A Vila São Cottolengo pede socorro


A entidade paralisou por tempo indeterminado os atendimentos médicos e educacionais e fez manifestação nesta manhã. Nota da Secretaria da Saúde de Goiás revela que o governo anterior deixou de repassar R$ 7 milhões à Vila, de abril a dezembro do ano passado

Manifestantes pela Vila São Cottolengo. (Foto: Reprodução/WhatsApp)


A Vila São Cottolengo está de portas abertas, acolhendo e cuidando de pessoas com alguma deficiência, há 68 anos, em Trindade. Para fazer isso, a entidade tem uma grande equipe formada por profissionais qualificados em diversas áreas. No entanto, a direção da Vila, à frente Padre Marco Aurélio Martins da Silva, revela, em comunicado que está circulando nas redes sociais, a situação dramática vivida nos últimos meses: “Já não temos dinheiro para pagar os fornecedores e logo faltarão fraldas, remédios e produtos básicos para os cuidados dos nossos internos”. Como se fosse pouco, “os colaboradores estão sem receber o salário de dezembro e o de janeiro não há nem previsão de pagamento”, completa o informativo da entidade da Igreja Católica. A causa, segundo informações da diretoria da Vila, “é resultado da má gestão que assola o estado”. Tudo tem um limite e, pelo jeito, se os repasses em atraso que entidade espera receber do Governo de Goiás não forem feitos logo, “teremos que fechar as portas”. Adivinha os maiores prejudicados nesta hipótese? Claro, a comunidade, os usuários dos serviços da Vila. Na manhã desta sexta-feira (1), grupo fez manifestação em frente ao Hospital São Cottolengo.

Secretaria da Saúde
Em Nota, a Secretaria da Saúde afirma que “lamenta a paralisação dos serviços”, mas “estranha que tal medida tenha sido tomada após nove meses de atraso da gestão anterior”. No período de abril a dezembro do ano passado, ainda segundo a manifestação da Secretaria da Saúde, “o governo anterior deixou de repassar mais de sete milhões de reais à Vila Cottolengo”. A Nota diz ainda que “os pacientes da Vila podem ter a certeza de que esta gestão empreenderá todos os esforços necessários para a retomada imediata do atendimento”. Leia, a seguir e em azul, a íntegra da Nota da Secretaria da Saúde do Governo de Goiás.

NOTA


A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) lamenta a paralisação dos serviços da Vila São Cottolengo e estranha que tal medida tenha sido tomada após nove meses de atraso da gestão anterior e sem maior espaço ou prazo para negociações com esta Secretaria. Importa esclarecer que todos os pagamentos relativos a 2019 serão feitos regularmente, uma vez que o governador Ronaldo Caiado estabeleceu a Saúde como prioridade de custeio, no atual cenário de crise fiscal. O governo anterior deixou de repassar mais de sete milhões de reais à Vila Cottolengo, relativos ao período de abril a dezembro de 2018.

O governo de Goiás honrará essa dívida pregressa, mas salienta que é totalmente impraticável arcar, em tão pouco tempo, com dívidas de meses – ou anos, como é o caso de outros débitos herdados, apesar de todo empenho para angariar recursos junto ao governo federal, a fim de saldar a dívida ao longo desta gestão. A população de Goiás e em particular os pacientes do Vila podem ter a certeza de que esta gestão empreenderá todos os esforços necessários para a retomada imediata do atendimento.

Auditoria
A SES-GO esclarece ainda que dará início a auditoria do contrato de convênio com a Vila São Cottolengo, com o objetivo de averiguar o cumprimento das cláusulas e execução os serviços.

Recursos federais
Em setembro e outubro, a São Cottolengo recebeu 40% dos repasses federais. Sendo cerca de 800 mil em cada mês. O débito referente ao mês de novembro (R$ 2.086.398,79) foi informado somente ontem, 30, pela unidade à SES.

Convênio com recursos estaduais
(500 mil reais por mês)
Não foram pagos 300 mil reais do mês de abril e o total dos meses de maio a outubro.


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