A propósito, José Eliton é o herdeiro do “tempo novo”
O
patrimônio que o candidato Zé está herdando é político,
integrado por avaliações positivas, negativas e rejeições
Caiado, Zé Eliton e Daniel (Foto: Reprodução) |
Nas
primeiras inserções da propaganda do governador José Eliton
(PSDB), candidato à reeleição, no início deste mês, usando um
sotaque algo irônico, o atual “inquilino da Casa Verde”
mencionou a condição de herdeiros tanto de Ronaldo Caiado (DEM)
quanto do Daniel Vilela (MDB), seus principais adversários na
presente corrida rumo ao comando do Governo de Goiás, nas eleições
de 7 de outubro próximo.
Zé,
como tem se apresentado ao distinto público votante, certamente por
sugestão dos gênios do marketing político a serviço do agora
tucanto que já foi democrata e pepista, tentou estabelecer uma
diferença entre a sua trajetória que seria a de alguém que se fez
por si próprio, enquanto os outros nasceram em berços de ouro.
Talvez funcione, mas convém duvidar da eficácia de semelhante
argumentação.
O
Caiado segue usando o nome da família. Daniel, filho do
ex-governador Maguito Vilela, tem usado nesta campanha apenas o
primeiro nome dele. Deve ser para atender ao “sábio” conselho de
algum outro marqueteiro político também. Os dois últimos são
herdeiros de sólidos patrimônios materiais e políticos, vale
frisar. Melhor seria não tentar escamotear essa condição por
demais conhecida por todo mundo.
Só
que José Eliton é herdeiro sim, senhor. Na condição de candidato,
o Zé é herdeiro do patrimônio político do grupo cognominado de
“Tempo Novo”, cujo principal nome, fiador, é o do ex-governador
Marconi Perillo (PSDB), de quem Eliton era o vice. Sempre bom lembrar
disso. Até porque, politicamente falando, o Zé está longe de fazer
sombra ao seu antecessor ao lado de quem chegou ao centro do poder do
comando da “máquina estatal” em terras goianas.
A
questão é que a pessoa herda patrimônio que é composto por bens,
direitos e obrigações, conforme nos ensina a contabilidade geral.
Aquelas coisas tangíveis, sobretudo. No caso dos políticos, meio
que fazendo uma comparação aí, Zé Eliton é herdeiro do
patrimônio político do grupo que está comandando o Governo goiano
desde 1998. Formam este patrimônio político, integrado basicamente
por elementos intangíveis, as avaliações positivas, negativas e a
rejeição com que o eleitorado parece estar avaliando o conjunto da
obra produzida pelas sucessivas administrações da base aliada
marconista.
Por
essas e outras, o Zé candidato desfere “murro em ponta de faca”
ao dizer que não é herdeiro de ninguém. Sua excelência está
herdando sim o patrimônio político do seu grupo, inclusive a
rejeição. Isso talvez seja um incômodo, mas não tem como herdar
apenas o aspecto positivo do patrimônio. No fim das contas, essa é
a herança do Zé candidato; como será administrado o patrimônio aí
é que são elas.
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