Por machismo, 48% dos homens não fazem os exames preventivos do câncer de próstata
Mês
de novembro chega ao final, mas continua a conscientização para a
importância de prevenir o segundo maior câncer entre os homens
brasileiros
Fernando Leão, urologista e cirurgião robótico. (Foto: Divulgação) |
O Novembro Azul é a campanha de
conscientização nacional que surgiu para alertar a sociedade quanto
a importância da prevenção e do tratamento das doenças
masculinas. O movimento se mostra fundamental, pois, no Brasil,
câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, mas o
maior perigo da doença é o preconceito deles na hora de buscar um
urologista.
De
acordo com o estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Datafolha,
48% dos entrevistados alegaram não ir ao médico por machismo,
dentro do grupo de risco, homens acima de 60, 38% não consideram
relevante fazer o exame preventivo. Já entre os homens de 50 a 59
anos, 35% nunca fizeram o exame de toque retal.
A
importância da visita periódica ao médico se revela ao olhar para
os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Em valores
absolutos, o câncer de próstata é o sexto tipo mais comum no
mundo, sendo o mais prevalente no sexo masculino. É considerado um
câncer da terceira idade e representa 28,6% dos tumores nos homens.
São, em média, 13 mil mortes anuais – uma a cada 40 segundos.
“Como
o câncer de próstata não apresenta nenhum sintoma característico,
muitos pacientes descobrem que têm a doença quando o tumor já está
em estágio avançado. É importante que o homem se informe sobre os
benefícios do exame para que não deixe o preconceito ou o medo
prejudicar a prevenção e o diagnóstico do câncer”, explica
Fernando Leão, urologista e cirurgião robótico.
Prevenção
Os
exames de toque retal e o PSA (Antígeno Prostático Específico),
que mede o nível da substância produzida na próstata e identifica
se há alguma alteração, são as principais maneiras de
diagnosticar o câncer de próstata. Ambos os exames não são
demorados e podem ajudar a descobrir a doença ainda no início,
auxiliando no processo de tratamento.
Fernando
Leão afirma que, além da prevenção, quanto mais cedo o
diagnóstico da doença for feito, maiores são as chances de sucesso
no tratamento. “O ideal é que os homens comecem a frequentar o
urologista aos 50 anos, uma vez por ano. Caso tenham histórico de
parentes com câncer ou sejam negros, o ideal é que as consultas
comecem aos 45 anos”, finaliza o especialista.
Evolução
no tratamento
O
tratamento cirúrgico para o Câncer de Próstata consiste na
retirada total do órgão. Existem três formas para a realização
da prostatectomia: cirurgia convencional aberta, ou por laparoscopia,
ou com o uso de um robô (método mais avançado).
A
cirurgia robótica representa hoje mais de 90% dos tratamentos
cirúrgicos de câncer de próstata realizados nos Estados Unidos. No
Brasil, ela tem sido feita há 9 anos, e já é possível perceber os
resultados superiores em relação ao método convencional.
"A
cirurgia robótica foi um grande avanço para o tratamento cirúrgico
do câncer de próstata, promovendo redução dos efeitos colaterais
como disfunção erétil, incontinência urinária, infecção
cirúrgica e transfusão sanguínea", explica Fernando Leão.
A
técnica reduz, ainda, o tempo de internação hospitalar e o tempo
de uso de sonda na bexiga no pós-operatório. No entanto, o médico
alerta que a chance de cura está diretamente ligada ao momento em
que foi feito o diagnóstico. Os sintomas mais comuns são sangue na
urina e/ou esperma; dores ósseas (bacia e coluna principalmente) e
algum grau de dificuldade para urinar.
Fernando
Franco Leão, urologista – É cirurgião robótico para tratamento
do câncer de próstata. Além do Hospital Brasília, na capital
federal, o especialista também opera nos hospitais 9 de Julho,
Sírio-Libanês e Albert Einstein, em São Paulo. Leão é membro da
Society of Robotic Surgery (SRS) e da American Urological Association
(AUA), nos Estados Unidos, e também da Société Internationale
D’Urologie (SIU), no Canadá.
Kadydja
Albuquerque é gestora de Comunicação
kadydja@coletivoconversa.com
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