Levando um susto ao ver o talão da Celg

A bandeira vermelha em vigor faz pensar sobre o consumo de energia elétrica e de água também





“Me deixa eu te falar uma coisa procê”… Acho legal quando alguém puxa conversa comigo, dizendo algo parecido com isso aí. É sinal de que vai rolar um papo bom, informal e agradável, assunto de amigo mesmo. E é com essa informalidade que vou falar com você, internauta meu chegado que de vez em quando dá o ar da graça aqui neste modesto blog, sobre o seguinte…

Levei um baita susto hoje quando recebi o talão da Celg, da minha humilde residência, relativo ao mês passado, cujo vencimento será ainda no primeiro dia de novembro deste ano que caminha celeremente rumo à dependência da bola 7. É que as mentes criativas da ex-estatal goiana de energia elétrica deram um “up” na fatura, destacando, em vermelho, algumas informações, dentre elas, o número da conta, o vencimento, o valor e outros detalhes.

O que me assustou mesmo foi pensar que os destaques em vermelho tinham a intenção de mostrar minha culpa pelo excessivo consumo, sobrecarregando o sistema gerador de energia elétrica no Brasil cujos reservatórios de água nas usinas hidrelétricas vivem momento de baixa também pela falta de chuva, mas não só por isso. Deu medo. E olha que tenho me esforçado para ser econômico no uso de água no dia a dia. Mas, vamos e venhamos, o bicho homem está gastando água demais da conta, impossível negar.

Claro que se a geração de energia fica mais cara porque, havendo menos água disponível para movimentar as turbinas das hidrelétricas, é preciso operar mais as usinas térmicas cujo custo de produção é maior. Os entendidos na matéria energética dizem que “estamos com a pior vazão nos reservatórios dos últimos 86 anos”, vale destacar. Por essas e outras, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) botou em vigor desde o primeiro dia deste mês de outubro a bandeira tarifária vermelha que, na prática, aumenta a conta do consumidor impondo uma taxa extra de R$ 3,50 a cada 100 Quilowatt-hora (kWh) consumidos.

Vamos vivendo a vida como quem pensa que “está tudo muito bom, está tudo muito bem”, no entanto, faz tempo que percebemos a diminuição de chuvas, os reservatórios de água não ficam mais tão cheios como antigamente, rios estão morrendo, secando, ribeirões, córregos, indo por idêntico caminho. Talvez quando essas faturas de água e energia começarem verdadeiramente a doer bem mais ainda no bolso da gente, iremos prestar mais atenção aos necessários cuidados que precisamos ter com esse tal de meio ambiente.

Tomara que não demoremos muito a nos tocar dessa realidade para, quem sabe, mudarmos assim “da água para o vinho” a forma irresponsável de consumir o que a Natureza proporciona a esses bípedes metidos a besta. Até porque, dizia aquele outro lá, o Joelmir Beting: “a natureza não se defende, ela se vinga”. E o pior é que essa vingança, é de se imaginar, não é apenas um bordão humorístico como aquele do Bento Carneiro, o Vampiro Brasileiro… Se é que me faço entender com essa conversa informal, de amigo mesmo.


Comentários