Os Batista, Wesley e Joesley, delataram meio mundo da política nacional
Políticos
graúdos e empresários agora podres de ricos meteram as mãos na
bolsa da viúva, mas dizem que a trava para o crescimento econômico
está na legislação trabalhista e nos benefícios previdenciários
Michel Temer, Joesley Batista e Aécio Neves: Personagens principais desta semana horripilante da política nacional. (Crédito: Editoria de Arte do Globo/Valter Campanato - Agência Brasil) |
A
semana para a política nacional foi tipo assim, barra pesada demais
da conta. O noticiário da quarta-feira (17), desde o início da
noite e até hoje, só trata de mais delações. Agora, os holofotes
todos estão nos poderosos irmãos Wesley e Joesley, Os Batistas,
donos da JBS e de mais ou menos umas 300 unidades de processamento de
carnes (proteína animal) ao redor do mundo. Só nos Estados Unidos,
os goianos de Anápolis, têm alguma coisa como 56 fábricas, talvez
as jóias da coroa dos empresários.
Pois
bem, esses conterrâneos do balacobaco quando o assunto é ganhar
dinheiro, delataram os senadores tucanos Aécio Neves e José Serra.
Delataram ainda, ninguém mais, ninguém menos, do que o presidente
da República, Michel Temer (PMDB). Além, é claro, dos sempre
presentes neste tipo de “lista”, os ex-presidentes petistas Lula
e Dilma. Ah, sim! E de roldão mais uma leva de políticos que ao
longo de uma década ou mais vêm recebendo dinheiro sob as bençãos
de Joesley, em tese, para custear suas respectivas campanhas
eleitorais. Sei, sabemos.
A
dúvida que me ocorre neste tipo de notícia é o seguinte, será que
aquela dinheirama toda, milhões e milhões de reais, saiu dos cofres
próprios da empresa ou veio do governo federal, passou pelas contas
dos donos da JBS e foi distribuída a políticos influentes com,
dentre outros objetivos, o de azeitar inclusive a fenomenal expansão
do conglomerado que nasceu como açougue na “Manchester Goiana” e
ganhou as fronteiras de tal modo que hoje, dizem, do faturamento de
todo grupo, coisa de 20% apenas acontece em terras brasileiras.
Faz
tempo que muita gente apontava estranheza no fato da JBS sempre
pintar entre os maiores doadores de campanhas políticas, enquanto ia
crescendo e recebendo tratamento especial na forma de créditos
facilitados ali nos órgãos governamentais, com destaque para o
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). As
coisas foram acontecendo, tomando proporções gigantescas, ai de
quem falasse um “a” sobre o assunto. Deu no que o próprio
Joesley contou espontaneamente aos procuradores do Ministério
Público Federal.
E
com a delação dos irmãos Batista, o presidente Temer está com o
mandato pela bola 7. Sim, já estava no desconforto por causa daquela
ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que deve terminar em
cassação da chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014, cujo
julgamento está agendado para o início do mês de junho próximo.
Pois é, mas se depender agora dos ânimos dos caras da rede Globo,
Temer vai renunciar logo, logo. Se for mesmo, vai deixar bem pouca
saudade no povo, basta ver a baixíssima popularidade do
vice-presidente que virou presidente.
Tem
uma coisa nisso tudo, “brasileiras e brasileiros”, que me deixa
intrigado. Se os caras não estivessem por aí delatando, dando com
as respectivas línguas nos dentes, será que a imprensa teria
descortinado esse assombroso esquema para a gente aqui na planície?
Os feras do Ministério Público já declararam por aí que, sem
delação, é difícil descobrir, desmascarar, desvendar,
organizações criminosas desse tipo. E deve ser mesmo, pois ali nas
barbas dos “craques” da cobertura política nacional instalados
nas redações da Globo (televisão, rádio, jornais, sites e
revistas), no Rio de Janeiro, nasceu e cresceu Sérgio Cabral que
dispensa hoje maiores apresentações.
A
semana termina com Temer ainda no Palácio do Planalto, a imprensa
mostrando o tempo todo os vídeos do Joesley entregando todo mundo
que ele andou “comprando” no meio político, sobretudo na última
década, e enquanto isso ainda temos que ter paciência para ouvir
que as reformas trabalhista e da previdência são imprescindíveis
para que a economia volte a crescer e gerar emprego para absorver os
quase 16 milhões de trabalhadores desempregados no país. Se me
baixasse o espírito do Aécio Neves agora teria que dizer um
palavrão, ainda bem que estou zen.
Sendo,
digamos, sincero pacas, devo dizer que políticos graúdos em
parceria com empresários agora podres de ricos meteram as mãos no
dinheiro público, na bolsa da viúva, e na maior cara de pau do
mundo, esses mesmos elementos nos dizem que o mal é o “rombo” no
orçamento provocado pelo pagamento de aposentadorias e pensões.
Isso é um desplante, senhores!
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