“Eu
tô voltando para casa”, avisa o deputado trindadense
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Dep. Amauri Ribeiro: "Voltando para casa". (Fotos: Léo Santos) |
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– O senhor entrou agora no terceiro ano do seu primeiro mandato de
deputado, como o senhor avalia isso? O senhor está satisfeito com o
trabalho que está sendo possível realizar?
Amauri
Ribeiro – Infelizmente, os andamentos dos trabalhos foram
interrompidos com essa pandemia. Hoje as nossas sessões são todas
sessões pela internet, on-line, isso, é claro, que dificulta um
pouco os trabalhos, as visitas e reuniões que nós fazíamos nos
municípios, tivemos que resumir ao quantitativo de pessoas, então
querendo ou não, isso atrapalha e muito, mas os nossos projetos
estão sendo votados. Nós temos projetos importantes que
beneficiaram muita gente, projetos que beneficiaram a indústria de
embutidos, o passaporte equestre, a criação de aves Mura e tantos
outros projetos que estão em andamento na Casa. Sim, eu acredito que
numa visão ampla, foi bom esses três primeiros anos.
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– Dá uma vontade de tentar outro mandato?
Amauri
Ribeiro – É porque não é concluso. Eu acho que a gente tem
vontade de fazer tanta coisa e não consegue fazer de uma vez só. Eu
nunca defini a minha vida política na sequência, eu nunca quis ser
vereador, eu nunca planejei ser prefeito, eu nunca planejei ser
deputado. Então, eu sempre deixei minha vida seguir nas mãos de
Deus. Eu acredito que o que Deus nos proporcionar será. Mas, sim, eu
tenho vontade de ir à reeleição para deputado.
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– O seu perfil parece muito de alguém do Executivo e por isso a
pergunta. Na atividade parlamentar, o que está chamando mais sua
atenção, motivando mais?
Amauri
Ribeiro – É poder ajudar. Como deputado tantos projetos que
nós já aprovamos na Assembleia. Nós conseguimos, só nesse projeto
que nós fizemos da indústria, que beneficiou e muito a indústria
de embutidos, foram 300 empresas beneficiadas, que estavam fechando
as portas. Mas de 3 mil empregos foram assegurados com um simples
projeto. É o que nos motiva é isso. Nós conseguimos ajudar
pessoas, os criadores de aves Muras são em torno de 6 mil criadores
no estado, que tinham uma grande dificuldade com essa criação.
Então, tudo faz parte de um projeto onde se ajuda e se beneficiam as
pessoas. É claro que o meu perfil de executivo eu carrego, eu gosto
de fazer acontecer, de ver acontecer e, infelizmente, o Legislativo
não tem esse poder. Eu dependo do governo do estado, dos meus
projetos, eu dependo de secretários para que as coisas aconteçam e
como numa cadeira do executivo a caneta é minha. Então como
prefeito eu fazia acontecer, como legislador eu dependo muito aí do
governo do estado para que a coisa aconteça.
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– Numa avaliação ampla, a gente percebe que a atividade
parlamentar no Brasil tem perdido importância, de um modo geral. Nos
três níveis, municípios, estados e União. A que o senhor pensa
que isso acontece e, primeiramente, essa visão corresponde à
realidade que o senhor enxerga?
Amauri
Ribeiro – A visão do
Legislativo é complicada pelo que a gente vê acontecer aí, de
vereadores, de deputados, senadores que não fazem por onde, que não
fazem a coisa acontecer e tantos escândalos que nós vimos aí nesse
meio. A população perdeu a fé e a esperança com o político
brasileiro e não é só no Legislativo, no Executivo também. Mas eu
acredito que nós temos aí uma nova geração de políticos que está
trazendo outra realidade. Eu fui eleito não pelo dinheiro, eu fui
eleito através das redes sociais e tantos outros também foram, com
ideais. Então eu acredito que nos próximos anos essa mudança será
maior, nós teremos muitos outros deputados, senadores e gestores
públicos no Executivo que foram eleitos pela vontade do povo, não
pelo dinheiro da compra do voto.
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"Tenho vontade aí de expandir para Trindade a minha vida política" |
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– E na vida partidária, como está? Satisfeito também no
Patriota?
Amauri
Ribeiro – O meu partido era o PRP. Então com a união do
Patriota e PRP ficou o Patriota. Sim, eu tenho livre acesso no
Patriota, eu nunca fui pressionado a apoiar ou deixar de apoiar
alguém que eu não concordasse. Então, eu tenho esse livre acesso e
agora com essa possível vinda do presidente Jair Bolsonaro para o
Patriota, eu acredito que, se isso acontecer, nós teremos aí
fortalecido em todo país.
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– O senhor torce por isso?
Amauri
Ribeiro – Claro.
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– Trabalha por isso?
Amauri
Ribeiro – Sou Jair Messias Bolsonaro, eu sou Brasil acima de
tudo.
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– E a política trindadense? Nos últimos meses, a gente tem
observado sua maior movimentação aqui em Trindade pela política.
Também circula uma conversa que o senhor estaria até comprando
imóvel aqui, e isso é o quê, pensando em morar aqui novamente? O
senhor saiu daqui tinha 10 anos de idade, que eu li em sua biografia.
Vontade de voltar ou não?
Amauri
Ribeiro – Eu tô voltando para casa. Você já ouviu aquela
música, “eu tô voltando para casa”?
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– O bom filho a casa torna?
Amauri
Ribeiro – Eu tenho uma ligação muito grande com Piracanjuba,
mas eu tenho que buscar mais amplitude na vida política. E como
tantos outros aí, Marconi Perillo (Palmeiras de Goiás), Maguito
Vilela, de Jataí, Iris Rezende, de Cristianópolis, Ronaldo Caiado,
de Anápolis, assim buscaram outros caminhos e eu também preciso, eu
não posso ficar preso só a Piracanjuba e o campo de Trindade, é
minha cidade natal, é muito maior. Minha família mora aqui, mãe,
irmãos, então eu tenho uma ligação muito grande com Trindade e
fui extremamente bem votado aqui. É claro que eu tenho vontade aí
de expandir para Trindade a minha vida política e vamos ver o quê
que Deus tem para nós na frente. Eu e o prefeito de Trindade, hoje
estava visitando ele, Marden Júnior, somos do Patriota e, quem sabe
no futuro, uma decisão nossa mude os rumos da nossa política.
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– Aliás, o Patriota em Trindade não era nada e, de repente, tem o
prefeito, o presidente da Câmara, um deputado…
Amauri
Ribeiro – Então é, eu acredito muito em Deus. Então eu
acredito o que Deus escrever, vai acontecer. Vamos ver o quê que Ele
tem para nós. Se o meu futuro político estiver ligado à Trindade,
que assim seja.
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– Já tem imóvel em vista?
Amauri
Ribeiro – Não, minha mãe mora aqui. Então, sempre que eu
venho, fico aqui com ela e por enquanto não, não tem nada. Pelo
menos, por enquanto… Eu olhei umas casas para comprar, mas ainda
não comprei. Só tenho a vontade, está faltando só o dinheiro.
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– Mas o
senhor
é um cara determinado.
Amauri
Ribeiro – Sou, sou. Então, eu sou um cara determinado e
abençoado. Tudo o que eu projetei na minha vida, eu alcancei.
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– A gente pode esperar um relacionamento, digamos, já para agora
2022? A gente pensa também que o ex-prefeito Jânio Darrot, que é
do PSDB, mas tem uma alma patriota que é fantástica, então que
vocês possam estar todos juntos no mesmo grupo?
Amauri
Ribeiro – Já ouvi esse boato do ex-prefeito Jânio vir para o
Patriota. É meu companheiro, meu parceiro. Durante a sua gestão
como prefeito aqui, mesmo eu sendo Patriota e ele PSDB, nós tínhamos
uma boa convivência e sempre mantivemos um bom diálogo. Eu tenho
por ele uma grande admiração, um grande respeito e foi um dos
melhores prefeitos que Trindade já teve, com certeza.
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– Daria para espelhar nele e falar vou superar esse rapaz?
Amauri
Ribeiro – Ah, ele pode ter certeza, se um dia, se um dia, isso
acontecer, vamos né? Tem Marden Júnior aí que possivelmente, se
for para uma possível reeleição e eu respeito muito isso, é meu
companheiro, mas se um dia acontecer, é claro que um dos meus
espelhos será ele [Jânio Darrot].
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Amauri Ribeiro: "Tá dado o recado virou o meu bordão". |
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– Aliás, fato curioso, quando você foi prefeito em Piracanjuba,
estava bem avaliado e mesmo assim não quis ir à reeleição. Você
é contra reeleição?
Amauri
Ribeiro – Não, eu não sou contra a reeleição, mas eu vim de
um mandato de quatro anos muito exaustivo. Peguei uma cidade
destruída, arrebentada, e passei muita dificuldade financeira.
Então, foram quatro anos muito difíceis e eu achei que eu já tinha
cumprido o meu papel com a minha cidade, mesmo tendo 83% de intenção
de voto na época, eu não quis ir à reeleição, eu queria me
afastar da política.
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– E por que pensou assim agora eu vou me candidatar a deputado,
porque a tarefa eu imagino que seja mais custosa ainda?
Amauri
Ribeiro – Quando eu saí e falei que eu não mexeria mais com
política causou um grande espanto em todos da região. Como que um
cara que… Me chamaram de louco duas vezes. Quando eu entrei e não
tinha a mínima possibilidade de ganhar uma eleição e ganhei; e
quando eu saí e tinha uma (re)eleição ganha e eu não quis. Então
eu fui convidado em várias rádios para dar entrevista e falar,
tanto da minha eleição a prefeito e da minha não reeleição, de
não querer a reeleição. E quando ia nessas cidades o que as
pessoas ligavam, estavam cobrando é que eu fosse, saísse, candidato
a deputado estadual e essa cobrança se espalhou por todo o estado
nas minhas redes sociais. Eu tive sempre uma rede social muito
extensa e aí começou essa cobrança. Aí acredito mais uma vez que
era vontade de Deus e nós saímos, sem dinheiro, sem estrutura e
vencemos uma eleição aí com a ajuda da população que acreditou.
A minha eleição, foi como a eleição do Jair Messias Bolsonaro,
foi uma eleição feita através das redes sociais.
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– Custou pouco em dinheiro?
Amauri
Ribeiro – Pouquíssimo. Te garanto que foi uma das mais baratas
do estado.
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– Bom, então a gente pode dizer que “tá dado o recado?”
Amauri
Ribeiro – Tá dado o recado.
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– Como o senhor passou a usar esse bordão? Foi um clique ou um
marqueteiro?
Amauri
Ribeiro – Foi um clique. Eu nunca tive marqueteiro. As minhas
campanhas para vereador, para prefeito e para deputado, sempre fui eu
que coordenei, nunca tive marqueteiro. Foi uma brincadeira. Eu falei
isso, tá dado o recado, e a coisa, alguém gostou da ideia, eu não
lembro quem, aí eu comecei a usar essa fala e ela virou o meu
bordão, “tá dado o recado”.
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