Sobre o fim da estabilidade do servidor público e outros detalhes
Comissão
do Senado aprova projeto que propõe o fim da estabilidade do
servidor nos primeiros cinco anos de trabalho
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Senador Lasier Martins (PSD/RS): Avaliar e demitir servidor público. |
Você
sabia que a contribuição previdenciária do servidor público
federal não é INSS (Instituto Nacional do Seguro Social,
responsável pela gestão do Regime Geral de Previdência - RGPS)? A
alíquota do servidor é de 11% sobre o salário bruto, enquanto que
na iniciativa privada paga-se 8% sobre o teto do INSS, hoje R$
5.531,31. Vale lembrar que o servidor é obrigado a contribuir mesmo
depois de aposentado, a famigerada contribuição do inativo. Os
demais trabalhadores ainda estão livres disso.
Servidor
efetivo tem estabilidade no emprego e para ser demitido é preciso
que haja decisão neste sentido depois de cumprido o rito de um
Processo Administrativo Disciplinar (PAD), mas por outro lado, não
tem direito a FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) ou multa
rescisória. Se for demitido ou exonerado, sai sem nenhum direito,
com uma mão na frente e outra atrás, como se diz. Ah, sim! Servidor
pode ser demitido, conforme estabelece a lei 8.112/91.
Que
saber de outra esquisitice imposta aos servidores público. Mesmo
estando já aposentado, caso haja PAD com conclusão pela demissão,
a aposentadoria é cassada, como se isso fosse um favor da
Administração e não um direito pelo qual o trabalhador paga todo
santo mês, convém salientar.
Servidor
público contratado mediante aprovação em concurso não deve favor
a ninguém, principalmente a qualquer político. Geralmente, está aí
uma motivação para que muitos dos bravos e ousados políticos de
hoje em dia terem como objetivo acabar com a estabilidade do
servidor, que não costuma dizer amém aos desejos desses caras que
estão na política para, acima de tudo, manipular recursos públicos
ao bel-prazer, enriquecendo-se à custa do Erário, conforme está
demonstrado pela Operação Lava-Jato e outras semelhantes em
andamento.
Ainda
a respeito da vontade manifesta e inegável de muitos políticos em
por fim à estabilidade do servidor público, convém destacar o
seguinte. Ninguém está pensando em eficiência, competência,
meritocracia, na gestão pública. Querem, verdadeiramente, poder
demitir pessoal sem cumprir os ditames da legislação vigente,
colocando no lugar um conceito de “desempenho insuficiente” do
servidor para botar no lugar dos demitidos os famigerados
comissionados, sempre a serviço do político que arranja essa
boquinha para seus chegados.
Certamente
o salário do servidor que paga rigorosamente em dia pelo seu direito
de se aposentar, está longe de ser a causa da quebradeira da
Previdência, muito menos provoca rombo nas finanças públicas. Isso
aí tem a ver com a má gestão capitaneada por políticos
profissionais que permanecem aboletados no poder há décadas,
tirando dinheiro dos cofres públicos para irrigar contas bancárias
particulares não raras vezes no exterior, acondicionando grana viva
em malas sob a guarda de corruptos, verdadeiros gatos gordos
instalados nas diversas esferas de poder no Brasil.
Por
essas e outras é que a gente fica de orelha em pé com notícias
feito essa da aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça
do Senado Federal que pretende acabar com a estabilidade do servidor
nos primeiros cinco anos, cujo relator foi o senador Lasier Martins (PSD/RS). Daí para o fim, será um pulinho. Melhor
resistir agora.
Li este texto aqui e fiz algumas adaptações.
Li este texto aqui e fiz algumas adaptações.
Imagem: Agência Senado
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