os gênios querem
tê-los ativos no mercado de trabalho, pagando para o Tesouro
Nacional, em vez de estarem recebendo benefícios previdenciários?
Claro que nisso eles não pensam. Querem que o sujeito que conte aí
uns 30 anos de contribuições continuem pagando mais outros 15 anos,
nas mesmas alíquotas mensais, e até achando bom um negócios
desses. Fala sério, senhores!
Pior
ainda é notar que há muitos doutores por aí se achando donos da
verdade, legítimos bambas quando o assunto é equilíbrio fiscal do
governo e gestão pública. Esse pessoal dá a impressão de que
devemos aceitar toda “a verdade” que consta dos discursos e
propostas saídas das mentes criativas e geniais deles, seja no
Planalto Central, nas redações de veículos da grande imprensa ou
nos escritórios de economia do Brasil. Pelo que lemos, ouvimos e
vemos, desde blogueiros governistas a especialistas pró-mercado, os
trabalhadores deviam se dar por satisfeitos por terem gente tão
qualificada e bem-intencionada quanto eles no comando dos nossos
destinos trabalhistas e previdenciários.
Acho
que não é bem assim não. Podemos e devemos participar dessa
conversa, porque estamos falando de emprego, um direito a que toda
pessoa deve ter. Falamos também de previdência, um seguro (sim,
senhor) que todos somos obrigados (e legalmente falando) a contratar
quando estamos trabalhando. Logo, o trabalhador paga por isso, não é
favor algum, de nenhum governo. Então, se querem mexer nas regras
convém negociar e não apenas com parlamentares. E não tem essa de
falar que é isso ou o caos. É hora de dialogar mais, conversar a
sério, um “papo reto” e transparente. Insistindo aqui: estamos
falando de diálogo. Coisa para gente grande mesmo.
Por
fim, o mais importante: Parabéns, trabalhadores brasileiros, goianos
e trindadenses!
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