Alberto Grecco é candidato a presidente da Subseção de Trindade da OAB
“Não
foi uma decisão pessoal”, informa o candidato da Chapa 5 que
disputa o comando da entidade representativa da advocacia trindadense
Alberto Borges, advogado. (Foto: Reprodução) |
Alberto
Vieira "Grecco" Borges Júnior é advogado formado pela Pontifícia
Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), em 2003, chegou a cursar
mais da metade do curso de Administração de Empresas, e menos da
metade do curso de Gestão Pública, ambos na Universidade Estadual
de Goiás (UEG). Pós-graduado em Docência Universitária, pelo
Instituto Aphonsiano de Ensino Superior (IAESUP), Alberto Borges
possui ainda um acervo de mais de 100 aprovações em cursos
realizados pela melhor universidade corporativa do mundo, a
Universidade Banco do Brasil (UNIBB). Um bom número desta centena de
cursos foi realizado pela Harvard Managementor. Além disso, o
advogado detém Certificações de Mercado, tais como: investimentos
(ANBID), inglês (UNIBB), comércio exterior (FGV) e conhecimento
jurídico (FGV). Alberto Borges é candidato a presidente da Subseção
de Trindade da Ordem dos Advogados do Brasil, à frente da Chapa 5
(Nova OAB Trindade, Fé para Mudar), que conta com Maurício Pires de
Barros, vice-presidente; Marleth Campos, secretária-geral; Altamiro
Alves Moreira, secretário-geral-adjunto; Kelly Cristina de Resende,
diretora-tesoureira. As eleições estão marcadas para o dia 30 de
novembro. A seguir, leia os principais trechos da entrevista
exclusiva com o Alberto Borges.
Blog
- Por quê decidiu agora disputar o comando ou liderança da OAB em
Trindade?
Alberto
Borges - Não foi uma decisão pessoal. Na verdade, o grupo maior
ao qual pertenço que lançou esta chapa, colocou meu nome em pauta,
haja visto as características especiais do pleito, e então aceitei
essa tarefa nada fácil de conduzir por três anos a advocacia
trindadense.
Blog
- Qual deve ser, digamos assim, a ideia central defendida pela sua
chapa?
Alberto
Borges - Na verdade, trabalhamos em cinco pilares, mas poderíamos
resumir toda esta ideia, na ótica da valorização da advocacia.
Nossa profissão está perdendo credibilidade. A sociedade já não
olha o advogado com o mesmo esmero, o judiciário nos tem por
inimigos, os políticos acham que podem dominar nossa já abafada voz
e os criminosos já ousam nos assassinar às claras, nem aguardando o
pôr do sol.
Blog
- Haver disputa pelo comando da entidade não provoca uma divisão
profunda que pode atrapalhar a defesa dos interesses da categoria?
Alberto
Borges - Costumo dizer que apenas um adversário forte pode nos
fazer melhorar. Uma boa luta nos permite evoluir. A disputa classista
nos permite isto. Apontamos os êxitos, os defeitos, criticamos,
sugerimos mudanças, tudo convergindo ao final para o fortalecimento
desta instituição que tanto já amparou o Brasil. Tenho me
orgulhado de pertencer a esta categoria aqui na “Terra Santa” já
que nossos colegas têm se mostrado com alto nível de espírito
democrático.
Blog
- A atuação da OAB hoje em dia precisa ser melhorada, em que
aspecto?
Alberto
Borges - Sempre é possível melhorar. O próprio ser humano é
assim, desde o nascimento estamos aprendendo e pondo em prática
coisas novas. A OAB pode ser mais atuante na confecção das
diretrizes de nossa governabilidade, por exemplo, podem ser criadas
comissões que ajudem o poder público estabelecer diretrizes e leis
para determinadas situações específicas posto que as comissões
são entregues àqueles colegas que dominam com maestria determinada
pauta. No entanto, é primordial que a atuação da OAB seja forte e
incisiva contra a corrupção, contra a perpetuação de processos
criminais por décadas, levando-os à prescrição e a impunidade. A
OAB tem que ser o exemplo. Para finalizar, acho que a urbanidade
entre os poderes deve ocorrer, entretanto, não pode se tornar laços
de amizade que impeçam o agir soberano da instituição em favor de
seus patrocinados.
Blog
- Você pretende ser presidente da Subseção de Trindade da OAB para
implementar quais ações?
Alberto
Borges - Quero primeiro mostrar ao advogado que seu papel é
superimportante na sociedade em geral. Todo advogado é um formador
de opinião e precisa usar isto em favor do melhor para sua
comunidade. Depois, preciso criar comissões que dividam comigo a
gerência e administração da OAB, posto que o tamanho da mesma não
permite mais concentração de poder, principalmente para os
advogados militantes do Trindade Leste que estão mais distantes do
QG da OAB. Seria ainda, um sonho realizado, fazer com que os
advogados tivessem orgulho de serem advogados. Que os concursos
fossem uma segunda ou terceira opções em suas carreiras.
Blog
- Ser advogado parece ter se tornado profissão de risco, nos últimos
tempos. Referi-mo aos assassinatos de advogados em Goiás
recentemente. O quê fazer para superar essa dificuldade?
Alberto
Borges - No Brasil de hoje, simplesmente ir à padaria tem-se
tornado uma ação de alto risco. Tudo pelo aumento exacerbado da
violência. A raiz de nossos males está na corrupção e todos nós
sabemos disso. A corrupção draga do povo brasileiro o direito a uma
vida digna. Ninguém está a salvo quando não há educação, saúde,
transporte, esporte, emprego etc. Essa corrupção avassaladora jogou
nosso país em um caos profundo e, junto com a miséria, nasceu a
ignorância e assim inevitavelmente pariu-se a violência. Mas não
estamos vivendo uma violência casuística. Não. O que se vê são
pessoas dispostas a cometer a violência. Antes a violência era
ocasional, dependia de um estado de fúria. Hoje, o que mais me
assusta é saber que quando a polícia chega armada em um local de
crime, não há a fuga. Ao contrário, há enfrentamento. Ainda que
em menor número, o marginal quer se expor à morte. Estamos vivendo
uma violência terrorista. Uma violência com discurso. Muito pouco
podemos fazer em nível municipal, mas o muito pouco é grande quando
não há nada. A OAB deve ser um companheiro das polícias. Uma
protetora também dos direitos dos policiais, principalmente o
direito à vida. Uma Polícia forte se converge em população
protegida.
Blog
- E quanto a atuação da entidade na comunidade, qual deve ser o
Norte, em caso de vitória de sua chapa?
Alberto
Borges - A OAB desempenhava, no passado, um papel extremamente
relevante. Atendíamos centenas, se não milhares, de famílias
anualmente. Com a chegada da Defensoria Pública uma política
equivocada tanto do governo quanto do judiciário afastou a sociedade
mais carente da figura do advogado não concursado. Gostaria muito,
se eleito, de equilibrar novamente este peso. Trazer ainda a
sociedade para dentro da OAB e levar a OAB para fora. A Ordem dos
Advogados do Brasil tem muito a oferecer à sociedade, inclusive às
escolas, às faculdades, às empresas, aos idosos, ao município etc.
Blog
- Como está o relacionamento dos advogados em Trindade com o
Judiciário, o Ministério Público, enfim, as instituições como um
todo?
Alberto
Borges - Não são boas. Há uma incompreensão profunda entre
todos os lados. Existem dois pontos básicos de pressão sobre esta
corda tênue. A primeira, alavancada pela quantidade de advogados no
mercado. Surgindo a seguinte equação: mais advogados, mais
processos. De outro, lado a criação de metas para juízes que,
assim como em bancos precisam cumprir metas. Apesar do atual
presidente da OAB Trindade, Dr. Marcelino Galindo ter excelente
relacionamento com as instituições deste município, ventos que
sopram da capital goiana trazem tempestades. O judiciário acusa o
presidente que tenta a reeleição na Seccional Goiás, Dr. Lúcio
Flávio, de fomentar discórdia, e já não fazem sequer oposição
velada, contra a advocacia.
Blog
- As prerrogativas dos advogados têm sido respeitadas em Trindade ou
falta ainda alguma coisa a ser melhorada?
Alberto
Borges - De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as
prerrogativas do advogado existem não como privilégios para a
classe, mas para garantir o exercício da função com independência
e inviolabilidade, a serviço dos cidadãos. Algumas das
prerrogativas constam no Estatuto do Advogado, como a ausência de
hierarquia e subordinação entre advogados, magistrados e membros
dos Ministérios Públicos, onde todos devem tratar-se com igual
respeito. Como já disse, tudo pode ser melhorado, de ambas as
partes. Trindade possui excelentes advogados, juízes, promotores,
servidores etc. Entretanto, creio que falta sensibilidade por falta
dos órgãos políticos e judiciais para valorizar o serviço zeloso
dos colegas advogados, que nada mais querem do que construir uma
carreira digna e que possa ser suficiente para o sustento de sua
família. No entanto, se eleito, estarei assumindo a defesa dos
direitos dos advogados e não da magistratura ou dos serventuários.
Se houver exageros terão que falar comigo.
Blog
- Que balanço você faz deste momento em que vive o advogado no
Brasil, em Goiás e em Trindade? Estamos falando de uma profissão
que vale a pena ser exercida?
Alberto
Borges - Neste mês de novembro, o Brasil chegou à incrível
marca de 1 milhão de profissionais da advocacia, segundo dados do
Cadastro Nacional de Advogados (CNA). O número é expressivo, já
que há cerca de 1 profissional da área para cada 200 brasileiros.
Por si só, este dado já é extremamente alarmante e exige políticas
públicas emergenciais. Isto é uma loucura. E não há precedentes
no mundo. Tenho uma informação simplesmente estarrecedora. Existem
mais faculdades de direito no Brasil, 1.240, do que em todo resto do
mundo. A soma total de faculdades de direito no mundo chega a apenas
1.100 cursos. A advocacia é uma profissão maravilhosa, vale a pena
lutar por ela, mas a luta tem que ser aguerrida, porque é um mercado
extremamente competitivo e voraz. Por isso acredito que não podemos
errar.
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