Cadê a mata ciliar que devia estar ali nas margens do Rio Verdão?
Rio
Verdão visto de uma ponte bem próxima a Santa Helena de Goiás
Rio Verdão bem cheio e sem mata ciliar, em Santa Helena de Goiás. |
Fazendo
uma viagem rápida por alguns municípios do Sudoeste goiano, nesta
semana, eis que me deparei com uma série de belas imagens pelo
caminho. A vegetação toda verde, uma explosão de cores, uma beleza
sem igual. Ê
Goiás bonito demais conta! Agora,
bacana mesmo está o Rio Verdão com seu leito caudaloso, enquanto
ainda temos chuvas
caindo
do céu, graças a Deus!
Parei
na ponte sobre o Rio Verdão, na Rodovia GO-164, distante, creio, uns
15 Km de Santa Helena de Goiás, com o objetivo de fazer algumas
fotos para o álbum da viagem. Justamente quando estava, imagino, na
metade da ponte que mede, no barato, mais de 100 metros, vem de lá
uma carreta em desabalada correria trazendo consigo uma ventania
daquelas bem fortes. Menino véi!, a ponte balançou sob os meus pés
de um tal jeito que, falando sério, quase me vi arremessado lá de
cima para algum outro ponto abaixo de onde eu estava.
Viajava
comigo um engenheiro civil que me deu umas breves explicações algo
tranquilizadoras a respeito do balanço da ponte sob o
peso descomunal de uma carreta carregadíssima e se locomovendo a uma
velocidade considerável. “A pista
da ponte
tem placas de concreto com uma certa folga, coisa mínima, de uns 5
cm, entre
uma e outra, justamente
para que a estrutura tenha uma certa maleabilidade
capaz
de diluir o impacto causado pelos veículos transitando ali em cima,
possibilitando haver
acomodação
segura de
toda a construção erguida em pilares muito bem fincados
no solo abaixo do leito do rio”, contou-me o amigo engenheiro.
Naquele
momento, sem brincadeira nenhuma, não me assustei muito, mas depois
de atravessar a ponte e chegar são e salvo, graças ao
Divino Pai Eterno,
na outra margem
e embarcar no carro com
meus companheiros de jornada para
seguir a viagem, deu medo sim. Papagaio! Que trem de doido, pensei.
Descontado
um certo exagero na narrativa deste episódio, posso garantir que a
aventura valeu
a pena pelas imagens, claro.
A
propósito das
fotos, em
cada flagrante se tem um ângulo diferente da
beleza do rio, e em
todos eles a denúncia
indisfarçável (afinal, uma imagem diz mais do que mil palavras...)
dos
maus tratos do bicho homem com aquele leito d'água vital inclusive
para a principal
atividade
econômica da cadeia produtiva de alimentos, o agronegócio, o grande
motor da economia goiana, tão
presente naquela região.
Até
onde a vista curta deste
blogueiro conseguiu
alcançar foi
possível enxergar
muito
pouco, quase nada, nadica de nada, de mata ciliar, tendo
como ponto de observação a mencionada ponte.
Verdade. Os donos das terras desmataram tudo, deixando as margens do
Rio Verdão naquele lugar
totalmente desprotegidas. Um atestado cabal de desleixo com o
principal recurso natural que sustenta a agricultura e a pecuária da
região. Talvez
seja o momento dos donos daquelas terras começarem a repor as
árvores, recriando ao menos uma matinha de várzea. Certamente a
Natureza agradecerá.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar... Vamos analisar para publicar nos comentários.