A velha prática de falar mal para realizar um desejo
Muitas
vezes aquele que desdenha quer comprar ou ser comprado
“Quem
desdenha quer comprar”, diz aquele velho deitado, perdão, ditado
popular. Parece que isso aí foi criado mesmo para se referir àqueles
negociadores que gostam de desmerecer o produto que estão
ardentemente desejosos, doidos mesmo de vontade de ter para si,
pagando o menor preço possível na transação. Vá lá, mas a gente
pode até forçar um pouco a barra adaptando a sentença acima para
um especial costume dos políticos ou pretendentes, deixando a coisa,
mais ou menos assim: Na política, não raras vezes, “quem desdenha
quer ser comprado”. Sempre que um camarada se põe a falar mal e
pelos cotovelos das senhoras e senhores eventualmente detentores de
posições importantes no poder, sobretudo o Executivo e Legislativo,
basta uns 15 minutos de conversa entre as partes para que as
diferenças desapareçam e todos se abracem numa celebração porque
o “interesse público” naquele bate-papo teria sido colocado
acima das pretensões particulares. Sei! Anrram! Isso de criticar a
tudo e a todos o tempo inteiro funciona como um estratagema que,
pode-se dizer, é contemporâneo do rascunho da Bíblia. Agora, que
ninguém venha duvidar de que isso dá resultado sim, senhor. Ah, se
dá!
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