Curso de Medicina em Trindade foi jogado para as calendas

O problema é que "o município de vocês não têm representatividade política"

Trindade não está na lista: Não teremos curso de Medicina, não dessa vez.

A dura frase acima foi ouvida por Carlos Botelho, diretor da Faculdade União de Goyazes (FUG), e lhe foi pronunciada por um representante das altas rodas da burocracia do Ministério da Educação, em Brasília-DF, nesta semana, em um de suas várias peregrinações pelos corredores do poder no Planalto Central enquanto tentava viabilizar a inserção de Trindade no rol dos municípios goianos onde o governo federal acaba de autorizar a instalação de cursos de Medicina.

Mas veio a Seção 3 do Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (8), estampando na página 43 a publicação do Edital nº 2, de 7 de dezembro de 2017, o ansiosamente aguardado Edital de Chamamento Público de municípios para implantação de Curso de Graduação em Medicina por instituições de Educação Privada. E Trindade, internautas que às vezes nos dão o ar da graça neste espaço, ficou no “ora veja”.

No jogo do poder político é assim mesmo, a realidade se impõe e quem conta com representantes nas instituições leva a melhor. Nossa cidade é, politicamente falando, de pouca ou nenhuma musculatura capaz de se impor frente a Itumbiara, por exemplo, a única cidade goiana que está no edital, onde entidades particulares poderão disputar a criação de curso de Medicina. No Centro-Oeste todo apenas quatro municípios foram listados, além de Itumbiara, tem-se Ponta Porã e Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e Sorriso, no Mato Grosso.

Diante de tamanha frustração, resta, se isso preocupar um pouco os atuais políticos do município, torcer para que desde agora se pense numa estratégia para participar das eleições do próximo ano. Cadê um deputado federal com trânsito nos corredores dos Ministérios em Brasília para defender os interesses legítimos da cidade? Um senador então, com laços firmes com o conjunto da população trindadense, é coisa inexistente. A bem da verdade, neste caso, a ex-deputada estadual Dária Rodrigues (PP) atuou junto ao senador pepista Wilder Morais, no entanto, pelo resultado final, não se conseguiu evitar essa enorme perda para a “velha Trindade da fé e do amor”.

Quer dizer então que o projeto de criação do curso de Medicina em Trindade, em decorrência da anemia política local, acaba de ser jogado para as calendas gregas. Tomara que não, é claro, porém o negócio tornou-se verdadeiramente ainda mais complicado do que costuma ser. Podemos sentar e chorar, mas isso não resolve nada. Melhor ficar de pé, ir à luta, até porque, parafraseando o poeta, convém plantarmos o nosso jardim e decorar a alma, ao invés de esperar que alguém nos traga flores. É isso aí!


Comentários

Max Cabeça disse…
E rasgam-se elogios aos deputados federais que só vem a nossa cidade buscar votos, talvez foi melhor para agora.