O secretariado do prefeito Marden Júnior
Equipe com auxiliares egressos da gestão Jânio Darrot, Casa Civil poderosa e gente nova no comando da máquina pública municipal
Primeiro escalão da Prefeitura de Trindade (Foto: Divulgação) |
Vários conhecidos meus têm me perguntado sobre a minha opinião a respeito do secretariado empossado pelo prefeito Marden Júnior (Patriota), no último sábado (2), na Prefeitura de Trindade, em tese, para tocar a administração pelos próximos quatro anos. É que sempre alguém pode resolver sair antes ou até mesmo ser convidado a deixar o posto, se é que me faço entender. Opinião e nariz, toda pessoa tem os seus, né? Pois é, então aí vai o que pensa esse que vos tecla algumas palavras neste modesto espaço.
A impressão que se tem é a de que os 20 nomeados nas 13 secretarias, quatro agências, a presidente do TrindadePrev, o Procurador-Geral e o Controlador-Geral representam uma certa continuidade da gestão do ex-prefeito Jânio Darrot, um tucano de alma patriota, fiador político do prefeito Marden Júnior. Politicamente falando, não se tem ali grandes nomes; tecnicamente, há aqueles que estiveram no poder desde janeiro de 2013 até dezembro de 2020, nas gestões Jânio Darrot e ganharam sobrevida com Marden Júnior, que devem segurar o ritmo de funcionamento da máquina municipal.
No grupo dos que vieram da gestão passada estão Sérgio Ferreira de Freitas (procurador-geral); Fabrício Alves Tomaz (controlador-geral); Gercilene Branca (da Saúde para a Casa Civil); Léucio Rodrigues da Mata, Cequin (Desenvolvimento da Região Leste); Gustavo Luiz de Queiróz (da Comunicação para a Indústria e Comércio), Roberto Ibrahim Brihi Badur (da Habitação, para o Meio Ambiente); Warley Lopes Vieira (Agência de Turismo, Cultura e Eventos), Gerúsia de Paiva Ferreira (da Assistência Social para a Agência de Trabalho e Geração de Emprego); Esmeraldo da Silva Filho (da Indústria e Comércio para a Agência de Agricultura e Abastecimento) e Edmar Antônio Alves, Coquinho (Infraestrutura).
A presença de seis mulheres em postos importantes no primeiro escalão da Prefeitura é um aspecto positivo. E vale considerar que a pasta mais importante na atual configuração da estrutura administrativa da Prefeitura, a Casa Civil, tem à frente Gercilene Ferreira Branca, ex-secretária da Saúde, alguém muito experiente na estrutura de poder. O TrindadePrev é o poderoso Instituto de Previdência dos servidores que tem em caixa algo em torno de R$ 47 milhões de reais, segundo prestação de contas do ex-prefeito Jânio Darrot, igual está sob a gestão de uma mulher, Maria Alves de Mendonça.
Ah, sim! Tem muitos jovens na equipe, gente com pouca rodagem nisso de exercer cargos que a só tempo demandam conhecimento técnico-administrativo e o tal do jogo de cintura para se desempenhar o papel de líder das respectivas equipes e fazer a coisa funcionar bem. Muito bem, aí veremos como se dará nos próximos meses. Por agora, convém se dar tempo para que cada um bote a mão na massa e apresente os bons resultados que se espera dos novos gestores. Na prova dos nove eles até podem contrariar o público, menos o chefe de todos eles, o prefeito, quem nomeia e exonera.
Ia me esquecendo de fazer uma referência à escolha de parentes do prefeito para compor o time do primeiro escalão. Seria bom que não fosse assim, mas essa prática não foi inventada agora e o grande público parece se importar nada com isso. De mais a mais, os políticos em geral entendem a vitória nas urnas como um cheque em branco que o eleitorado lhes conferem de tempos em tempos e usam este crédito de confiança como bem lhes interessam. Vale notar que o prefeito Jânio Darrot teve dois mandatos e nas equipes haviam amigos próximos, compadres e parentes, o que não o impediu de, como se diz em política, “fazer o seu sucessor”, nas eleições do ano passado.
O prefeito Marden Júnior iniciou o seu mandato tendo no primeiro escalão a irmã, Gabriela Assis (Assistência Social), a prima Tayná Galindo (Habitação), o cunhado Juliano dos Reis (Agência de Segurança) e a tia Maria Alves (TrindadePrev). Se a gestão como um todo for bem, a tendência é a de que as possíveis críticas sejam suaves, igualzinho aconteceu na era Jânio Darrot quando se falava dos compadres na administração, que terminou por não atrapalhar o alcance da retumbante vitória eleitoral. Convém pontuar que o prefeito Marden Júnior, em campanha, anunciou que faria um governo de continuidade, e deve estar pensando em trilhar por semelhantes caminhos traçados pelo seu antecessor e padrinho político. Logo, é preciso dar tempo ao tempo.
HipertrofiaNo
novo modelo de gestão trazido pela tal da reforma administrativa
aprovado a toque de caixa, pelos vereadores da “Capital da Fé”,
no dia 23 de dezembro passado, foi criada a secretaria da Casa Civil,
Planejamento e Gestão, confiada aos cuidados de Gercilene Branca,
que na passagem pela Saúde demonstrou personalidade forte, combinada
com um estilo de gestão que não costuma fazer concessões aos
pedidos de políticos.
Basta uma olhadela na lei que criou a Casa Civil para se notar que o órgão nasceu com hipertrofia administrativa (existe isso, será?), tendo dentre as suas atividades principais “outras funções como o controle de gastos e promoção da transparência da gestão”. E tem mais ainda, o titular da Casa Civil tem a incumbência de promover o “gerenciamento de processos importantes, como a gestão dos fundos, da captação de recursos, da frota, dos recursos humanos, tecnológicos e materiais”. Isso, na prática, torna o titular da pasta o cara da administração, só perdendo importância diante do prefeito, é claro.
Geralmente, tanto poder, de acordo com a descrição acima, atribuído a um gestor na estrutura administrativa de qualquer corporação, pode ser causa de, no mínimo, problemas de relacionamento entre os integrantes da equipe. Estamos falando sobre administração pública, a respeito de política, um terreno em que o poder está sempre em disputa. E político é um ser ciumento toda vida. Além do mais, os poderes dos outros membros do secretariado acabam sendo esvaziados. Vai funcionar bem na Prefeitura de Trindade? Uai, vamos esperar e ver o resultado.
A
saberTemos
os novatos como o advogado Geraldo Oliveira Alves (Governo) numa
pasta que normalmente cuida da interlocução da administração com
os políticos em geral. Como se sairá nessa função que
exige habilidade em negociações e paciência pois lidar com
demandas políticas nunca coisa fácil,
em breve saberemos.
Outros secretários, casos de Lhinicker D’Ozário Oliveira (Fazenda) e Tayná Galindo (Habitação) já trabalham um certo tempo no Centro Administrativo Municipal e devem pegar logo o jeito da coisa toda (liderar esquipes e botar o serviço para acontecer) sem grandes dificuldades. O médico Rogério Taveira Miguel (Saúde) é outro nome da equipe que tem experiência, pois já esteve na mesma pasta, na gestão do prefeito Ricardo Fortunato (MDB), vale lembrar.
Por outro lado, se tem gente nova mesmo, casos do Luiz Felipe Amorim (Serviços Públicos), Gabriela Alves de Assis (Assistência Social), Sérgio Sanches de Oliveira (Educação), Luana Cristina Vieira Martins (Esporte e Juventude), Juliano dos Reis (Agência de Segurança Pública e Patrimonial) e Maria Alves de Mendonça (TrindadePrev), cujo desempenho é objeto de curiosidade de quem acompanha a política local e o funcionamento dos órgãos municipais. E todos, evidentemente, merecem o voto de confiança e a torcida para que trabalhem bem. Vejamos. Aguardemos. Por agora é isso e mais não digo nem me foi perguntado.
Post atualizado às 12:03h, desta quarta-feira (6), para incluir o médico Rogério Taveira Miguel (Saúde), entre os nomes já experientes em gestão pública.
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