Néli Cárita disputa a presidência da Subseção de Trindade da OAB
Advogada
afirma ter “consciência de que muito ainda pode ser feito” pela
entidade
Néli Cárita, advogada (Foto: Reprodução/Divulgação) |
Néli Cárita é advogada formada pela Faculdade de Direito de Anápolis (FADA), em 2000, atualmente UNIEVANGÉLICA. Especialista em Direito Processual Civil, pela Universidade Federal de Goiás (UFG), no ano de 2007, e em Gestão e Planejamento Urbano, também pela UFG, em 2017, Néli Cárita atua como advogada há 18 anos. Atual vice-presidente da Subseção de Trindade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Néli Cárita é candidata a presidente da entidade, na chapa “Pra Frente OAB Trindade 1”, que conta ainda com os demais advogados: Gleidson Emanuel, vice-presidente; George Alexander, secretário-geral; Nayra Juliana, secretária-geral adjunta e Lilian Pereira, tesoureira. As eleições serão realizadas no dia 30 de novembro. Veja a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva com a advogada.
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- Por quê disputar agora o comando ou liderança da OAB em Trindade?
Néli
Cárita - Sempre tive enorme orgulho da profissão que escolhi.
Entretanto, nunca pensei que ingressasse nas lides classistas. Nesse
triênio em que exerço a vice-presidência da Subseção de
Trindade, liderada pelo Dr. Marcelino Assis Galindo, percebi que nós
advogados(as) fazemos parte de uma classe de lutadores(as) e
perseguidores(as) do bom direito em prol da sociedade.
Verdadeiramente temos uma OAB respeitada perante o judiciário e a
sociedade. Hoje, a Subseção de Trindade tem uma forte
representatividade perante todos os trindadenses e também percebo
que houve o retorno da dignidade para a classe. Assim, olhando para
trás e vendo o caminho já percorrido e ciente de que muito ainda
pode ser feito, coloquei meu nome à disposição da classe. Tenho
consciência de que muito ainda pode ser feito.
Blog
- Qual deve ser, digamos assim, a ideia central defendida por sua
chapa?
Néli
Cárita - Nossa chapa é verdadeiramente maravilhosa. As
presenças dos doutores Gleidson Emanuel e George Alexander, bem como
das doutoras Lilian Moura e Nayra Juliana me trazem a certeza de que
o nosso grupo é de qualidade e competência irrefutáveis. Os
currículos de todos os integrantes os credenciam a pleitearem a
representatividade da advocacia trindadense. Difícil defender uma
ideia central com um grupo com tanta capacidade de desenvolvimento.
Talvez, poder-se-ia dizer que a ideia central é caminhar para frente
nas defesas dos valores institucionais da categoria, uma vez que sob
o aspecto físico e estrutural, a atual gestão conseguiu colocar o
“trilho nos eixos”.
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- A disputa pelo comando da entidade não provoca também uma divisão
que pode atrapalhar a defesa dos interesses da categoria?
Néli
Cárita - De modo algum. A nossa categoria é diferenciada, sob o
ponto de vista de que há debate tão-somente no campo de ideias.
Afinal, nossa atividade é eminentemente intelectual. Passado o
pleito, todos os colegas se encontrarão nos corredores dos Fóruns e
dos Tribunais, exercendo o dever de ética e urbanidade que o
Estatuto da OAB prevê no exercício da profissão. Portanto,
qualquer acidez momentânea, pode ter certeza de que não partirá de
nosso grupo. Estamos em pleno regime democrático, de modo que cada
chapa saberá perfeitamente apresentar suas propostas e, por sua vez,
os advogados escolherão livremente a chapa que entenderem que melhor
os representa.
Blog
- A atuação da OAB hoje em dia precisa ser melhorada, em que
aspecto?
Néli
Cárita - A nossa OAB, tanto em nível Seccional quanto na
Subseção, cresceu muito. Contudo, sempre há o que ser melhorado. É
imperioso que os colegas, ao analisarem as chapas em disputa, avaliem
se nossa Subseção de Trindade está hoje melhor ou pior que estava
há 34 meses. Efetivamente melhoramos a estrutura física, bem como
somos uma classe respeitada pelos órgãos do Poder Judiciário,
Ministério Público, Polícia Civil e servidores, estando atualmente
com as contas em dias. Nesse sentido, é muito importante reforçar e
manter a gestão descentralizada, transparente e participativa da
Subseção, bem como ampliar os benefícios para os advogados junto à
CASAG, trazendo, por exemplo, o escritório compartilhado.
Blog
- Você pretende ser presidente da Subseção de Trindade da OAB para
implementar quais ações?
Néli
Cárita - Ao escutarmos a classe, optamos por apresentar
propostas factíveis, sem excessos. Deste modo, pretendemos
implementar o Boomerang, projeto em que o(a) advogado(a) adquire um
serviço da Subseção Trindade e abate no valor da anuidade, para
xerox, esmalteria, barbearia e estacionamento, entre outros. Também
pretendemos instaurar a delegacia regional da OAB na região leste de
Trindade, com a melhoria dos espaços físicos da Subseção de
Trindade e visando a valorização da atuação do(a) advogado(a).
Nossa profissão cresceu muito, de modo que é imprescindível dar
apoio à advocacia jovem local, fomentando grupos de estudos para a
atualização jurídica e para a prática forense, com a criação de
uma plataforma digital noticiando a existência de vagas para
estagiários(as), advogados(as), incluindo banco de dados de
currículos para contribuir com o aumento da empregabilidade entre os
advogados(as). Tudo isso, por consequência, vai melhorar a
integração entre OAB e Faculdades da região. Pretendemos ainda
melhorar o ensino jurídico, trazendo a Pós-Graduação na Escola
Superior de Advocacia. No que diz respeito às nossas comissões,
pretendemos criar uma Secretaria para coordenar a atuação das
comissões da Subseção; realizar uma reunião aberta com a
Diretoria por mês; revitalizar comissões para que sejam atuantes,
participativas e em sintonia com a diretoria, com advogados(as) e com
a sociedade e criar a comissão de Inovação, Gestão e
Empreendedorismo. No que diz respeito às mulheres advogadas, temos
três prioridades básicas: Cumprir o Plano Nacional de Valorização
da Mulher Advogada; realizar a Semana da Mulher Advogada, com
palestras, debates, cursos e confraternizações e cumprir o disposto
no art. 7º-A da Lei 8.906/1994 para proporcionar reserva de vaga em
estacionamentos do fórum destinado a advogada grávida. Tenho
certeza que os membros da chapa PrafrenteOABTrindade realizarão uma
gestão eficiente e que muito qualificará toda a classe.
Blog
- Ser advogada parece ter se tornado profissão de risco, nos últimos
tempos. Referi-mo aos assassinatos de advogados em Goiás
recentemente. O quê fazer para superar essa dificuldade?
Néli
Cárita - Essa é uma questão altamente delicada. Eu,
particularmente, em hipótese alguma, pretendo obter porte de armas.
Ao que parece, grande parte dos colegas são favoráveis ao porte de
armas aos advogados. Esse é um assunto que deve ser criteriosamente
tratado pela Seccional e pela OAB Nacional. Abro aqui um parêntese
para esclarecer que grande parte desses assassinatos que você se
referiu na pergunta, se tratam, ao que tudo indica, de execução. Em
casos tais, mesmo a pessoa estando armada (ou não) dificilmente
conseguiria se defender. Resta aqui apenas a reflexão. Ou seja,
ainda há muito o que se debater sobre esse tema.
Blog
- E quanto à atuação da entidade na comunidade, qual deve ser o
Norte, em caso de vitória de sua chapa?
Néli
Cárita - Pelo que entendi, a pergunta se refere a atuação da
OAB na sociedade. Esse é um ponto que tenho imenso carinho. Hoje
ocupo a presidência da Comissão Especial das Voluntárias Advogadas
(CEVA) e lá descobri a enormidade de ações que podem ser
executadas pela OAB. Nossa chapa pretende: Estimular a Ordem para o
exercício das causas sociais, bem como fazer parcerias com empresas,
com instituições do terceiro setor e outras instituições para
fomentar ações que valorizem a cidadania. Também pretendemos
incentivar e capacitar advogados(as) para atuarem como palestrantes
voluntários(as) em temas relacionados à cidadania, inclusão
social, suicídio, bullying e diversos temas de interesse social, de
forma permanente em escolas, faculdades e instituições parceiras,
levando ao conhecimento dos(as) advogados(as) ações de instituições
da sociedade civil que beneficiam diversos segmentos da população,
como crianças, adolescentes, estudantes, idosos e pessoas portadoras
de necessidades especiais. Enfim, colocar a OAB como fator
determinante na sociedade, mediante trabalhos assistenciais voltados
ao bem comum de toda a sociedade e proporcionar ações e eventos em
datas comemorativas, visando a interação entre os advogados e as
advogadas e a sociedade.
Blog
- Como está o relacionamento dos advogados em Trindade com o
Judiciário, o Ministério Público, enfim, as instituições como um
todo?
Néli
Cárita - Atualmente em plena harmonia. Todas as instituições
se respeitam institucionalmente.
Blog
- As prerrogativas dos advogados têm sido respeitadas em Trindade ou
falta ainda alguma coisa a ser melhorada?
Néli
Cárita - Nesses 18 (dezoito) anos de advocacia percebo que houve
significativo avanço no que diz respeito às prerrogativas. Contudo,
essa é uma pauta permanente de nossa classe, sobre a qual jamais
devemos nos dar por satisfeitos. Ainda existem muitas afrontas e
desrespeito às prerrogativas de nossa classe. Para avançar sobre
essa questão pretendemos disponibilizar um procurador de
prerrogativas por mês para atendimento aos advogados na subseção
Trindade. Do mesmo modo, também queremos trazer para a Subseção o
curso de prerrogativas, o qual possibilitará que o(a) advogado(a)
esteja preparado(a) para a defesa de suas prerrogativas, revigorando
a Comissão de Prerrogativa local, a qual será vinculada à
Seccional, com a consequente elaboração de um Guia de Prerrogativas
para distribuição aos advogados e advogadas.
Blog
- Que balanço você faz deste momento em que vive o advogado no
Brasil, em Goiás e em Trindade? Estamos falando de uma profissão
que vale a pena ser exercida?
Néli Cárita - Bela pergunta. Disse no lançamento de nossa chapa e
aqui repito: Sempre tive enorme orgulho da profissão que escolhi.
Adoro minha profissão e não me vejo em outro lugar. Entretanto,
passamos por um momento social delicado. Graves crises institucionais
e políticas instauradas, de modo que toda e qualquer profissão
passa por percalços. Com a advocacia não é diferente. O momento do
Brasil exige cautela e prudência. Vejo as profissões sendo
reinventadas. Antes, o colega precisava de um grande escritório e de
uma mega-estrutura para prosperar. Hoje, com a consolidação do
processo eletrônico, percebo que o(a) advogado(a) que atua com
seriedade e respeito aos clientes e aos colegas de profissão, pode
ter uma estrutura modesta e perfeitamente se consolidar no mercado de
trabalho. Para isso, depende de credibilidade, tempo, estudo e
confiança. Costumo brincar com os colegas dizendo que temos três
potenciais inimigos: Prazos, provas e clientes estressados. Mas mesmo
assim, ainda vejo como uma profissão que vale sim a pena ser
exercida. A reputação se constrói no dia a dia e leva-se tempo.
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