Audiência pública no Legislativo trindadense discutiu colégios militares em Trindade
A
discussão mais acirrada está relacionada à transformação do
Colégio Estadual Divino Pai Eterno em Colégio Militar. Aqui está o
busílis.
Colégios
Militares em Trindade foi o tema em cartaz na Câmara Municipal,
nesta terça-feira (17), ali pelas 20h, no plenário Hilton Monteiro
da Rocha. Por iniciativa dos vereadores Pastor Zeca (PHS) e Marden
Júnior (PPB) foi realizada audiência pública para discutir a
transformação dos Colégios Estaduais Divino Pai Eterno (Centro) e
Alfa Ômega (Jardim Ipanema) em colégios militares, conforme
aprovado recentemente pela Assembleia Legislativa de Goiás.
Falaram, é claro, os vereadores que propuseram a audiência e logo em seguida foi a vez do advogado Marcelino Assis Galindo, presidente da Subseção de Trindade da Ordem dos Advogados do Brasil (AOB), fazer seu pronunciamento no qual defendeu que seja escolhido outro colégio para ser transformado em Colégio Militar. Rosivelton do Amaral Nunes, diretor do Colégio Estadual Divino Pai Eterno, discorreu sobre o desempenho do estabelecimento sob sua gestão. Na sequência, falou o orador mais esperado, Coronel Anésio Barbosa da Cruz Júnior, representante do Comando do Ensino Militar da Polícia Militar de Goiás.
Coronel Anésio Barbosa, fez o pronunciamento mais aguardado da noite, que apresentamos alguns dos tópicos mais importantes. A íntegra segue no vídeo acima de pouco mais de 32 minutos de duração. Vale a pena assistir para saber mais a respeito do assunto. Abrindo sua exposição, Cel. Anésio Barbosa citou João 8: 32 (E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará), destacando, no caso, a verdade do projeto Colégios Militares, surgido lá em 1976. Informou ainda que existem 36 unidades (Colégios Militares) instaladas em vários municípios goianos, com, mais ou menos, 45 mil alunos matriculados e frequentando as aulas. E disse mais, que já foram criadas em lei outras 32 unidades que ainda não foram instaladas.
O expositor continuou meio que oferecendo respostas a dúvidas mais comuns sobre o projeto Colégios Militares. “O Projeto [os Colégios Militares] não é reformatório; não é colégio particular e não formamos soldadinhos de chumbo; não buscamos interferir no conteúdo de sala de aula. Não somos seletivos. É feito sorteio de vagas [para os alunos]; se faz cadastro de reserva. Tem regime disciplinar mais rígido? Tem. Entendemos que a disciplina é um instrumento potencializador do processo educacional. É uma escola excludente? A maioria das nossas escolas tem mais do que isso [16 alunos mencionados por Rosivelton do Amaral Nunes, diretor do Colégio Estadual Divino Pai Eterno, como sendo a quantidade de estudantes portadores de necessidades especiais naquele estabelecimento] como alunos da educação especial. Não existe militarização. O que existe é uma formação de cobrança disciplinar dentro da nossa [Polícia Militar] estrutura. O aspecto revolucionário do nosso projeto: participação da comunidade. Não vamos ficar deitados e parados ali esperando que as coisas aconteçam. Nós vamos mobilizar a comunidade e, através dessa mobilização, vamos buscar os recursos para a realização do projeto. Os jovens são mananciais de potencialidades. Agora, potência não é nada, sem controle. O tanto de potenciais cientistas, de potenciais estudiosos, que ficam perdidos por falta de oportunidades, por terem se desviado do caminho e encontrado a drogadição, encontrado aí a violência e se encantado por esse canto da sereia, das facilidades, desse mundo materialista... A principal fonte de arrecadação de recursos é a contribuição voluntária. Cada comunidade estabelece o seu quanto. Nós temos unidade cujo valor é de R$ 50,00, e outras, que é de R$ 150,00 ou R$ 120,00. E isso é de acordo com as possibilidades. A contribuição obrigatoriamente deve ser voluntária. Qual o segredo do sucesso desse projeto [Colégios Militares]? Eu não tenho dúvida de responder que o segredo do sucesso é a participação efetiva de todos os envolvidos. Quando os pais estão presentes; quando os professores estão irmanados juntamente com a administração escolar, dentro desse ideal, as coisas se transformam. Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade (Raul Seixas, 28/06/1945 – 21/08/1989). Inovar e ousar são palavras da ordem do dia dentro do projeto Colégios Militares e não temos nenhum receio de mudar o que precisa ser mudado, mantendo nosso cerne: O amor à Pátria, o amor ao próximo e o desejo de melhorar a Educação no Brasil”.
Concluído o pronunciamento do Cel. Anésio Barbosa, alguns vereadores também se manifestaram, vereadores Aninha (SDD), Agnelson Alves (PV), Wesley Cabeção (PMDB). O Cel. Anésio voltou a falar para responder algumas questões levantadas por participantes da audiência e logo os trabalhos foram encerrados.
Ocorre que se os vereadores Pastor Zeca, Marden Júnior e Wesley Cabeção defendem que o Colégio Divino Pai Eterno permaneça como está, Agnelson Alves quer justamente o contrário. Falando em tom jocoso, que, penso, dificulta ser levado um pouco mais a sério, vereador Wesley conclamou a todos para solicitar que o prefeito de Trindade construa um novo colégio para funcionar como colégio militar. Seria o caso do Município construir um prédio para doar ao Estado... Pois é, pois é, pois é.
Importante dizer que o advogado João do Carmo Freire, secretário Municipal de Educação esteve presente mas, como se diz no dia a dia, “entrou mudo e saiu calado”. Não havia representantes da Secretaria de Estado da Educação e Cultura nem da Coordenadoria Regional de Educação de Trindade. Curioso como os gestores da rede pública de ensino ignoram um evento desses, em que seria interessante ouvir deles o que pensam a respeito do tema.
De um modo geral é possível se afirmar, sem medo de errar, que a criação de Colégios Militares em Trindade é algo bem-vindo que encontra em vários segmentos da sociedade local uma forte aceitação. Rejeição, se houver, é mínima. A discussão está relacionada à transformação do Colégio Estadual Divino Pai Eterno em Colégio Militar. Aqui está o busílis. Este blogueiro já escreveu o que pensa disso em outros posts, mas voltamos à carga. Seria melhor para Trindade que se escolhesse outro estabelecimento de ensino para ser transformado em Colégio Militar para que o município pudesse passar a ter três colégios públicos com excelência em termos de qualidade. Até porque, três é maior do que dois e, assim, a “Capital da Fé” se consolidaria fácil, fácil como excelente polo de formação escolar, onde já existem várias faculdades e um Instituto Federal inclusive.
De qualquer forma, vale a pena destacar que é sempre bom discutir o máximo possível, com a maior transparência, a adoção de medidas iguais a esta. As decisões que envolvem o interesse público, que para sua implementação contam com dinheiro do contribuinte, devem ser tomadas às claras, evitando-se decisões de gabinetes apenas. Daí, o cumprimento sobretudo aos vereadores que propuseram a realização desta audiência pública e que demonstraram ter disposição de continuar o debate para se decidir pela opção que melhor venha a servir à população trindadense.
Povo, cadê?
Falaram, é claro, os vereadores que propuseram a audiência e logo em seguida foi a vez do advogado Marcelino Assis Galindo, presidente da Subseção de Trindade da Ordem dos Advogados do Brasil (AOB), fazer seu pronunciamento no qual defendeu que seja escolhido outro colégio para ser transformado em Colégio Militar. Rosivelton do Amaral Nunes, diretor do Colégio Estadual Divino Pai Eterno, discorreu sobre o desempenho do estabelecimento sob sua gestão. Na sequência, falou o orador mais esperado, Coronel Anésio Barbosa da Cruz Júnior, representante do Comando do Ensino Militar da Polícia Militar de Goiás.
Coronel Anésio Barbosa, fez o pronunciamento mais aguardado da noite, que apresentamos alguns dos tópicos mais importantes. A íntegra segue no vídeo acima de pouco mais de 32 minutos de duração. Vale a pena assistir para saber mais a respeito do assunto. Abrindo sua exposição, Cel. Anésio Barbosa citou João 8: 32 (E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará), destacando, no caso, a verdade do projeto Colégios Militares, surgido lá em 1976. Informou ainda que existem 36 unidades (Colégios Militares) instaladas em vários municípios goianos, com, mais ou menos, 45 mil alunos matriculados e frequentando as aulas. E disse mais, que já foram criadas em lei outras 32 unidades que ainda não foram instaladas.
O expositor continuou meio que oferecendo respostas a dúvidas mais comuns sobre o projeto Colégios Militares. “O Projeto [os Colégios Militares] não é reformatório; não é colégio particular e não formamos soldadinhos de chumbo; não buscamos interferir no conteúdo de sala de aula. Não somos seletivos. É feito sorteio de vagas [para os alunos]; se faz cadastro de reserva. Tem regime disciplinar mais rígido? Tem. Entendemos que a disciplina é um instrumento potencializador do processo educacional. É uma escola excludente? A maioria das nossas escolas tem mais do que isso [16 alunos mencionados por Rosivelton do Amaral Nunes, diretor do Colégio Estadual Divino Pai Eterno, como sendo a quantidade de estudantes portadores de necessidades especiais naquele estabelecimento] como alunos da educação especial. Não existe militarização. O que existe é uma formação de cobrança disciplinar dentro da nossa [Polícia Militar] estrutura. O aspecto revolucionário do nosso projeto: participação da comunidade. Não vamos ficar deitados e parados ali esperando que as coisas aconteçam. Nós vamos mobilizar a comunidade e, através dessa mobilização, vamos buscar os recursos para a realização do projeto. Os jovens são mananciais de potencialidades. Agora, potência não é nada, sem controle. O tanto de potenciais cientistas, de potenciais estudiosos, que ficam perdidos por falta de oportunidades, por terem se desviado do caminho e encontrado a drogadição, encontrado aí a violência e se encantado por esse canto da sereia, das facilidades, desse mundo materialista... A principal fonte de arrecadação de recursos é a contribuição voluntária. Cada comunidade estabelece o seu quanto. Nós temos unidade cujo valor é de R$ 50,00, e outras, que é de R$ 150,00 ou R$ 120,00. E isso é de acordo com as possibilidades. A contribuição obrigatoriamente deve ser voluntária. Qual o segredo do sucesso desse projeto [Colégios Militares]? Eu não tenho dúvida de responder que o segredo do sucesso é a participação efetiva de todos os envolvidos. Quando os pais estão presentes; quando os professores estão irmanados juntamente com a administração escolar, dentro desse ideal, as coisas se transformam. Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade (Raul Seixas, 28/06/1945 – 21/08/1989). Inovar e ousar são palavras da ordem do dia dentro do projeto Colégios Militares e não temos nenhum receio de mudar o que precisa ser mudado, mantendo nosso cerne: O amor à Pátria, o amor ao próximo e o desejo de melhorar a Educação no Brasil”.
Concluído o pronunciamento do Cel. Anésio Barbosa, alguns vereadores também se manifestaram, vereadores Aninha (SDD), Agnelson Alves (PV), Wesley Cabeção (PMDB). O Cel. Anésio voltou a falar para responder algumas questões levantadas por participantes da audiência e logo os trabalhos foram encerrados.
Ocorre que se os vereadores Pastor Zeca, Marden Júnior e Wesley Cabeção defendem que o Colégio Divino Pai Eterno permaneça como está, Agnelson Alves quer justamente o contrário. Falando em tom jocoso, que, penso, dificulta ser levado um pouco mais a sério, vereador Wesley conclamou a todos para solicitar que o prefeito de Trindade construa um novo colégio para funcionar como colégio militar. Seria o caso do Município construir um prédio para doar ao Estado... Pois é, pois é, pois é.
Importante dizer que o advogado João do Carmo Freire, secretário Municipal de Educação esteve presente mas, como se diz no dia a dia, “entrou mudo e saiu calado”. Não havia representantes da Secretaria de Estado da Educação e Cultura nem da Coordenadoria Regional de Educação de Trindade. Curioso como os gestores da rede pública de ensino ignoram um evento desses, em que seria interessante ouvir deles o que pensam a respeito do tema.
De um modo geral é possível se afirmar, sem medo de errar, que a criação de Colégios Militares em Trindade é algo bem-vindo que encontra em vários segmentos da sociedade local uma forte aceitação. Rejeição, se houver, é mínima. A discussão está relacionada à transformação do Colégio Estadual Divino Pai Eterno em Colégio Militar. Aqui está o busílis. Este blogueiro já escreveu o que pensa disso em outros posts, mas voltamos à carga. Seria melhor para Trindade que se escolhesse outro estabelecimento de ensino para ser transformado em Colégio Militar para que o município pudesse passar a ter três colégios públicos com excelência em termos de qualidade. Até porque, três é maior do que dois e, assim, a “Capital da Fé” se consolidaria fácil, fácil como excelente polo de formação escolar, onde já existem várias faculdades e um Instituto Federal inclusive.
De qualquer forma, vale a pena destacar que é sempre bom discutir o máximo possível, com a maior transparência, a adoção de medidas iguais a esta. As decisões que envolvem o interesse público, que para sua implementação contam com dinheiro do contribuinte, devem ser tomadas às claras, evitando-se decisões de gabinetes apenas. Daí, o cumprimento sobretudo aos vereadores que propuseram a realização desta audiência pública e que demonstraram ter disposição de continuar o debate para se decidir pela opção que melhor venha a servir à população trindadense.
Povo, cadê?
Quem
esteve na Câmara Municipal de Trindade na audiência pública sobre
Colégios Militares percebeu que a maior parte das 200 poltronas do
auditório Hilton Monteiro da Rocha estava vazia. O povo mesmo
costuma ficar em casa enquanto alguns poucos se dispõem a participar
de discussões que afetam a vida de todos. Fazer o quê, né?
Escolha
Escolha
Fizemos
contato com a Secretaria de Educação e Cultura de Goiás (Seduce)
para saber se os deputados estaduais que propuseram a emenda aditiva
transformando os Colégios Estaduais Divino Pai Eterno (Centro) e
Alfa Ômega (Jardim Ipanema) em Colégios Militares havia solicitado,
digamos, uma parecer técnico ou simples indicação da área e a
resposta foi negativa. Terminada a audiência pública ontem,
perguntamos a mesma coisa ao Cel. Anésio Barbosa, se a Comando de
Ensino Militar foi ouvido pelos políticos nessa fase, a resposta foi
igualmente negativa. Então, os “excelentíssimos” políticos
cismam de fazer tal coisa, uma lei, por exemplo, e vão logo fazendo
isso ignorando técnicos, profissionais da área. Que coisa estranha!
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