Padre João Otávio, 33 anos de ordenação sacerdotal

Gratidão por servir” é a frase escolhida pelo líder católico como definição de sua atuação missionária que conta mais de três décadas

Pe. João Otávio, 33 anos de sacerdócio.


Padre João Otávio Martins, Missionário Redentorista, responsável pela Igreja do Santíssimo Redentor ou Igreja do Padre Pelágio, no setor Ana Rosa, em Trindade (GO), também reitor do Seminário Redentorista Pe. Pelágio, desde abril do ano passado, completou, neste domingo (27), 33 anos de ordenação sacerdotal, ocorrida em Morro Agudo (GO), lá em 27 de dezembro de 1987. Quis saber do Padre João Otávio qual seria uma frase capaz de condensar tudo o que viveu nessas mais de três décadas e ele afirmou: “Gratidão por servir”.

Conversava com o padre a respeito do que foram os maiores obstáculos que ele teve que superar para estar hoje ainda sacerdote ativo, ao longo de mais de três décadas, fiquei sabendo algumas coisas e já lhes digo que Padre João Otávio, de saída, contrariou o pai dele. “Para me tornar padre o primeiro obstáculo foi desobedecer a vontade do meu pai, que era contra”, revelou Pe. João Otávio. Digamos que a salvação foi que a mãe dele que pensava diferente e pedia a Deus a benção de ter um dos 13 filhos feito padre. “A dimensão do sacerdócio era compreendida por minha mãe que era católica praticante e rezava para ter um filho padre”, comentou o sacerdote com origens numa família mineira.

Claro, isso aí foi apenas uma dificuldade inicial, pois a preparação de um padre não é coisa fácil. “O segundo obstáculo foram os estudos. Vivi muitos anos trabalhando na área rural, ajudando a família e estudando nas escolas de ensino básico fraco. Quando vim para Goiânia senti dificuldades”, relembra Pe. João Otávio. Diante de barreiras assim, muito fraquejam e desistem, mas aqueles que têm fé, são vocacionados e persistem seguem adiante. “Somente quando se tem vocação Deus dá forças e aponta os caminhos. A graça de Deus é bem maior do que as limitações. Eu acreditei na voz de Deus e segui. Aqui estou”, afirma o líder católico.

O bate-papo, na verdade, troca de mensagens via aplicativo, enveredou pelo fato de que nos últimos 30 anos o mundo experimentou fortes mudanças, passou por grandes transformações tecnológicas, comportamentais, e como o Padre entende o papel da religião, da fé, nos dias atuais, fiquei curioso em saber. “A religião nos dias atuais, com o desenvolvimento tecnológico é considerada de segunda categoria. Para a ciência tem pouco valor ou é descartada”, pontuou o sacerdote.

No mundo dito moderno as prioridades são outras bem diferentes do comprometimento com o bem-estar social, com princípios feito a solidariedade e menos individualismo. “Gosto de ler os documentos e escutar o Papa Francisco criticando o secularismo; o racionalismo; a insensibilidade do homem moderno. Aquilo que uma religião ensina como ética, moral, as estruturas como o Capitalismo, o secularismo, desconhecem porque o que interessa para o mundo moderno é o conforto, ajuntar muito dinheiro e bens materiais e não o amor a Deus e ao próximo”, analisa o padre.

E a realidade incomoda sim, porque é fácil notar o desvio de comportamento, a valorização das ações de quem é mais “esperto” na conduta marcada pelo individualismo. “O egoísmo, a ambição, a esperteza nos negócios se tornaram normais quando vemos só no Brasil mais de 14 milhões de desempregados e milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza. A pior injustiça é ver famílias sem trabalho; sem educação de qualidade; sem o direito de ir e vir e sem os direitos básicos alcançados enquanto uma minoria goza de uma vida confortável e até esbanjadora”, raciocina o padre.

Agora, neste contexto, a religião acaba tendo um papel importante de despertar a consciência das pessoas, chamando a atenção para a diferente entre a realidade vivida e o que dizem as escrituras. “A religião tem essa missão de alertar e ajudar as pessoas a perceber a vida tal como ela é a luz da Palavra de Deus cumprindo as virtudes da partilha dos dons e bens e se desapegando dos vícios da ambição e da falta de humanidade”, informa o sacerdote. E como neste domingo a liturgia celebra a Sagrada Família, vale a pena observar o significado dos ensinamentos emanados daquele núcleo familiar. “Hoje celebramos a Família de Nazaré, Jesus, Maria e José. Devemos seguir os exemplos dessa família. Da humildade, da obediência a Deus e da prática da Justiça”, comenta Padre João Otávio.

E com isso deixamos nossos cumprimento ao Padre João pelos seus 33 anos de sacerdócio, rogando ao Divino Pai Eterno que o continue abençoando em sua missão evangelizadora, levando a Palavra a todo povo, de forma simples, direta, com humildade e carinho. É isso aí!


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