5 conselhos de um músico independente para o outro

A música não é uma profissão inalcançável, uma atividade apenas para os “escolhidos”

Gustavo Fofão, músico independente. (Foto: Divulgação)



Verdade seja dita: a ideia de viver de música no Brasil parece uma utopia, mas não é! O próprio mercada não deixa mentir, afinal, de acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) artistas ligados à gravadoras e selos independentes e autoproduzidos representam 53,5% do TOP 200 do Spotify, durante 2020.

É importante tirarmos a música como uma profissão deste lugar distante, inalcançável e para os “escolhidos”. Por este motivo, com a bagagem de 15 anos de carreira e após lançar meu primeiro EP, True North, colhi alguns aprendizados sobre carreira de músico independente e transformei em 5 conselhos sinceros para outros artistas que almejam seguir o caminho da música:

1. Música é arte, mas também é negócio: um dos principais desafios que os artistas independentes enfrentam é a organização e gestão da própria carreira. Assim como empreender em qualquer outra área, a carreira de artista auto produzido exige do profissional algumas capacitações específicas que vão além do desenvolvimento essencial da arte, como administrar jurídica e financeiramente sua própria carreira e composições, ações básicas de marketing e comunicação para autopromoção.

2. Crescimento do digital: a indústria da música foi uma das mais afetadas durante a pandemia pela inviabilidade de shows, mas por outro lado, houve um crescimento exponencial no consumo digital de música. Essa onda de crescimento vem se formando desde que as plataformas de streaming se estabeleceram no Brasil, mas a pandemia impulsionou esse movimento. É importante que um músico independente entenda como usar os streamings e o digital como trampolim para a divulgação e monetização do próprio trabalho e essa tarefa começa pelo estudo do funcionamento das distribuições, direitos autorais e as plataformas digitais. Fica ligado!

3. Rede social é arroz com feijão: dominar as redes sociais é o básico do básico para seguir uma carreira na indústria da música. Elas desempenham um papel fundamental de aproximar o artista independente com o público que se interessa por sua criação, além disso, essas plataformas também são muito funcionais para despertar atenção e interesse público em suas produções. Este ano, quando lancei meu primeiro EP, o True North, o trabalho que fiz de pré-divulgação no Instagram e YouTube foi fundamental para gerar o buzz e procura nas plataformas digitais.

4. A música além da música: uma nova composição nasce de um processo totalmente artístico. Depois que ela ganha vida é fundamental que seja apresentada ao mundo com a mesma dose de criatividade que foi transformada em música, por este motivo o pós-produção também é fundamental para um resultado impactante. Porém é preciso ir além. Crie materiais que apoiem a música na missão de tocar quem está do outro lado do fone de ouvido. Este ano, no pré-lançamento de True North produzimos o True North.doc, um mini documentário que compartilho o processo criativo da produção do EP de música instrumental. Ao longo dos episódios, o ouvite conhece um pouco sobre os bastidores da produção musical e técnica que aconteceram para tirar da gaveta True North.

5. Encontre o seu lugar artístico: com os avanços tecnológicos ficou mais fácil e mais barato produzir e distribuir música, mas para uma carreira promissora é preciso entender qual é o seu lugar artístico, afinal existe uma versatilidade e diversidade de trabalhos possíveis para um músico. Eu, por exemplo, me encontrei no gênero instrumental e nas composições em violão fingerstyle. A música é plural e heterogênea, por este motivo é fundamental que se saiba qual é o lugar que deseja ocupar, afinal o setor independente está em contínua expansão, mas não dá para crescer quando não se sabe o lugar que deseja ocupar! Encontrar o seu lugar dentro de tanta diversidade é o que vai segurar as pontas da sua carreira artística.


Gustavo Fofão é músico multi-instrumentista brasileiro, caminha pelos gêneros instrumental, celta/irish, folk e blues, com destaque para as composições em violão fingerstyle e no seu percurso como integrante da banda Taverna. Ao longo de sua trajetória, tornou-se referência no violão aço no Brasil como compositor e intérprete e o envolvimento com o instrumento possibilitou diversas experiências dentro e fora do país, passando pela Croácia, Alemanha, Estados Unidos e Canadá. Gustavo Fofão é apaixonado por acolher: histórias, memórias, sentimentos, sonhos, paisagens, pessoas. Sua música reflete esse acolhimento e sensibilidade em forma de sons. Assista ao minidoc aqui e ouça True North aqui. (Material enviado pela Thamiris Rezende da HUG Comunicação)


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