A vida do Padre Pelágio na tela do cinema em Trindade
Contando
35 anos de carreira na produção audiovisual, o ator e diretor Fábio
PH lança seu filme “Padre Pelágio, Santificado Seja o Vosso Nome”
Ao centro, Fábio PH, interpretando Padre Pelágio. (Foto: Divulgação) |
Nos
dias 23 a 26 de maio, no Cineteatro Afipe, acontecerá o primeiro
Festival de Cinema de Trindade, Visões do Sagrado, realizado pela Agência Municipal de Turismo e Superintendência de Comunicação e Eventos da Prefeitura de Trindade. Na programação,
o público terá a exposição de obras do Frei Nazareno Confaloni,
oficinas de gravação, exibição de vários filmes de curta
duração, shows com as cantoras Maria Eugênia, Nila
Branco e a banda Beat and Shout (tributo aos Beatles) e,
claro, o lançamento do filme “Padre Pelágio, Santificado Seja o
Vosso Nome”, do ator e diretor Fábio PH, também jornalista que
integra a assessoria de imprensa do prefeito de Trindade. Baseado na
história de vida e ministério do sacerdote alemão padre Pelágio Sauter, que nasceu na Alemanha, em Hausen am Tann, em 9 de setembro
de 1878 e morreu em Goiânia, em 23 de novembro de 1961, o filme de
Fábio PH, que interpreta o religioso católico, aborda também e com
destaque o período vivido em Trindade, utilizando atores e artistas
da cidade, inclusive pessoas fora do meio artístico. O diretor
salienta que a produção é “bairrista, trabalhando com equipe
técnica e artística goiana”, valoriza. Conversamos com Fábio PH,
nascido Fábio Assunção, que resolveu adotar as iniciais P, de
Pedro, seu pai, e H, de Helena, sua mãe, ao seu nome. “No interior
é comum a gente se referir desse modo às pessoas, dizendo fulano,
filho de João e Maria. No caso, sou Fábio, filho do Pedro e da
Helena”, revela o diretor. A seguir, publicamos, com exclusividade,
os principais trechos de nosso bate-papo com o diretor Fábio PH.
Blog
- Como foi o início de sua trajetória no campo da produção
audiovisual?
Fábio PH - Completo 35 anos de carreira audiovisual neste ano. Comecei na TV Bandeirantes, em São Paulo, em 1983. Pedi emprego diretamente ao senhor João Saad, fundador da emissora. Ele viu em mim algum talento, penso, me arranjou um emprego no departamento de Contabilidade e me orientou que fizesse o curso de Jornalismo. Eu trabalhava no escritório durante o dia e ia para os estúdios, à noite.
Fábio PH - Completo 35 anos de carreira audiovisual neste ano. Comecei na TV Bandeirantes, em São Paulo, em 1983. Pedi emprego diretamente ao senhor João Saad, fundador da emissora. Ele viu em mim algum talento, penso, me arranjou um emprego no departamento de Contabilidade e me orientou que fizesse o curso de Jornalismo. Eu trabalhava no escritório durante o dia e ia para os estúdios, à noite.
Blog
– Tempos difíceis, suponho, até porque, começo em qualquer
atividade é sempre complicado. Foi assim também?
Fábio
PH – Mais ou menos. Após uma grande crise, a Band passava por
um processo de reestruturação financeira, com o atual presidente Johnny Saad, começando a colocar a marca do seu trabalho na
emissora. Johnny tornou-se presidente em 1999, com a morte do senhor
João Saad, o “meu padrinho”, por quem sempre terei muita
admiração e respeito.
Blog
– E como se deu a transição da Contabilidade para a produção
jornalística na televisão?
Fábio
PH - Enturmei com a produção do programa Batalha 85. O redator
da revista foi enviado para a nova equipe da saudosa Hebe Camargo e
me deram a vaga dele. O apresentador Emílio Surita faz sucesso na
Band até hoje, apresentava o Pânico na TV até poucos dias. A Sandra Annemberg, que se transferiu para a Rede Globo, também
trabalhou neste programa que foi o responsável por revelar o William
Bonnemer Júnior, o Bonner, pois a Globo mudou o nome dele. Penso ter
sido o primeiro redator dele. Em um dia em que ele falou sobre os
Beatles. Primeira aparição dele na TV. Claro, me orgulho disso. O
excelente William é um dos meus ídolos. Tempos depois, fomos amigos
de Faculdade em Guarulhos.
Blog
– Quanto tempo você ficou na emissora e por quê decidiu retornar
a Goiás?
Fábio
PH – Fiquei seis anos na Band, em São Paulo, onde fiz muitas
coisas, participei da turma que levantou o caixa e a moral da
emissora no Brasil. Mas Goiás me chamava, a família, os amigos.
Retornei. Comecei tudo de novo. E não perdi o trilho, mesmo não
conseguindo viver do audiovisual, dos filmes, depois de centenas de
realizações no rádio e na TV. Optei por trabalhar um filme que me
desse projeção além-fronteiras, mas que me deixasse aqui no meu
Goiás. Filmes de curta duração, institucionais, documentários,
programas para a televisão. O que mais fiz em vida. Filmes de
ficção, este do padre Pelágio, é o meu segundo longa e terceira
obra. Sempre bairrista, trabalhando com equipe técnica e artística
goiana.
Blog
– E seu interesse pela vida e obra do Padre Pelágio, como isso
aconteceu?
Fábio
PH - Eu tinha um projeto de contar a história de Trindade,
começando pelo casal Constantino Xavier e Ana Rosa, que encontrou o
medalhão de barro com a figura da Santíssima Trindade coroando
Nossa Senhora, o marco da Romaria do Divino Pai Eterno em nossa
cidade. Mas conheci a trajetória maravilhosa, rica em benevolência,
do padre Pelágio Sauter, alemão de nascimento que se tornou goiano
de coração, enquanto cuidava de seu rebanho, atendendo aos pobres e
doentes que o procuravam em busca de auxílio e ele jamais negava
ajuda. Aliás, o sacerdote percorria todo o território como um
pastor que cuida de seu rebanho. Sem dúvida, temos naquele religioso
o melhor exemplo de prática cristã. A história do alemão Pelágio
Sauter precisava ser contada por nós.
Blog
– E o acesso ao material para você roteirizar o filme foi,
digamos, facilitado por estar em Trindade, alguma pessoa o ajudou?
Fábio
PH – A primeira pessoa a ser homenageada na quinta-feira (24),
às 19h, no Cineteatro Afipe, quando exibiremos o filme “Padre
Pelágio – Santificado Seja o Vosso Nome”, será o Padre Clóvis
Bovo. Ele é o responsável pelo enorme processo enviado ao Vaticano,
pedindo a beatificação do já venerável Padre Pelágio. Padre
Clóvis tem três livros editados, além de vasto material publicado
na internet.
Blog
– A propósito, a primeira noite do Festival de Cinema de Trindade
será marcada por homenagens?
Fábio
PH – Sim, além de um breve pronunciamento meu, teremos o
prefeito de Trindade, Jânio Darrot, acompanhado da primeira-dama
Daírdes Darrot, fazendo a entrega de Certificado de Honra ao Mérito
ao Padre Clóvis Bovo e ainda Helena Gonçalves de Assunção, minha
mãe, receberá um ramalhete de flores. Infelizmente não terei a
presença física do meu pai, Pedro Bernardes de Assunção, que
faleceu no ano passado.
Blog
– Como era a relação com seu pai, no tocante ao seu trabalho em
audiovisual?
Fábio
PH - Todas as vezes que falava ao meu pai que iria fazer um novo
filme, ele me pedia para comprar Dorflex, seu remédio para dor de
cabeça. [Risos] Mas, vou
contar, no dia 24 (quinta-feira), uma passagem muito interessante que
tive com o meu pai, sobre a minha vida com os filmes, poucos dias
antes da sua morte. Eu já estou me preparando psicologicamente e
prometo não chorar.
Blog
– E o que as pessoas que irão ao Festival de Cinema de Trindade na
quinta-feira podem já ir esperando? Que expectativa se pode ter a
respeito deste momento?
Fábio
PH - Grandes emoções no palco e na tela, é o que prometemos
para os amigos que prestigiarem esta grande noite do cinema goiano,
brasileiro, internacional, sei lá. Até lá.
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