Colégio Militar
Seria
interessante se o Colégio Militar fosse um instrumento do estado
para recuperar o jovem e a criança marginalizados e fragilizados,
enquanto é tempo
“A
educação é um dever do estado e um direito de todos”
É
esse o princípio básico da Constituição Federal que define quem é
o responsável pela educação. Porém, devido à falta de recursos,
o orçamento apertado e até por desvios dos quais não vamos falar
agora, entidades religiosas e civis assumiram também essa
responsabilidade, criando aí a figura da escola privada, ou
particular, como preferirem. Nessa lacuna, a Polícia Militar,
centenária e gloriosa corporação, achou por bem criar os chamados
Colégios Militares.
Como
educador, vejo-me no direito e no dever de emitir a minha opinião.
Qual é o papel fundamental da Polícia Militar? Sem dúvida, é
garantir a segurança do cidadão, a paz e a ordem na comunidade.
Assim, se a Polícia Militar achou por bem enveredar por um setor
fora da sua alçada, penso que foi para colaborar ainda mais com a
sociedade, pois a Polícia Militar tem uma infinita folha de bons
serviços prestados.
Entendo,
que se a Polícia Militar tem efetivo disponível, não faltam
policiais nas ruas, a segurança está garantida, faz muito bem
colaborar na Educação e, pelo que tenho visto, os resultados são
excelentes. No Colégio Militar, existe organização, hierarquia,
disciplina, prática esportiva, civismo, resultados positivos, ensino
excelente, enfim, seria o ideal para todas escolas este resultado.
Assim, nesses termos, sou totalmente a favor dos Colégios Militares.
O que discordo é da sua concepção e destinação. Como está, a
Escola Militar está premiando os bons e excluindo, ainda mais o
fraco, o carente, o marginalizado.
Não
justifica seleção para o Colégio Militar, justificaria se
selecionasse os mais carentes, os mais fracos e os mais necessitados.
Imagino que o Colégio Militar deveria atender à criança que está
nas ruas, os filhos de presos, de famílias desestruturadas, o
viciado em drogas, o que pratica delitos, o que realmente precisa de
apoio, disciplina e regras para não ser um futuro marginal. Como
está acontecendo, os Colégios Militares não estão prestando
serviços aos que realmente precisam. Seria interessante se o Colégio
Militar fosse um instrumento do estado para recuperar o jovem e a
criança marginalizados e fragilizados, enquanto é tempo.
Imagino
não ter sentido o Colégio Militar para o filho do Coronel, do
Médico, do Engenheiro, do Professor, enfim, para o filho que tem uma
família estruturada, que já oferece a ele uma formação de
qualidade. Penso eu que o Colégio Militar seria muito mais útil à
sociedade se estivesse localizado na Vila Mutirão do que no Jardim
Goiás, no Setor Jardim do Cerrado do que no Setor Bueno. Enfim, sou
plenamente a favor do Colégio Militar, mas para atender a
quem
realmente está desprovido de uma família que possa oferecer-lhe uma
formação que verdadeiramente o transforme em cidadão ético,
competente, empreendedor e consciente de seus deveres.
Por
isso, afirmo que o Colégio Militar, em Trindade, seria mais
interessante na Vila do Sonho, no Setor Vida Nova, em algum setor de
Trindade leste, ou seja, onde precisa, para quem precisa.
Que
Deus nos abençoe.
Professor Marcos Queiróz
é diretor das
Faculdades
e Colégio Aphonsiano
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