No Dia Mundial da Água, eis algumas palavras de ordem: Preservação e conservação

Hora de assumir uma outra postura diante do tema preservação e recuperação dos mananciais hídricos


Córrego Arrozal quase secou em Trindade. Reflexão para o Dia Mundial da Água.


Pois então, hoje é o Dia Mundial da Água. A efeméride bem que merece uma parada na correria nossa do dia a dia para ao menos tentarmos fazer uma rápida reflexão que seja a respeito do quão irrazoáveis ou irresponsáveis mesmo, temos sido no consumo deste líquido crucial para a vida em geral, especialmente a existência dos humanos na Terra, o "Planeta Água".

Talvez seja exagero afirmar, mas estamos usando e abusando da água de uma forma tão desmedida que basta uma olhadela à nossa volta para que facilmente nos deparemos com um córrego seco ali, riacho desaparecido acolá, um rio agonizando logo à frente. O agronegócio consome água demais para produzir alimentos, indústrias vão pelo mesmo caminho, seguida pelas unidades do comércio e nos estabelecimentos de prestação de serviços, enquanto que nas famílias pouca gente se preocupa em economizar ou usar com parcimônia a água nossa de todo dia, melhor dizendo, de toda hora.

Aqui mesmo em Trindade tivemos seriíssimos problemas de abastecimento de água no final do ano passado e tudo porque o Córrego Arrozal, principal manancial da “Capital da Fé” não consegue fornecer água suficiente para os seus mais de 121.266 mil habitantes, segundo dados estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Clique aquiaqui e aqui para saber mais um pouquinho sobre como foi a encrenca. Ao longo do curso do Arrozal, a fiscalização do Meio Ambiente flagrou a captação clandestina de água na zona rural e numa proporção espantosa. Como a estiagem foi severa por aqui, o lago onde a Saneago faz a captação esteve boa parte do período com muito pouca água e, por vezes, sequer em condições de retirada para o tratamento e distribuição.

Iniciado o período das chuvas, que não foi lá grande coisa ou não está sendo assim suficiente para fazer transbordar os reservatórios, o abastecimento foi ganhando uma certa normalidade, houve acomodação de todos, mas resta saber o que estamos fazendo para cuidar dos mananciais hídricos. Continuamos na pasmaceira de sempre, meio que imaginando a água como sendo um recurso renovável que jamais irá se acabar. As evidências apontam justamente o contrário e, no entanto, seguimos desmatando a zona rural sem dó nem piedade, os caras estão sugando e matando rios, como é o caso do Araguaia. Nas cidades não se percebe ações efetivas visando ao uso mais racional da água seja nas famílias (muita gente ainda lava calçadas, carros e rega plantas com água tratada…), no comércio, na indústria, no agronegócio a coisa não é diferente.

Por essas e outras é que o Dia Mundial da Água, imagino, devia servir como um motivo para todos nós e não apenas governos, autoridades, especialistas em meio ambiente ou militantes da causa preservacionista, pudesse assumir uma outra postura diante do tema preservação e recuperação dos mananciais hídricos. Estamos diante de um assunto que importa sim a todos, indistintamente. Só que não, pois boa parte das pessoas permanece, digamos, “deitada em berço esplêndido”. Até quando? Voltaremos a nos preocupar no exato momento em que ao abrirmos a torneira e dela não sair água, por estar sequinha da silva.


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