Cirurgia bariátrica: Quando é uma boa opção?
Para
que se obtenha sucesso ao final desse processo de intervenção
cirúrgica, as mudanças alimentares precisam fazer parte dessa nova
vida
Dr. José Afonso Sallet, gastroenterologista. (Foto: Reprodução) |
De
acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção
para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel)
realizada pelo Ministério da Saúde, a obesidade voltou a crescer no
Brasil a níveis alarmantes. No país, mais da metade da população
(55,7%) tem excesso de peso e a prevalência da obesidade ultrapassou
os 19%. Entre 2006 e 2018, o índice da obesidade aumentou em 67,8%
acarretando, além do sobrepeso, no desenvolvimento de doenças
relacionadas a isso, como a diabetes, a hipertensão, o colesterol
alto e muitos outros problemas.
A
alimentação desequilibrada, com o alto consumo de alimentos
ultraprocessados e açucarados junto a vida sedentária contribuem
para o agravamento do quadro. Diante da dificuldade em adquirir novos
hábitos, muitas pessoas acabam recorrendo a cirurgia bariátrica
como única alternativa, quando na verdade ela deve ser uma das
opções de tratamento da obesidade, aliada aos hábitos saudáveis.
Até porque, caso esses hábitos não sejam adotados, o paciente pode
voltar a engordar após certo período de realização da cirurgia.
Seguindo
as orientações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a
cirurgia bariátrica é indicada para pacientes com IMC – índice
de massa corpórea – igual ou maior a 40 ou IMC entre 35 e 39,9 com
no mínimo uma doença associada. Por se tratar de um procedimento
complexo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou quatro
tipos de procedimentos, que podem variar de acordo com a avaliação
realizada pelo cirurgião e as condições de saúde do paciente.
O
Bypass Gástrico é o procedimento mais comum, representando 75% dos
casos. Ele reduz em 90% a capacidade do estômago, diminuindo a
ingestão de alimentos e desviando-os para a primeira parte do
intestino (duodeno) até a porção intermediária (jejuno). Com
isso, reduz-se a liberação do hormônio da fome (grelina) e de
outros liberados pelo próprio intestino. Além do rápido equilíbrio
das complicações da obesidade, a perda de peso é também
considerável.
Antes
de realizar o procedimento, algumas medidas devem ser adotadas pelo
paciente, tais como: alimentação balanceada e sem exageros; quem
fuma, deve parar 30 dias antes para evitar complicações pulmonares;
é preciso fazer um acompanhamento psicológico antes e depois para
dar todo o apoio necessário, identificar possíveis distúrbios
alimentares ou relacionados ao consumo de álcool e drogas.
O
pós-operatório também requer cuidados e a alimentação deverá
ser reintroduzida aos poucos. De sete a dez dias após a cirurgia, os
alimentos serão todos líquidos e fracionados, passando, depois, a
serem pastosos ou cremosos e somente de 25 a 30 dias após o
procedimento é que os alimentos em sua forma sólida serão
recolocados na dieta.
Para
que se obtenha sucesso ao final desse processo de intervenção
cirúrgica, as mudanças alimentares precisam fazer parte dessa nova
vida. Não basta
reduzir a quantidade e não melhorar a qualidade dos alimentos, é
preciso estabelecer uma dieta rica em legumes, verduras, frutas,
fibras, proteínas e carboidratos de qualidade. Além disso, a
prática de atividades físicas, aeróbicas e de fortalecimento
muscular são também fundamentais para chegar ao resultado físico
desejado.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado por comentar... Vamos analisar para publicar nos comentários.