O “nós contra eles” está mais acirrado ainda do que foi um dia


Assistimos a um pseudodebate político que não gera luz, apenas anima a briga de foice no escuro travada nas redes sociais




O pessoal do PT, da esquerda, no poder desandou a falar naquela história do “nós contra eles”, que não fez muito bem para a política brasileira, como se sabe, ao despertar uma espécie de fúria gratuita nos opositores, melhor dizendo, nos adversários. Ao mesmo tempo, os apoiadores endeusaram Lula, tentavam dividir a história do Brasil em antes e depois das gestões petistas à frente do governo federal. Houve um momento em que os líderes esquerdistas deram pinta de que levariam à extinção legendas adversárias (ops, inimigas) iguais ao PFL que, na prática, até mudou de nome mas permanece mais vivo e forte do que nunca, agora sob a denominação de Democratas. Nas eleições do ano passado, os caras à direita foram levados ao poder e não é que vêm repetindo ladainha muito semelhante e, claro, com o sinal trocado? Aneim! O “nós contra eles” encontra-se mais acirrado ainda. O presidente Jair Bolsonaro é tratado pelos seus apoiadores feito um líder comandando uma guerra do “bem” (os vencedores do pleito do ano passado) contra o “mal” (os derrotados). A coisa vem ganhando contornos absurdamente exagerados, numa espécie de demonização de quem discorda dos atuais governantes. É, o momento político em que vivemos não está brincadeira não. Pior que perspectivas de melhora do quadro não há. Deprimente isso tudo. Uma grande perda de tempo, gasto desnecessário de energia também num pseudodebate político que não gera, digamos, luz, apenas anima os contendores envolvidos nessa briga de foice no escuro travada sobretudo na grande arena dos dias de hoje chamada de “redes sociais”.


Comentários

Unknown disse…
Texto sábio. Concordo plenamente.