Marconi Perillo é preso na Operação Cash Delivery


Do topo da política nacional no início do ano, passando pela derrota nas eleições para o Senado Federal, no Domingo (7), até a prisão temporária na sede da Polícia Federal em Goiânia

Marconi Perillo (PSDB), preso na Operação Cash Delivery. (Reprodução)



Na verdade, havia sim a expectativa de que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) poderia vir a ser preso, mas isso era algo, digamos, como uma possibilidade remota demais da conta. Nos bastidores da política goiana os comentários eram frequentes sobre o risco para ele, Marconi, ficar sem mandato, portanto, a descoberto da chamada prerrogativa de foro, diante das denúncias que pesavam contra ele feitas por executivos da Odebrecht em acordos de delação premiada, no âmbito da Operação Lava Jato e seus desdobramentos em vários estados brasileiros. Afinal de contas, peixes graúdos da política brasileira foram parar no xilindró por questões parecidas, por exemplo, Sérgio Cabral (ex-governador do Rio de janeiro) e Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara dos Deputados). E acabou que foi tudo rápido absurdo. Veja você que Perillo era governador de Goiás no início deste ano. No mês de Março, o cara estava no topo do poder político goiano, circulava com desenvoltura entre os protagonistas da campanha tucana para presidente da República. Foi guindado à posição de coordenador da campanha do Geraldo Ackmin... Poucos meses depois, eis que Marconi está, hoje, atrás das grades, em prisão temporária, na sede da Polícia Federal em Goiânia, desde ontem (quarta-feira, 10), quando compareceu para depor e ouviu então a notícia de que estava preso. E isso depois de perder a eleição para o Senado e ter levado consigo o "Tempo Novo", grupo político que ajudou a fundar lá em 1998, e foi o seu grande líder, para a derrota, nas eleições do último domingo (7). Bastou que surgisse no caminho a Operação Cash Delivery, da Polícia Federal, com o Ministério Público Federal, autorizada pela Justiça Federal, promovendo buscas e apreensões de equipamentos e até dinheiro vivo (mais de um milhão de reais!) em residências de Marconi e de pessoas a ele ligadas, tendo efetuado prisões de colaboradores importantes do ex-governador Perillo, caso de Jayme Rincón, ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), além de coordenador geral da campanha pela qual o governador José Eliton (PSDB) tentou e não conseguiu sua reeleição. Estamos falando de alguém que foi deputado estadual, federal, quatro vezes governador de Goiás e senador. Nesses 20 anos mais recentes, Marconi Perillo foi o cara da política goiana, sem sombra de dúvidas. Incrível esse desfecho! Surpreendente mesmo! Agora é aguardar o desenrolar do processo na Justiça e ver como Perillo sairá desse enrosco enorme. E, por outro lado, aos menos três grandes adversários (inimigos?) de Marconi encontram-se atualmente como vencedores: Caiado, eleitor governador de Goiás; Kajuru, eleito senador, e Cidinho, eleito deputado federal... Papagaio! Que tombo!


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