Artigo: Novembro azul para conscientizar
Alimentação
saudável rica em frutas e legumes pode reduzir o risco de risco de
câncer de próstata em 75%
Thais Regina Mezzomo, coordenadora do curso de Nutrição. (Foto: Divulgação) |
No
Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais
comum nos homens, com 68.220 novos casos em 2018, 15.391 mortes no
ano de 2017, e custos médios de R$ 12.501,55 por paciente. Diante
desse panorama, não há dúvidas sobre a importância e necessidade
de um mês de alerta para essa condição.
Aproveitando
as celebrações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata,
realizadas no dia 17 de novembro, foi criado o movimento Novembro
Azul, na Austrália em 2003. No Brasil, as ações de conscientização
iniciaram mais tarde, mas também objetivam dissipar o preconceito
masculino de ir ao médico e, quando necessário, realizar o exame de
toque.
Diagnosticar
precocemente a doença aumenta as chances do tratamento efetivo. Mas,
adicionado a isso, há a necessidade de se conhecer os fatores de
risco, os quais envolvem questões genéticas, epigenéticas e
ambientais. Entre esses fatores, apenas o fator genético é inerte.
Os fatores ambientais, como estilo de vida, uso de medicamentos,
fumo, álcool, além da alimentação, podem modular positiva ou
negativamente os fatores epigenéticos.
Muitos
estudos que avaliaram padrões alimentares relataram risco aumentado
de câncer de próstata, especialmente o tipo agressivo, na presença
de hábitos alimentares ditos "ocidentalizados". Outros
estudos mostraram que a alimentação pobre em micronutrientes
contribui com até 75% de mortes relacionadas ao câncer.
Por
outro lado, há evidências de que os constituintes da dieta
mediterrânea estão inversamente associados ao risco de câncer em
geral, incluindo o de próstata. Os países costeiros do sul da
Europa apresentam menores taxas de incidência e mortalidade por
câncer de próstata em comparação a outros países europeus.
Homens gregos que migraram para a Austrália e mantiveram sua dieta
mediterrânea tradicional nativa têm risco menor de desenvolver
câncer de próstata do que os nascidos na Austrália ou outros
imigrantes que adotaram hábitos alimentares "ocidentais".
As
principais características da dieta mediterrânea incluem
tipicamente a alta ingestão de vegetais crucíferos (brócolis,
couve-flor, couve e rabanete), frutas, legumes, cereais e o consumo
moderado a alto de peixes e azeite de oliva. Esses alimentos são
naturalmente ricos em micronutrientes, compostos bioativos e
fitoquímicos que apresentam diversas funções benéficas à saúde,
principalmente propriedades antioxidantes que podem impedir ou
atrasar o desenvolvimento, a progressão e/ou a recorrência do
câncer de próstata.
Vitaminas,
minerais, carotenoides, flavonoides e polifenois são abundantes nos
vegetais e frutas e têm sido extensivamente estudados com relação
às suas propriedades quimiopreventivas para o câncer de próstata.
As principais funções dos componentes dietéticos residem na sua
forma natural e crua, exceto para o caso dos carotenoides. O licopeno
é um carotenoide encontrado nos vegetais e frutas vermelhos que tem
sua biodisponibilidade aumentada quando da presença de gorduras e de
aquecimento. Portanto, o molho de tomate apresenta maior teor desse
componente do que a sua forma in
natura.
Para os demais alimentos, o cozimento, além de gerar subprodutos e
alterar a estrutura e a digestibilidade, pode causar perdas
consideráveis em micronutrientes essenciais.
São
exemplos de alimentos considerados quimiopreventivos a maçã, romã,
melancia, goiaba, tomate e seus derivados industrializados (molho,
extrato), brócolis, couve-flor, couve, nabo, rabanete, gengibre,
açafrão-da-terra, pimenta, chá verde, uva e vinho tinto.
Sugere-se
que consumir uma alimentação saudável rica em frutas e legumes
pode reduzir o risco de risco de câncer de próstata em 75%.
Portanto, modular positivamente os fatores epigenéticos e
ambientais, com destaque ao consumo alimentar, pode minimizar a
chance de desenvolver câncer. Cuide-se!
Thais
Regina Mezzomo
é coordenadora do curso de Nutrição do Centro Universitário
Internacional Uninter.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar... Vamos analisar para publicar nos comentários.