No Dia do Repórter destacamos Afonso Lopes
A
bordo de uma carreira de mais de 42 anos, o “velho repórter”
conta que “nada mais me atraiu, só o jornalismo”
Afonso Lopes, mais de 42 anos de jornalismo em Goiás. (Foto: Reprodução) |
Porque
hoje, Sábado (16), é Dia do Repórter, queremos cumprimentar de uma
forma muito especial a todos estes profissionais que se dedicam a
descobrir e apurar as notícias e repassar diariamente as informações
aos leitores, com fidelidade aos fatos. Eis aí um ofício
considerado como um dos pilares das democracias, inclusive a
brasileira. Afinal, “conhecimento é poder”. Nestes tempos de
profundas mudanças na forma de se comunicar e dar a notícia,
proporcionada pela internet e redes sociais, o exercício desta nobre
profissão garante informação e conhecimento sobre a realidade na
qual se vive.
Então,
para cumprimentar os repórteres por este dia, resolvemos destacar um
dos grandes craques da área. Um repórter que admiramos muito por
sua carreira na imprensa goiana, que trabalhou em alguns dos mais
importantes veículos de comunicação de Goiás.
Senhoras
e senhores, em tela Afonso Lopes. O termo workaholic se aplica
a este personagem que, num dado período da carreira, chegou a
trabalhar simultaneamente em, pasmem, cinco empresas de comunicação
diferentes. Se teve o passe assim tão disputado, claro, estamos
diante de um grande profissional. Como diria o Faustão, “Ô louco,
meu!”
Ah,
sim! Sabe aquele profissional multimídia? Então, Afonso Lopes foi e
permanece desse jeito. Fez uma bela carreira em jornais impressos,
rádios, televisão e agora na internet. “Aposentado, sim, mas
jornalista como sempre”, Afonso Lopes nos contou num saboroso
artigo de sua lavra e em seu blog (afonsolopes.com), num post de 22/06/2018, que
se aposentou, no ano passado, depois de 42 anos dando expedientes em
redações da imprensa goiana. Assim mesmo no plural.
Hoje
o ritmo de trabalho é bem mais devagar, porém jornalista não para
nunca. É o próprio Afonso Lopes que pergunta e já responde: “como
deixar de ser jornalista depois de 42 anos? Não tem jeito”. E daí
a gente diz em cima do lance ainda bem, porque as análises políticas
deste experimentado jornalista nos ajudam demais da conta a entender
o jogo político, sobretudo em Goiás. Numa palavra e sem exagero
algum, trata-se de leitura essencial para se formar opinião a
respeito da política goiana.
Afonso
nos atendeu e contou um pouco de sua história, respondendo a algumas
perguntas apresentadas a ele. Diante da narrativa que recebemos
preferimos mostrar o texto como veio. É melhor assim. Por exemplo,
revelou o “velho repórter” que seu “primeiro texto publicado
foi um poema, no jornal do colégio, aos 12 anos. Aos 16, entrei em
um jornal, em Frutal, no Triângulo Mineiro. Um ano e pouco depois,
em Anápolis (GO), trabalhei em outros três jornais; dois semanários
e um diário. Foi nessa época que cheguei ao rádio, mas apenas como
redator local. Levantava os assuntos e redigia. Não narrava nada.
Mais três anos e consegui ser aprovado numa seleção de pessoal
como redator na Rádio Anhanguera (Grupo Jaime Câmara), aqui em
Goiânia. E ainda não falava coisa alguma. Apenas redigia os
boletins de hora em hora no meu horário e o noticiário nacional e
internacional do Jornal Anhanguera (da rádio). Foi nessa época que
comecei a narrar alguns textos. Depois, dividi bancada com um colega
na apresentação de um programa da rádio Anhanguera. Em 1986,
deixei o Grupo Jaime Câmara e fui contratado para ser um dos âncoras
do lendário Goiânia Urgente (TV Goyá), hoje Record Goiânia. Tive
passagens também como editor no Diário da Manhã, repórter
político no Jornal da Segunda (hoje Tribuna do Planalto) e, muito
especialmente, no Jornal Opção. Jornal, rádio e TVs, com muitas
idas e vindas em 43 anos de pés nas redações. Não sei,
sinceramente, responder o que me atraiu. Se tivesse que arriscar uma
resposta cravada diria que nada mais me atraiu, só o jornalismo”.
A
propósito dos profissionais da área que serviram como referência
ao longo da carreira, Afonso Lopes nos disse: “Nem sei enumerar
todos. Cometeria enormes injustiças. Tive o privilégio de aprender
com alguns dos melhores jornalistas e comunicadores. Além disso, a
lista seria enorme, com toda a certeza”.
Como
um experimentado profissional da imprensa enxerga hoje o atual
momento para o exercício da profissão de repórter? Afonso Lopes
nos apresentou um panorama interessante. “A comunicação de, uma
forma geral, está mudando muito. As redes sociais tiveram um papel
importante num processo iniciado um pouco antes. Quanto aos novos
profissionais, tem gente de talento extraordinário, mas talvez, e
posso estar cometendo uma terrível injustiça - que somente ouso
cometer sem citar nomes - alguns se comportem mais como estrelas do
show business, loucos por holofotes. Se preocupam mais
com o penteado do que com o conteúdo. Felizmente, não passa de meia
dúzia. A maioria dos novatos vai muito longe, acredito”.
Quisemos
saber do repórter e analista político, segundo o qual não é lá
muito bom nessas coisas de tecnologia, qual seria a sua dica aos
jovens que estão se preparando para entrar no mercado de trabalho na
profissão de jornalista, repórter. Tomem nota: “Aprenda sempre,
aprenda sempre o máximo que puder, e jamais imagine que você está
finalmente pronto. Acredite: você jamais estará”.
Futuros
profissionais
Conversamos
também com duas jovens estudantes de jornalismo, Bárbara Carvalho e
Sabrina Moura, ambas do sétimo período, na Pontifícia Universidade
Católica de Goiás (PUC-GO), a respeito dos motivos que as levaram a
escolher curso e futura profissão, as expectativas quanto à
carreira, as referências ou exemplos nos quais miram enquanto vão
estudando e se preparando para buscar daqui a pouco um “lugar ao
sol”, lembrando que “tem a sombra quem merece”. Veja a seguir.
Bárbara Carvalho e Sabrina Moura, estudantes de jornalismo. (Fotos: Divulgação) |
Bárbara
Carvalho
“Sempre
fui apaixonada pelos direitos humanos e acho essencial as pessoas
terem acesso aos seus direitos como cidadãos. Vejo que o Jornalismo
atende totalmente a isso. A comunicação social que o jornalismo
promove ajuda várias pessoas a terem noção do que acontece desde a
política, até a economia e os acontecimentos factuais da sociedade
em que vivemos. Ao longo dos períodos, fui me apaixonando e vendo
como somos essenciais para a sociedade em si”.
Quisemos
saber da estudante sobre algum profissional da área que lhe sirva de
inspiração enquanto se prepara para entrar no mercado de trabalho
na profissão? “Um repórter não, mas vejo vários como
inspiração. Um exemplo do nosso estado é o Honório Jacometo”.
E
quanto às expectativas em relação à profissão? “Acho que vai
ser uma experiência enriquecedora. Trabalhar externamente e ter um
convívio com a população, vai ser bom para que eu possa ver como é
o dia a dia das pessoas, seus problemas diários”.
Sabrina
Moura
“Gosto
de estar bem informada e de ouvir histórias. A profissão nos
proporciona aprendizados diários, se o jornalista precisa falar de
algum assunto que não é do seu conhecimento, ele pesquisa, se
aprofunda e conversa com profissionais da área, gerando um bom
conteúdo para o público”.
Sobre
o profissional que lhe inspira, “inspiro-me no texto do jornalista
Pedro Vedova, que tem muita sensibilidade e clareza nos seus textos”.
E
a respeito das expectativas quanto à profissão, Sabrina Moura nos
diz que pretende “estar sempre apta a transmitir de maneira clara e
ética informação de qualidade e histórias inspiradoras”.
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