Entrevista: Valdivino Barbosa, coordenador da Vigilância Sanitária de Trindade
A
Vigilância Sanitária trabalha de maneira “silenciosa e muito
responsável”, garante o coordenador
Valdivino Barbosa, coordenador de Vigilância Sanitária (Foto: Divulgação) |
Valdivino
Barbosa Vieira tem experiência em administração pública, pois foi
vereador em Trindade, presidiu a Câmara Municipal,
passou por outros cargos na Prefeitura até chegar ao comando da
Coordenação de Vigilância Sanitária, no início do mês passado,
com o objetivo em mente de “tentar imprimir um dinamismo mais
atualizado para a nossa realidade e necessidade”, conforme declarou
recentemente. Valdivino Barbosa coordena uma equipe integrada por 12
profissionais “bem preparados e conhecedores da legislação nos
níveis federal, estadual e municipal”, informou. Tivemos uma
conversa com o coordenador de Vigilância de Trindade e destacamos, a
seguir, os principais trechos.
Blog
– O senso comum indica que órgãos como a Vigilância Sanitária
funcionam com o objetivo de punir quaisquer infrações. Isso
procede?
Valdivino
Barbosa – Não. A Vigilância tem sim tentado fazer com que as
pessoas e o comércio em geral estejam adequados e aptos a trabalhar
de forma higiênica, oferecendo seus produtos com mais qualidade para
o consumo. Agora, quando o comerciante não quer se adequar de forma
correta para vender seus produtos, ele fica sujeito à interdição
do seu estabelecimento. Neste sentido, a Vigilância funciona mais
como um órgão orientador.
Blog
– Recentemente, foram realizadas operações coibindo
irregularidades na comercialização de produtos consumidos em
Narguilés e até carnes (bovinas e suínas). As apreensões dos
produtos e descartes dos mesmos poderia ser evitadas? Digamos, as
carnes eram impróprias para o consumo humano?
Valdivino
Barbosa – A Vigilância
nestes dois casos foi acionada pela promotoria de Justiça. Os
narquilés foram uma operação que envolveu a Polícia Militar,
Procon, Posturas e Vigilância Sanitária, no sentido de coibir o
comércio ilegal de essências (mistura de produtos alucinógenos
ilegais), presença de menores naqueles estabelecimentos e vendas de
outros entorpecentes, viabilizando, entre os jovens, o tráfico. No
caso das apreensões de carnes, foi uma ação do Ministério Público
Estadual, Agrodefesa, Polícia Civil de Goiânia e Polícia Militar
também de Goiânia. Na ação, a Vigilância Sanitária teve que
acompanhar. Foram apreendidos produtos sem notas e/ou produtos fora
de temperatura classificada como inadequadas para o consumo humano.
Estes produtos e todos os outros que são apreendidos são
descartados no Aterro Sanitário. É
importante salientar ainda que, no caso dos Narguilés, a Vigilância
Sanitária atua na parte que não se comprova origem legal do produto
utilizado (Notas Fiscais, produtos autorizados pela ANVISA).
Blog
– Mas na questão da apreensão da carne não existe uma forma
legal de se evitar descarte do produto, em determinados casos?
Valdivino
Barbosa – Ainda sobre a
operação de Fiscalização Sanitária que originou a apreensão de
carnes, temos a esclarecer que apenas ocorre o recolhimento das
carnes quando não se comprova a origem do produto, sua regularização
junto aos órgãos de registro e ameaça à segurança alimentar e à
saúde pública, sendo que não é nenhum intuito fazer nenhuma
apreensão, mas, ao se deparar com irregularidade, o poder-dever que
é imposto ao poder de polícia da fiscalização não tem outra
opção na ação, sob pena de responder por omissão do dever,
ressaltando ainda que foram feitas várias reuniões com comerciantes
sobre a necessidade de regularizar o produto e sua forma de
comercialização, evitando que pudesse acontecer as apreensões e
posteriores descartes.
Blog
– De um modo geral, qual o segmento do comércio e indústria em
Trindade que vem merecendo maior atenção (e por quê) da Vigilância
Sanitária?
Valdivino
Barbosa – Todo o comércio
que envolve fabricação e ou manipulação de alimentos, cuidados à
saúde e segurança alimentar, para se conseguir o alvará de
funcionamento, precisa de uma inspeção da Vigilância Sanitária
para liberação inicial e posteriormente, fiscalização para o
regular funcionamento.
Blog
– Qual a diretiva de funcionamento da Coordenação de Vigilância
Sanitária, priorizar a fiscalização ou também promover atividades
voltadas para a orientação das pessoas, bem como comerciantes e
trabalhadores da indústria?
Valdivino
Barbosa – Todas as nossas
ações são no sentido de orientar o comerciante a ter um produto
com mais qualidade para o consumidor, analisamos vários itens do
estabelecimento, como estrutura de funcionamento e seus itens
necessários e se está adequado para tender o cliente, se naquele
estabelecimento não tem mercadorias vencidas, se o armazenamento dos
produtos está adequado e várias ações nas quais visamos somente
proteger o consumidor e auxiliar o comerciante a ter produtos com
qualidade em seus estabelecimentos.
Blog
– Como a população de Trindade avalia o serviço realizado pela
Vigilância Sanitária, em sua opinião? O senho tem alguma
informação neste sentido?
Valdivino
Barbosa – Poucas pessoas
acham que realizamos um serviço visando à saúde da população,
principalmente o comerciante que pensa, por muitas vezes, que quando
chegamos em seus estabelecimentos somente para punir. Mas a
população, em geral, reconhece a necessidade de uma fiscalização
responsável e atuante. A Vigilância realiza outros trabalhos, como
coleta de água que abastece nossa cidade. Todos os meses, coletamos,
em vários setores de Trindade, frascos de água que chegam nas
residências, mandamos para análise, para ver a qualidade da água
que estamos consumindo. No “pé da letra”, a Vigilância trabalha
para que o município tenha estabelecimentos mais adequados e prontos
para servir produtos com mais qualidade para as pessoas, evitando
assim contaminações e menos pessoas nos postos de saúde e
hospitais.
Blog
– Como o senhor definiria a forma de atuação da Vigilância
Sanitária então?
Valdivino
Barbosa – Em síntese, a
Vigilância Sanitária Municipal atua de maneira “silenciosa” e
muito responsável nas atuações diárias das fiscalizações dos
estabelecimentos comerciais e industriais no município, com atuação
constante na abertura de empresa e seu regular funcionamento e,
ainda, nas diversas operações conjuntas solicitadas pelo Ministério
Público Estadual, Superintendência de Vigilância Sanitária
Estadual (SUVISA), no acompanhamento de fiscalização de abrigo de
idosos, recuperação de viciados em drogas e etc. Também
constantemente cumprimos visitas em locais diversos através das
denúncias recebidas para melhor orientar o funcionamento regular de
estabelecimentos diversos e apreensões, se for o caso, sendo que não
fazemos nenhuma propaganda de nosso serviço realizado por questão
ética e também por não ser o intuito da Fiscalização Sanitária,
mas que, por vezes, são descobertas através da imprensa digital e
rede social, que recebe críticas de maneira injusta por quem não
conhece a necessidade da regularização do comércio e a prevenção
de uso do produto em prol da saúde pública, higiene e segurança
alimentar.
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