A propósito da relativização de valores na política trindadense
Há
pessoas que sempre estão do lado daquele que detém a caneta que
nomeia e exonera auxiliares
“Vivemos
um momento onde os valores estão sendo relativizados, por isso, não
podemos abandonar as pessoas que mais nos ajudaram quando
precisamos”. (Jânio
Darrot,
prefeito de Trindade)
George, Ricardo e Jânio, prefeitos de Trindade (Fotos: Twitter/BSV/Alego) |
Acima
temos um trecho da nota divulgada pela assessoria de imprensa do
prefeito de Trindade, Jânio Darrot (PSDB), logo após as dispensas
de auxiliares que, de uma forma ou de outra, contrariaram os
interesses políticos do chefe do Executivo trindadense e de
seus
apoiadores também. Afinal,
as eleições 2018 já estão aqui entre nós.
Sobre
relativização de valores… Isso
me fez voltar no
tempo. Quando o então prefeito George Morais (2001-2008),
naquela época no PSDB, mas hoje no PDT, lançou sua esposa Flávia
Morais (com
semelhante trajetória do seu marido, PSDB à época, pedetista
agora) candidata
a deputada estadual, nas
eleições de 2002, foi
uma gritaria de vários políticos locais, contrariados pela decisão.
Havia gente
de olho
no apoio do casal para si próprio e, frustradas
as expectativas,
não
faltou quem tivesse alguma bronca.
O resultado é sabido, Flávia Morais venceu bem, foi reeleita,
tornou-se
secretária
de Estado, deputada
federal e
deve tentar agora o terceiro mandato para
a Câmara dos Deputados.
Dona Flávia desde aquela época militava na política trindadense e
ainda continua a fazê-lo.
Ah,
sim! Outro aspecto bastante criticado por políticos contrários a
George Morais tinha a ver com a escolha de auxiliares de outras
localidades, não trindadenses. Este blogueiro se cansou de ouvir
naquela época que “a gente não conhece mais os funcionários da
Prefeitura porque lá agora só tem estrangeiros”. Olhando as
atuais gestões, vemos que isso não assombra nem causa contrariedade
mais nos oposicionistas de hoje em dia. Aliás, há oposição
política nos limites territoriais da “velha Trindade da fé e do
amor?”
Continuando,
o
prefeito Ricardo Fortunato (PMDB),
no período de 2009 a 2012,
decidiu lançar seu irmão Nélio Fortunato (PMDB), a deputado
estadual, no
pleito de 2010, botou
pressão nos ocupantes de cargos comissionados e em quem mais
lhe
devia favores, em busca de apoio e votos para o seu parente, e
provocou
assim
um
auê.
Choveram críticas ao
então alcaide trindadense e
este blogueiro ouvia
muita queixa de apoiadores chateados, mas que não se rebelaram,
lógico, pois precisavam
do emprego. Nélio ganhou e bem a parada, mas quando tentou a
reeleição deu com os burros n’água, roteiro
muito parecido seguido por Ricardo, logo em seguida.
Nélio ainda é visto, não com tanta
frequência assim,
pelas bandas de Trindade, sua
terra natal.
Agora,
o prefeito Jânio Darrot resolveu cobrar (mandando
gente embora para servir de exemplo, ora pois) apoio
de seus auxiliares e apoiadores, sobretudo daqueles
com cargos comissionados regiamente pagos pelo contribuinte (eu, você
aí e todos nós mesmo…), a abraçarem as campanhas de candidatos
escolhidos por ele, a saber, o deputado estadual Francisco de
Oliveira (PSDB), vários outros a deputado federal, e, claro, o
governador hoje
tucano,
mas
egresso do DEM, do PP, José Eliton. Nenhum deles, digamos assim,
pode
ser considerado
militante político na “Capital da Fé”. Ou
vale levar
em consideração este
período de pré-campanha eleitoral? Melhor
não.
Terminemos
logo
isso
aqui, pois o texto acabou ficando relativamente maior do que o
previsto. A
tal da relativização de valores e do modo de ver as coisas na
política, não é fenômeno exclusivamente trindadense, mas é
interessante notar como há gente que, diante de um fato semelhantes
a outros,
toma partido invariavelmente de quem está no poder (isso
parece ser algo imutável),
tendo na mão a caneta que assina as nomeações e exonerações para
os cargos e funções no poder público. No caso, na Prefeitura
Municipal de Trindade. Pois é, pois é, pois é.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar... Vamos analisar para publicar nos comentários.