Sigilo bancário está se tornando mera ficção no Brasil


Dados cadastrais e informações sobre transações financeiras deveriam ser protegidas pelo sigilo, mas são amplamente conhecidas no mercado




E por falar em sigilo, tenho andado muito intrigado especialmente com uma espécia particular dele. Refiro-me ao tal do “sigilo bancário”. Ultimamente observo que um monte de gente, pessoas físicas e jurídicas (financeiras principalmente), estão a par da minha vida financeira. Diariamente recebo ligações telefônicas nas quais a criatura do outro lado da linha já começa a conversa falando sobre o meu trabalho e do empréstimo que fiz e estou pagando num determinando estabelecimento bancário. Na sequência, me oferecem cartões de crédito sem anuidade e com “os menores juros do mercado”, um tal de “cartão consignado”, igualmente com as “melhores taxas praticadas” no Brasil. Já recebi proposta de compra do meu saldo devedor junto ao banco X pelo banco Y, disponibilizando mais empréstimo ainda. Bom demais da conta, né? E aprendi com o tempo que se a esmola é grande o Santo desconfia, em tais ocasiões me ponho a tentar descobrir onde está a “pegadinha do malandro”. Sei também que não existe isso de “almoço grátis”, porque tem sempre alguém pagando a conta e o pato. Geralmente é a gente mesmo. Bom, mas causa espécie é constatar que os dados cadastrais, bem como as informações relativas às transações deveriam ser sigilosas, né não? Ah, na verdade, isso de sigilo é uma mera ficção no mundo real. Na boa, ninguém mais pode confiar nas empresas que deveriam ser guardiãs das informações dos seus clientes. Afinal, se os caras bisbilhotam grandes figuras do País, desejar que o sigilo bancário seja uma realidade para gente simples, situada cá em baixo na pirâmide social, é querer demais. Pois é, pois é, pois é!


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