Padre Reginaldo Manzotti ensina 10 passos para vivenciar a Quaresma
Neste mês, em 17 de fevereiro, com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, iniciaremos mais um Tempo Santo de Quaresma. Tempo de renovação espiritual, uma espécie de retiro estruturado no tripé: oração, jejum e caridade
Padre Reginaldo Manzotti. (Foto: Reprodução) |
Por isso, Padre Reginaldo Manzotti nos mostra 10 passos para vivenciar a Quaresma por completo.
1. Quarta-Feira de Cinzas: marca o início da Quaresma. Recebemos as Cinzas em sinal de penitência, de conversão e humildade. Ao recebermos a Imposição das Cinzas, lembra-nos da nossa condição humana, frágil, pecadora e passageira. A cinza, recorda-nos nossa origem e nossa finitude: “até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3,19).
O gesto da Imposição das Cinzas é um gesto externo, mas deve ser fruto de uma vontade interna de mudança e conversão. As cinzas são dos ramos bentos no Domingo de Ramos do ano anterior e cada pessoa, ao recebê-las, deve ter em seu coração a vontade de se voltar para Deus e se deixar reconciliar com Ele. É muito forte! Não é abrir o coração, é rasgar o coração. É dizer: “Senhor eu não sou nada. Eu rasgo meu coração e me derramo na Vossa presença. Eu rasgo meu coração e tiro todas as resistências à minha conversão”.
2. Calendário quaresmal: Faça um calendário, isso ajudará você a focar na progressão da Quaresma e é um bom lembrete para ver os dias passando, chegando cada dia mais perto da ressurreição de Jesus. A Quaresma inicia-se com a Quarta-feira de Cinzas e se estende até a Quinta-feira Santa. A missa vespertina da Ceia do Senhor, abre o Tríduo Pascal. Deixe o calendário em uma área comum de sua casa. Todos os dias, faça um X no calendário. Como você se sente com a proximidade da Páscoa? Os seus sacrifícios estão se tornando mais ou menos difíceis de manter?
3. Sinais e liturgias: Observe os sinais externos que a própria Igreja nos dá. Atente para a cor roxa com a qual os sacerdotes se vestem e pode estar presente nos detalhes das toalhas do altar e ambão da Palavra. O presbítero nesse período fica despojado de flores, demonstrando a sobriedade que o tempo exige.
Não se canta o “Glória” e “Aleluia” nas Celebrações Eucarísticas desse Tempo Litúrgico, que voltaram a ser entoados com grande jubilo no Sábado Santo. Fique atento a liturgia da Palavra que, nos cinco Domingos da Quaresma do ano A, propicia um mergulho profundo nas águas do batismo, e da vida em Cristo. No ano B a reflexão é mais Cristocêntria, e no ano C mais penitencial. Perceba que sempre o primeiro Domingo do Tempo Quaresmal, independente do ano litúrgico em curso, reflete sempre sobre as tentações de Cristo e nos ensina a combater nossos próprios demônios. E, o segundo revela a glória de Cristo e a voz do Pai que nos manda escutar o que Ele diz.
4. Exercício penitências: A Via-Sacra como exercício penitencial, rezada todas as sextas-feiras do Tempo Quaresmal nos faz percorrer com Cristo, Sua Via Crúcis, meditando o Seu amor e Sua obediência ao Pai até as últimas consequenciais. Olhe para a Santa Cruz através da qual Cristo redimiu e salvou toda a humanidade. Intensifique as obras da penitência quaresmal: o jejum, a oração e a caridade.
5. Jejum: O jejum e a abstinência são obrigatórios na Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor, para pessoas que possuem entre 18 e 59 anos completos. Nesses dois dias o jejum prescrito se refere a alimentação. Outras mortificações e penitências durante o tempo quaresmal também são de grande valia, pode ser escolhido como esse tipo de sacrifício, por exemplo, abster-se do cigarro, da internet, etc.
6. Oração: Tenho insistido muito na oração como caminho de união de vida com Deus. A oração transfigura, a oração transcende, a oração muda, a oração converte, a oração verdadeira nos impulsiona. Na Quaresma a oração é aliada ao jejum, que é proposto como forma de sacrifício e de educar-se, privando-se de algo e revertendo em serviço à caridade.
7. Caridade: A esmola é a prática da caridade fraterna. E não se trata apenas de dinheiro, mas de praticar as obras de misericórdia espirituais e corporais, doando-se e relacionando-se com o próximo, nos preparando para celebrar dignamente os mistérios da morte e ressurreição de Jesus Cristo.
8. Tenha humildade e tenha empatia: Acredito que todos nós exercitamos e reforçamos muito nossos valores durante a pandemia. Mas, durante a Quaresma, faça um novo exercício de humildade. Tenha consciência das próprias limitações e acima de tudo, seja empático. Sabe aquela regra de ouro de Jesus: “Faça aos outros o que gostaria que fizessem a você”? (cf. Mt 7,12). É bastante válida para exemplificar a empatia.
9. Reflexão: Medite a Palavra de Deus. A Liturgia desse tempo, especialmente os Evangelhos nos preparam para a grande celebração da Páscoa, pelo mistério da Salvação, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
10. Reconciliação: Acima de tudo é tempo de perdoar as injustiças, as afrontas e esquecer as injúrias. Tempo de combate espiritual. Tempo de jejum medicinal. Tempo de caridade reconciliadora. Portanto, a Quaresma é por excelência o tempo propício à conversão e reconciliação com Deus. Importante sempre, o Sacramento da Reconciliação tem um apelo muito forte neste tempo, convidando-nos a fazer a experiência da misericórdia divina através do perdão.
Ainda vivemos os efeitos da pandemia, mais que nunca devemos aproveitar o Tempo de Quaresma. Exercitemos a oração, a escuta da Palavra de Deus, a caridade. Busquemos a reconciliação com Deus e com os irmãos, assim poderemos celebrar adequadamente o centro da nossa fé, a Ressurreição de Jesus, na grande Solenidade Pascal.
Carina Basso e Izadorah Palhares da Assessoria de imprensa Padre Reginaldo Manzotti
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