Entrevista: Dr. Antônio Carlos Caetano de Morais
“A
gente sabe que o grande problema da Administração pública é a
corrupção”
Dr. Antônio (DEM), deputado estadual. (Fotos: Wellinfton Stival) |
Na
terça-feira (17), por volta das 20h, fomos recebidos pelo deputado
estadual doutor Antônio Carlos Caetano de Morais (DEM), em sua
residência, em Trindade (GO). Cumprindo o segundo mandato seguido na
Assembleia Legislativa de Goiás, Dr. Antônio é vice-presidência
do Parlamento goiano, também vice-presidente do diretório Regional
do Democratas, presidido pelo governo Ronaldo Caiado. A conversa toda
durou quase 50 minutos e, na primeira parte, dedicamos atenção à
temática estadual, passando pelo início algo turbulento na relação
entre o parlamentar e o governo, por causa das negociações em torno
da formação da nova Mesa Diretora da ALEGO. Ouvimos revelações do
deputado sobre questões pessoais, o seu estado de saúde, após um
“infartozinho”, no início de agosto deste ano. Daí, pedimos e
parlamentar expôs sua análise do governo de Ronaldo Caiado, a
perspectiva para o futuro. Dr. Antônio falou a respeito de
fechamento de escolas, do funcionamento precário, com salas de aula
em contêineres locados e sobre a economia com o fim de aluguéis
caros (R$ 500 mil por mês) que se pagava pelo imóvel onde
funcionava a Secretaria da Educação. O parlamentar apontou a
corrupção como “o grande problema da Administração pública”.
Perguntamos também sobre o comportamento revisionista apresentado
pelos integrantes da 19ª legislatura da ALEGO, que, sob a
presidência do deputado Lissauer Vieira (PSB), aprovou diversas
Propostas de Emenda à Constituição (PEC) de goiás, com destaque a
PEC da Previdência dos servidores públicos estaduais, aprovada em
rápidas sessões, sob guerra de liminares travada entre oposição
versus situação, inclusive com a aprovação de um novo
estatuto do servidor que retirou direitos da categoria. E o próprio
vice-presidente da ALEGO mencionou o fato de que está aí uma certa
“insegurança jurídica”, em razão da forma como se deu a
tramitação dessas propostas no Legislativo goiano. E ouvimos do
deputado a opinião sobre a situação da administração de
hospitais públicos de Goiás, que recentemente passou para o
controle de novas Organizações Sociais (OS), promovendo
remanejamento de servidores públicos efetivos e os desgastes daí
decorrentes. Na sequência publicaremos, em breve, a segunda parte da
entrevista exclusiva do deputado Dr. Antônio, tratando somente das
questões ligadas à atuação do político em Trindade e, claro, com
enfoque nas eleições do ano que vem. Boa leitura!
Blog
– O senhor é o tipo de pessoa que no final do ano faz uma promessa
ou traça uma meta daquelas, “o ano que vem eu vou fazer alguma
coisa”, o senhor pensa nisso?
Dr.
Antônio – Na verdade, a gente tem umas ideias. Vamos dizer que
vamos planejar e agendar esse planejamento. A gente tem ideia do que
vai fazer durante o ano, mas é uma coisa meio que sem assim uma
definição do certo. A gente pensa e a medida que vai passando vai
executando aquilo que a gente dá conta.
Blog
– Agora, final de 2019, o que o Dr. Antônio pensou em fazer, lá
em janeiro, que ainda não realizou?
Dr.
Antônio – Olha, na verdade, o trabalho que a gente mais gosta
de fazer é o trabalho na área da medicina. Eu sou médico há 30
anos e vejo que, como médico, eu tenho a minha importância por
estar servindo muitas pessoas. Então, o que eu penso é que, nesse
2020 aí, a gente vai continuar trabalhando ainda mais, graças a
Deus. Nós tivemos um problema de saúde esse ano, mas eu vejo que
foi só assim um puxão de orelha que Deus deu, pra que eu pudesse
tomar mais cuidado com a minha saúde. A gente cuida de tantas
pessoas e deixa da gente mesmo, sendo descuidado.
Blog
– Casa de ferreiro, espeto de pau…
Dr.
Antônio – Casa de ferreiro, espeto de pau. Eu era um
diabético, como diz, ignorante, que não seguia o que todo mundo
sabe. Diabético não pode comer doce. dr. Antônio comia muito doce,
Dr. Antônio tomava muito refrigerante, tomava muito sorvete. Pelo
menos isso eu aboli nesses últimos quatro meses, depois que eu tive
o infarto. Então, eu sinto que Deus me chamou a atenção dando um
infartozinho leve para mim. Graças a Deus não ficou sequela
nenhuma, mas ficou aqui um estende dilatando a coronária que fechou
naquele dia.
Blog
– Isso foi quando?
Dr.
Antônio – Isso foi dia 2 de agosto. Está fazendo de quatro
para cinco meses. Mas graças a Deus eu voltei a trabalhar, voltei às
minhas atividades normais, sentindo até melhor do que antes, porque
eu tinha uma pressão rebelde, uma diabetes rebelde e, graças a
Deus, hoje está tudo controlado. Então, o objetivo maior é em 2020
continuar fazendo o trabalho que a gente sempre fez.
Blog
– Esse então é um compromisso para 2020?
Dr.
Antônio – Sim, um compromisso para 2020. Até, hoje mesmo, a
Sandra passou quase o dia inteiro atendendo, ela ligou nada menos
para umas 60 pessoas que tinham cirurgia agendada comigo. Pequenos
procedimentos cirúrgicos agendados de amanhã (quarta-feira, 18, até
sexta-feira, 20), e aí como já teve essas sessões lá na
Assembleia prolongadas. Amanhã vai começar de manhã, eu tive que
reprogramar e reagendei para o mês de janeiro. A Sandra passou o dia
todo hoje ligando para as pessoas, remarcando, para o início de
janeiro, a partir do dia 6 de janeiro. Então assim, a meta é
trabalhar.
Blog
– E olhando 2019, que balanço o senhor faz das atividades que o
senhor realizou, como político?
Dr.
Antônio – Eu vejo que foi muito positivo. A começar pelo
início dessa nova legislatura na Assembleia, a 19ª legislatura,
onde houve a renovação de 50% da Assembleia Legislativa. Então,
quer dizer, lá hoje tem 20 deputados novatos, que iniciaram em
fevereiro seus mandatos e 21 que ficaram, que foram reeleitos. Então
já começou diferente, por ter uma renovação muito importante, 50%
praticamente, e houve também, lá na Assembleia uma coisa diferente
na eleição da Mesa Diretora. Lá sempre era carta marcada. Estou no
segundo mandato, e no primeiro mandato, as duas eleições da Mesa
Diretora foi carta marcada, porque quem mandava era o governador. O
governador que fosse presidente aquele, que o fosse vice aquele, que
fosse o primeiro-secretário. Então era assim, o governo mandava.
Blog
– E dessa vez foi diferente.
Dr.
Antônio – Dessa vez foi diferente e eu tive a oportunidade de
puxar uma frente. A gente articulou para ser o presidente e nisso nós
reunimos 13 votos e, de última hora, dois dias antes, nós unimos
com outro grupo, que é o grupo do deputado Lissauer Vieira que tinha
15 votos, aí foi indicado o presidente Lissauer e eu para
vice-presidente.
Blog
– E essa movimentação lhe rendeu um certo entrevero com o
governador Ronaldo Caiado?
Dr.
Antônio – Sim, no começo até foi digo que foi assim. Foi
falta de diálogo porque, no início, logo depois que o governador
Ronaldo Caiado foi eleito, uma semana depois do primeiro encontro dos
deputados que foram eleitos junto com ele, eu avisei para ele que ia
ser candidato a presidente e ele, na ocasião, falou assim “o
Álvaro também já me falou que seria candidato”.
Blog
– O Álvaro Guimarães, de Itumbiara?
Dr.
Antônio – O Álvaro Guimarães, de Itumbiara, e ele me falou,
mas quem vota para deputado [no caso ele se referia a presidente
da Assembleia Legislativa] são deputados. Então, você
articular, e eu articulei. Num certo momento ele [Ronaldo Caiado] me
chamou, e isso dois meses depois do dia que eu converse com ele da
primeira vez. Ele me chamou e falou que o candidato seria o Álvaro e
eu não coloquei nenhum empecilho na fala dele. Falei apenas
governador, naquele eu estou articulando, porque o senhor me
autorizou a articular. Se o senhor tivesse me falado no primeiro
momento eu jamais teria feito uma coisa que desagradasse o senhor.
Agora, eu quero apenas que o senhor chame o Álvaro e nós vamos
conversar para refazer a chapa que o Álvaro fez, porque o Álvaro
chamou para o lado dele os deputados que foram oposição a nós na
eleição. Ficou dele chamar e não chamou. Passados 10 dias depois
que ele assumiu não chamou. Eu fui à Dona Gracinha, avisei a ela o
que estava acontecendo. Ela falou, “olha, doutor Antônio, continue
a sua exposição e eu vou falar pro Ronaldo”. Não chamou.
Passaram uns 10 dias, fui ao secretário de governo, contei pra ele o
que tinha acontecido, as duas conversas que tive, com o governador e
com a primeira-dama, e ele também. Eu acho até, onde pecou em ter
um diálogo, foi porque o Ernesto levava ao governador…
Blog
– Ernesto Roller.
Dr.
Antônio – Ernesto Roller, secretário de governo, levava ao
governo que a eleição estava definida e na verdade não estava,
como não deu certo e só dois dias, dois dias não, um dia e meio,
duas horas da manhã, nós estávamos no Palácio conversando quando
o governador me chamou, chamou o Iso Moreira que estava comigo e
ofereceu a presidência para mim, mas naquele dia, isso eram duas
horas da manhã, naquele dia, 8 horas da manhã, do dia anterior eu
já tinha fechada com o Lissauer, com o grupo de 28 deputados, 13 que
estavam comigo e os outros, com o Lissauer. Então não tinha como eu
voltar a palavra que eu tinha dado a 28 deputados. Foi quando eu
falei com o governador que não tinha jeito mais. Aí foi aonde houve
realmente uma situação de certa, vamos dizer assim, contrariedade,
mas isso já está superado. O governador, hoje, tem o maior respeito
com o meu trabalho. Tanto é que, até foi uma surpresa pra mim,
quando formou o Diretório Estadual (DEM), ele me colocou como
vice-presidente dele, e ele é o presidente Estadual do DEM e me
colocou como vice. Hoje ele vem a Trindade, lá no aniversário da
Associação dos Voluntários do Pai Eterno. Hoje é uma coisa
superada.
Blog
– Isso tudo que aconteceu parece que o governo não se articula tão
bem assim. Como o senhor avalia hoje o final deste primeiro ano da
nova legislatura, do novo governo, diante dessa quantidade grande
mexidas, mudanças, na própria Constituição Estadual.
Recentemente, saiu um levantamento, eu acho que da jornalista Cileide
Alves, da Rádio Sagres 730, comentando que essa legislatura, essa
presidência agora do Lissauer Vieira, que o senhor é
vice-presidente, já fez mais reforma, está quase reescrevendo,
quase que uma Assembleia Constituinte. Como o senhor avalia isso? Por
quê tanto mudança assim? E essas mudanças estão acontecendo
apesar do governo não se relacionar tão bem, por quê. É a própria
Assembleia que é, digamos assim, fazendo revisão mesmo?
Dr.
Antônio – Não, hoje, o relacionamento da Assembleia com o
governador, com o governo ao todo, é um relacionamento bom. Apesar
da maneira que houve a eleição da Mesa Diretora, o próprio
presidente hoje, está em total sintonia com o governo. Não tem mais
essa dificuldade. As mudanças que teve lá, foi principalmente duas,
no caso de Emendas à Constituição, alterando texto anterior, que
foi a PEC da Educação e agora a PEC da Previdência. Eu vejo que o
governo do Ronaldo Caiado, eu continuo acreditando no sucesso do
governo do Ronaldo Caiado, principalmente porque é notório todos, é
de conhecimento de todo o povo goiano, a grande dificuldade que o
governador teve ao assumir o governo. Dívidas de 22 bilhões de
reais, um déficit, só desse ano, de mais de 6 bilhões de
reais. Recebeu a folha de pagamento com um salário e meio, mês de
dezembro e metade de novembro sem pagar. Então só isso aí, a folha
de Goiás, hoje, é em torno aí de um R$ 1,3 bilhão. Sei que era um
total de R$ 1,6 bilhão porque tinha novembro e mais dezembro. Então,
quer dizer, o governador demorou até o final de agosto para pagar
essa folha, mas pagou. Às vezes a pessoa fala, “ó, o governador
não pagou porque não quis, queria era desmoralizar o governo
anterior e falar que dezembro não sido dele”, mas não verdade não
é essa. Ele quando arrecadou o primeiro mês de janeiro, ou ele
pagava dezembro ou ele pagava janeiro, como não tinha empenho,
porque o governo anterior foi velhaco, né? O Zé Eliton é um dos
grandes legisladores de Goiás, em termos aí até de direito
eleitoral. Ele sabia que se ele tivesse empenhado, ele iria ter
problema na prestação de contas dele. Então o mês de dezembro
ficou sem empenho. Como que um governo entra, naquela época a
Assembleia estava de recesso, não tinha votado o Orçamento
anterior. Quer dizer, passou o ano de 2018 para 2019 sem votar o
Orçamento e então o governo não podia chegar e pagar dezembro
porque não estava no Orçamento, não estava empenhado. Então, quer
dizer, e ele, vamos dizer assim, foi uma esperteza do governo
anterior não ter empenhado, aí pode também que ele usou da
esperteza. “Só vou convocar a Assembleia para votar o Orçamento e
votar e empenhar a folha de dezembro a hora que eu assumir e a
Assembleia também voltar às sessões ordinárias, que é 15 de
fevereiro. Então, só depois de 15 de fevereiro, quer dizer, um mês
e meio de governo Caiado, é que votou o Orçamento do ano de 2019 e
que foi empenhada a folha de dezembro (2018). Então, quer dizer,
todo mês entra dinheiro, mas eu acho que ele resolveu pagar os meses
dele e a partir de maio, foi um escalonamento com relação à
quantidade, ao salário, quem ganha mais demorava mais a receber,
quem ganha menos ia recebendo. Então, ficou de maio a agosto para
ele pagar, mas só isso foi R$ 1,6 bilhão, que era dinheiro para
fazer muita obra, muito benefício. Então, eu acredito que por esse
motivo do governo está, vamos dizer assim, hoje está praticamente
zerou a corrupção. Tudo que é suspeito o governador já demite,
aconteceu isso na Codego, depois aconteceu isso na Goiás Parceria.
Então assim, todo foco de alguma coisa ele já age logo.
Blog
– E daí o senhor acha que decorre economia de recursos?
Dr.
Antônio – Isso aí, com certeza. A gente sabe que o grande
problema da Administração pública é a corrupção. É muito
dinheiro que sempre foi pro ralo, não só em Goiás, mas no Brasil
inteiro. Então, desde que o governo começa a tomar medidas de
anticorrupção, acaba que moraliza aqueles que estão no governo,
talvez ali até com mal intenção, eles já ficam com um pé atrás
e não só neste sentido. Na própria Educação mesmo. Só a sede da
Secretaria da Educação pagava R$ 500 mil por mês de aluguel, um
prédio que todos conhecem, era da Celg, era da Celg não, a Celg
alugava também aquilo lá, era privado. Então, era R$ 500 mil. Lá
no entorno de Brasília tem muitas escolas que não têm salas de
alvenaria. Eles alugavam e ainda alugam aqueles contêineres, salas
de aulas em contêineres. Sabe quanto alugava um contêiner no
governo passado? R$ 6 mil reais um contêiner. Quer dizer, salas de
aula por R$ 6 mil e isso tem centenas de contêineres alugados lá
com essa finalidade. E quer dizer. Então, o emprego deste dinheiro
público que era assim, como se diz, sem critérios, isso hoje
cortou. Medidas que hoje que a oposição bate, às vezes,
determinados segmentos da sociedade, mesmo professores, funcionários,
até pais também reclamam, “ah, está fechando escolas”. O que
que está havendo? Não é que está fechando vagas, está fechando
escolas que não têm alunos. Nós temos um exemplo em Trindade que é
ruim, que às vezes os professores que estão acostumados a trabalhar
num determinado Colégio e ela gosta daquilo ali, mas colégio que
está com 60, 70 alunos. Quer dizer, o número de funcionários e
professoras é quase o mesmo número de alunos. Então, essas escolas
que fecharam é porque o número de alunos é baixo, e porque a menos
de um quilômetro tem outra escola. Então, assim, é nisso aí que
está economizando. E é nisso aí que eu vejo que o Caiado vai dar a
volta por cima. Nós estamos agora, por exemplo, votando aquelas
medidas lá, que são medidas, algumas até que já estão aprovadas…
Blog
– A PEC da Previdência o senhor acha que passa facilmente agora?
Dr.
Antônio – Acho que vai passar. Existem situações judicias
que podem ser prejudicas, não sei como vai ser analisadas. Ontem
mesmo teve lá uma liminar de um desembargador, vamos dizer assim,
suspendendo a tramitação da PEC.
Blog
– Um juiz concedeu uma liminar e um desembargar derrubou a liminar.
Dr.
Antônio – Isso mesmo. Então assim, se um juiz suspendeu pode
ser que ele viu realmente uma ilegalidade, principalmente com relação
ao não cumprimento do Regimento Interno da Assembleia…
Blog
– Aquela questão das 10 sessões? O senhor que esse prazo de 10
sessões vai ser cumprido?
Dr.
Antônio – A questão é a seguinte, é que no entendimento é
que no dia que lê a matéria, só começa a contar na próxima, na
sessão seguinte. E aí para dar 10, foi contado a partir do dia que
leu e no Regimento Interno fala também que as sessões ordinárias
estão encerradas no dia 15 de dezembro. Então essas sessões do dia
15 para cá são extraordinárias. Então nesse entendimento, possa
ser que lá na frente que ao analisar o mérito da questão pode ser
que…
Blog
– Não era melhor fazer um acordo e deixar para quando voltar, não
deixaria uma questão, digamos assim, mais redondinha?
Dr.
Antônio – A situação é a seguinte, é que essa medida, é
uma das medidas que o governo federal está exigindo para que Goiás
possa continuar num benefício que está, hoje, sem pagar as
prestações com os bancos públicos, Caixa Econômica Federal, Banco
Nacional de Desenvolvimento e Banco do Brasil. Isso é R$ 280 milhões
por mês. Então, o Gilmar Mendes [Ministro do Supremo Tribunal
Federal] concedeu a liminar suspendendo o pagamento por seis meses e
agora, para que isso permaneça, Goiás teria que fazer alguns
ajustes. Dentro dos ajustes seria a PEC da Previdência.
Blog
– Essa questão está me fazendo lembrar aqui de uma exigência do
governo federal, à época do presidente Fernando Henrique Cardos
(PSDB) ao então governador de Goiás, Maguito Vilela (MDB), quando
eles estavam vendendo ativos na área de energia, de Cachoeira
Dourada. O argumento que foi usado naquela época para acelerar o
processo de venda da Usina de Cachoeira Dourada foi isso, “ah, o
governo federal está pressionando e temos que atender”. Atendeu.
Bom, a questão da energia elétrica em Goiás, desde então, nunca
se equilibrou. E a Celg foi pro vinagre dali em diante. Agora uma
pressão dessas. Eu insisto na pergunta, inclusive por isso mesmo, já
tem um passado que não rendeu bom fruto, a medida no passado não
rendeu bom fruto. Não era melhor parar, sentar, cumprir todos os
prazos, discutir, porque está se vendendo no Brasil, se vendeu, a
reforma trabalhista, depois a reforma da Previdência como um tipo de
uma panaceia para as finanças públicas brasileiras. Goiás está no
meio e a gente viu que até agora o desemprego continua do mesmo
tamanho, mais de 12 milhões de desempregados no Brasil. Quer dizer,
o potencial disso pode ser até mais a longo prazo, em vez de sentar,
discutir melhor e fazer uma coisa mais bem pensada, não deixar
tantas arestas como parece que pode ficar.
Dr.
Antônio – É, essa questão aí, essa insegurança jurídica,
é uma coisa que realmente que poderia ser evitada. Até se tivesse
iniciada essas discussões, apresentado esse projeto antes, mas o
governo acha que tem que correr esse risco dessa insegurança
jurídica e a verdade é que, hoje, por todas esse ângulos que você
vê de estar desagradando funcionários, principalmente funcionários
públicos, com relação às alterações na Previdência, alterações
outras também lá no plano de carreira do magistério e o servidor
em geral, mas são situações que o governo está explicando que
acha que é importante entrar nessa questão da recuperação fiscal.
Blog
– E essa questão do HUGO, com os servidores do HUGO, que uma nova
OS assumiu e pegou um tanto de servidor de carreira, que trabalhava
no HUGO e esparrama esse pessoal para os outros órgãos. Isso foi um
desgaste tremendo também.
Dr.
Antônio – Uma situação até que eu tive a oportunidade de
reunir com a comissão lá do HUGO, oito médicos, a maioria colegas
meus e são excelentes profissionais. O HUGO é um Hospital Escola,
lá tem excelentes residências médicas, Ortopedia, Cardiologia, que
é hoje reconhecida pelas sociedades tanto de Cardiologia como de
Ortopedia e realmente isso aí foi, vamos dizer assim, um prejuízo
até com a qualidade do Hospital. Nós estamos discutindo, eu e o
doutor Hélio, com o secretário da Saúde, Ismael Alexandrino, para
ver se sensibiliza ele nesse sentido, porque entrou uma OS e eles
querem diminuir custos e diminuir custos com, vamos dizer assim, com
a diminuição da qualidade profissional, isso é grave. Isso está
acontecendo aqui no HUTRIN também. Fiquei sabendo que o doutor
Ediberto saiu daí. Porque tinha um tipo de remuneração, para essas
OS que entraram agora já estão remunerando diferente e menor. Então
assim, isso é preocupante e eu acho que os hospitais estaduais, eles
foram bem estruturados e realmente não pode haver, vamos dizer
assim, um declínio na qualidade na prestação desses serviços. (segunda parte vem aí...).
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