Discutir a Festa de Trindade é uma necessidade

Muita gente, comida e bebida comercializadas e consumidas nas ruas centrais que não têm banheiros suficientes: ruas se tornam banheiro a céu aberto

Rua com enxurrada de xixi. (Foto/Vídeo: Reprodução)


Terminada a Romaria 2022 do Divino Pai Eterno em Trindade, no Domingo (03/7), talvez fosse de bom tom que integrantes de órgãos da Prefeitura, em conjunto com membros das entidades representativas da sociedade local, principalmente aquelas ligadas ao setor produtivo, comércio, indústria e setor de serviços, abrissem um canal de comunicação para avaliar o evento, em busca de se melhorar a atual forma, sobretudo o aspecto, vá lá, profano e mercantil da Festa de Trindade.

A prática da venda de autorização para a ocupação de espaços físicos da região central da cidade por vendedores, calçadas interditadas transformadas em estacionamentos e tudo o mais que faz parte do evento estão a merecer uma boa, franca e objetiva conversa. E tempo já, diga-se de passagem. Veja outro aspecto importante, o da limpeza urbana, que tem a ver também com saúde pública, não é verdade?

Há ruas com pontos transformados em banheiros a céu aberto no período dos festejos. E para piorar mais ainda, nos locais onde as barracas permanecem em atividades por mais tempo fica difícil, para não dizer impossível, lavar ruas sujas com xixi e fezes humanas, não raras vezes. Coletar lixo sólido os trabalhadores vão dando um jeito, mas os excrementos citados aí, só lavando para se dar um jeito na situação horrível.

Este blog recebeu queixas de moradores de ruas centrais da cidade, por onde acontecem muitas atividades festivas, mostrando uma realidade terrível em que gente demais, junta e reunida, com bebidas à vontade (para quem está com "dindin" para pagar por isso, é claro), cerveja por todo lado, banheiros de menos, muito, mas muito, e bota muito nisso, menos, não tem jeito. Clique no vídeo abaixo para você ter uma ideia do drama de muitos moradores da “Capital da Fé”, em tempo da “Festrindade”.


Um exemplo bem encontradiço nos dez dias de festa. O camarada se enche de cerveja, “a natureza chama”, aí a criatura vai se aliviar onde lhe der na telha mesmo. Coisa horrível. Eis uma coisa que não é necessário fazer curso de especialização em nada para saber que vai dar ruim ter multidões bebendo e comendo à vontade num lugar em que, na prática, a quantidade de banheiros tem sido inversamente proporcional à quantidade de pessoas. Se a cidade entende que vale a pena autorizar quem estiver disposto a pagar as taxas à Prefeitura para vender bebida e comida na região central onde a festa de fato acontece, devia, no mínimo, ofertar banheiros suficientes às pessoas, mas qual o quê!

Certamente, há outros temas relacionados à Festa de Trindade que estão a merecer uma discussão melhor na cidade, inclusive e principalmente, para se garantir uma melhor acolhida aos romeiros nativos e os visitantes, garantindo qualidade de vida, concomitantemente, aos moradores do local. Mas vou logo dizendo que não boto muita fé em que isso, uma conversa nesse nível, venha a acontecer. Tomara que esteja enganado… Divino Pai Eterno, olhai por nós!


Comentários

Anônimo disse…
Bastante oportuno vossa observação meu intrépido blogueiro, a última e grande intervenção nessa festa fui no mandato do Dr. George, já se vão 20 anos e nada mudou de lá prá cá a não ser a multidão.
Anônimo disse…
Realmente, quando se fez a troca das barracas de folhas de coqueiro para as tendas, né? De lá para cá a coisa permanece do mesmo jeito. O centro da cidade vira uma bagunça total por mais de dez dias, como se isso fosse algo normal. As autoridades falam sobre números de visitantes à cidade sem mencionar critérios técnicos para se chegar aos alegados "milhões" do romeiros. Parece ser chute mesmo. Tem que melhorar muito ainda. A gente pensa, mas...