Servidores comissionados, cabos eleitorais

O contribuinte paga os fundos partidário e eleitoral, também as contas salariais com servidores comissionados, ou seja, a campanha fica por conta do pagador de impostos



Divino Pai Eterno! Como os políticos estão sempre doidos por dinheiro público, criatura do céu! Os próprios criaram fundo partidário, grana da Viúva que irriga os 32 partidos brasileiros, custeando-lhes todas as despesas, inclusive vez por outra pinta notícia de desvios de finalidade no uso do ervanário dos tributos cobrados aos “brasileiros e brasileiras”. Os excelentíssimos também engendraram um tal de fundo eleitoral que, para 2022 é do tamanho de formidáveis R$ 4,9 bilhões!, com o qual as mais de 30 agremiações partidárias pagas as bilionárias contas de campanha em época de "pedição" de votos. Não satisfeitos, os caras, quando no poder, contratam trabalhadores em cargos comissionados e com eles vão formando exércitos de cabos eleitorais agentes fundamentais nas disputas como as atuais em curso cuja votação acontecerá no dia 2 de outubro. Esse pessoal engrossa o caldo em reuniões, têm participação crucial em bandeiraços, adesivaços, carreatas, enfim, faz a campanha de fato acontecer. Só que aí as condições de disputa se tornam perversamente desiguais, né? Quem se candidata sem um apoio desse batalhão de “apoiadores” larga em desvantagem e se vê às voltas com enormes dificuldades ao longo de todo o processo eleitoral até o dia da votação. Vale lembrar, o favoritismo fica quase sempre com as candidaturas apadrinhadas por um prefeito ou governador ou presidente da República interessado na vitória deste ou daquele. Pior de tudo é que hoje em dia se normaliza tal situação dizendo que em todo lugar os funcionários comissionados “devem seguir quem os contratou”. Só que não é bem assim, ora pois. Tais cargos de livre nomeação existem para que o contratado trabalhe no serviço público em prol da sociedade e não como mero serviçal conforme os interesses estabelecidos pelo projeto político do eventual ocupante do poder, aquele que tem as senhas poderosas com as quais se transferem dinheiro público de um lado para o outro. Quer dizer, de todo jeito que se olhe para o atual quadro político partidário, quem efetivamente paga a conta é o contribuinte, o esfolado. Ainda bem que semelhantes coisas não acontecem em Trindade. Né?

Comentários

Anônimo disse…
Falou tudo Sérgio,.verdade