Uma decisão nada fácil: candidatar-se a vereador e em qual partido

Apesar da dificuldade é bom para a política que gente nova se interesse pela disputa e participação

            Ilustração com imagem do Canva


E não é que repetiu aqui a vontade de continuar falando de política em Trindade? Pois é, assunto chato toda vida, mas a gente gosta. Fazer o quê, né não? Bora então pensar por escrito a respeito da formação de chapas de candidatos a vereador. Andemos, pois, que o tempo urge e queremos ainda curtir o ócio no restante deste domingo.

Tenho conversado com vários amigos que estão considerando a sério a possibilidade de se candidatar a uma das 19 vagas de vereador de Trindade, nas eleições de 5 de outubro de 2024. Acho isso interessante para a política, a disposição de gente nova entrar numa campanha eleitoral e assim verificar, dentre outras coisas, que "a teoria na prática é diferente". A começar pelo fato de que pedir voto com bolso vazio enfraquece demais a argumentação de qualquer candidato. Mas sigamos adiante.

Uma decisão difícil de se tomar é escolher o partido pelo qual disputar votos para vereador. Se a pessoa opta por uma legenda recheada de nomes conhecidos, vereadores em exercício de mandato, por exemplo, o risco de até ser bem votado, mas "morrer na praia" e ter sua votação como base para reeleger o concorrente, é um risco real. Com fugir disso? Assinar ficha de filiação numa agremiação partidária com menos gente importante pode ser uma opção, todavia não necessariamente a melhor saída. O candidato aí se arrisca a ser bem votado e, somada a votação de todos, a chapa não alcança o quociente eleitoral e dali não se tem nenhum eleito. Ou seja, muito trabalho e gasto por nada. "Trem custoso toda vida" tomar essa decisão.

Outra coisa, o sujeito resolve se candidatar por alguma legenda da base de apoio do prefeito achando que vai surfar na onda dos poderosos da ocasião, facilitando-lhe o acesso a um gabinete na Câmara Municipal. No entanto, nunca é demais ressaltar que por ali estão os vereadores que chegaram primeiro ao "ônibus" e estão sentados ao lado das janelas. Muitos têm seus indicados em cargos comissionados, têm espaço na política local, são conhecidos do grande público votante, contam com mais recursos para a campanha, enfim, são concorrentes tipo "barra-pesada". Superar adversário desse porte nem sempre é tarefa "mamão com açúcar", diga-se.

E por falar em recursos, vale se preocupar com dinheiro sim. Político não gosta muito de falar sobre o vil metal nas campanhas, mas vai disputar voto sem grana para ter material, cabos eleitorais, carros rodando e gente se movimentando no período de caça ao voto e veja só o resultado. Como diz o Letisgo, aquele cara dos vídeos engraçados na Internet, "é difiçu".

Percebeu que nem mencionamos o aspecto ideológico na escolha do partido pelo candidato? Não devia ser assim, mas na prática são poucos políticos que escolhem a legenda segundo o programa partidário, sua área de atuação. No geral, os pré-candidatos parece levar tudo em consideração menos as bandeiras e as ideias supostamente defendidas pelo partido pelo qual a pessoa pretende disputar mandato.

Um outro erro é acreditar na "conversa mole pra boi dormir" de gente que se vende como "especialista" e "liderança" com força para fazer e acontecer nas pelejas eleitorais. Quanto mais distante de figuras assim, melhor. Economiza-se tempo e dinheiro, com certeza. Na verdade, disputar eleições é uma coisa trabalhosa e custosa. Exige-se trabalho e dedicação. Não há fórmula pronta nem manual de vitória.

Quer dizer, sobretudo o novato na política e nas campanhas eleitorais, precisa ter calma e pensar muito bem antes de se lançar na corrida ao voto. A cada eleição que passa a disputa fica mais acirrada e espaço para amadorismo se restringe. Apesar disso, boa sorte a você que já se decidiu pela candidatura.
 

Comentários

Anônimo disse…
Deus que me livra desse “MAL”🙈