A sociedade parece anestesiada pela banalização de assassinatos no Brasil

E parece que as autoridades estão perdidas sem condições de impor a lei a ordem


Imagem: Reprodução



Dia desses, final de tarde, vi parte de um daqueles programas televisivos que tratam de casos policiais. Credo em cruz! Como acontecem coisas horríveis, desumanas, monstruosas mesmo! A matéria em exibição mostrava o caso de um homem, dentro do carro dele, dirigindo pelas ruas de São Paulo, Capital, quando lá pelas tantas parou o veículo para atender ao celular. Perdeu. Foi abordado por um bandido que lhe apontou revólver e tudo o mais, querendo o cobiçado aparelho. O incauto motorista reagiu e não entregou o smartphone. Sem dó nem piedade, então o marginal assassinou a pessoa, cuja morte virou dado estatístico. Câmeras de segurança do local registraram o crime. Que tipo de gente é essa que mata desse jeito, a sangue frio? Como não sou corajoso nem um pouco, fico com medo só de ver um horror desses pela televisão!

Isso de matar gente virou algo tão banal, hoje em dia neste Brasil, que o camarada cisma de sair por aí assassinando e manda bala mesmo. E sempre vemos jovens, cada vez mais jovens, como protagonistas de cenas dantescas no mundo cão. No Rio de Janeiro a coisa anda tão espantosamente horripilante que a bandidagem já assassinou, neste ano, 97 policiais militares! Olha só isso, quase uma centena de policiais foram eliminados na “Cidade Maravilhosa”. As autoridades de lá estão perdidas feito cego em tiroteio, não dão conta de controlar a situação, estão longe de conseguir impor a lei e a ordem. Soldados do Exército nas ruas só espantam criminosos que teimam em não se intimidar mais com homens e mulheres fardados não, senhor. Pelo menos é o que se pode concluir diante de tanta notícia ruim.

Para piorar mais ainda, esse negócio de matar gente, seja lá quem for o alvo, acontece no país inteiro. Em Goiás, inclusive; em Trindade também. O sujeito está condenado e preso, mas continua controlando quadrilhas que botam o terror do lado de fora dos presídios, inclusive os de segurança… Ah, deixa pra lá! Os marginais deram de assassinar policiais de Norte a Sul, de Leste a Oeste, porém ainda não da forma e quantidade como vem ocorrendo no Rio, diga-se. Só lembrando, infelizmente, que “nada é tão ruim que não possa ser piorado”. Divino Pai Eterno, olhai por nós…

Ao mesmo tempo que muita gente fica por aí falando que brasileiro é um povo cordial demais da conta, as estatísticas da criminalidade revelam como somos violentos e formamos um país onde se mata mais do que em lugares onde há guerras em andamento. Há estudos apontando que, no Brasil, tem ocorrido, alguma coisa ao redor de 60 mil assassinatos, entra ano e sai ano. Posso estar errado, mas não consigo perceber tanta indignação assim “nos brasileiros e brasileiras” diante de tão assombrosa estatística. Acho que a população anda mais incomodada com corrupção, com preconceito, do que com assassinatos a toda hora nessa “terra em que se plantando tudo dá”.

Sei de nada não, mas parece que a sociedade está anestesiada diante desse tipo de crime: matar alguém. A coisa banalizou tanto, mais tanto, que já passou da hora das autoridades de Estado enfrentar de verdade a criminalidade. E para tanto nem acho ser necessário inventar a roda, criar novas leis, basta cumprir mais rigorosamente as que existem e estão em vigor. A vida humana, a segurança pública, dessa forma, estará melhor servida. Novamente falando, acho eu. Fico por aqui e mais não digo nem me foi perguntado.


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