Professor e historiador trindadense quer recontar a história do povo africano
Jhonatan Camilo também trabalha na criação de Associação Quilombola Engenho Velho
Jhonatan Camilo, professor e historiador. (Fotos: Reprodução) |
Jhonatan Camilo, professor de História, esteve com os alunos da Escola Municipal Professor Hilarindo Estevam de Sousa, no Parque Buritis, em Goiânia, na manhã da sexta-feira (17). Na oportunidade, o historiador formado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), remanescente do Quilombo Engenho Velho, está desenvolvendo o trabalho de conscientização e letramento racial chamado "Diáspora Africana: Não somos descendentes de escravos, somos descendentes de Reis, Rainhas", falou aos alunos sobre seu trabalho.
Em post em sua conta no Instagram, o historiador informa que a atividade decorreu da “vontade de recontar a história do povo africano, povo preto no mundo, tendo em vista de que 90% da literatura e dos textos históricos que remontam à chegada ao Brasil, foram escritos por aqueles que os violentaram”, afirmou. O professor prossegue então informando que “surgiu então a necessidade de abordar esse fato histórico sob a perspectiva de quem viveu a escravização na pele. Além de recontar esse história, falar sobre o que não é contado, as riquezas, os grandes impérios africanos, como o da Etiópia e tantos outros que prosperaram por tanto tempo”.
O professor, que apresenta o podcast Prozeando com Jhonatan Camilo, nos conta que o Quilombo Engenho Velho é uma comunidade de pessoas negras remanescentes de quilombolas que viveram na região de Orizona (GO), entre os anos de 1890 e 1942, quando então a matriarca da família, dona Minervina, negra, religiosa, benzedeira, mãe de 12 filhos, mudou-se para Pires do Rio, onde viveram durante um tempo e mais tarde vieram para Trindade, na década de 1970. Nessa época, Dona Sebastiana Xavier da Cunha, filha mais velha de Minervina, assumiu as rédeas da família e sempre cuidava dos seus e de todos os que se achegavam.
Sebastiana Xavier faleceu em 18 de novembro de 2022 e diante da necessidade de se manter viva a história da família e da comunidade Engenho Velho, Jhonatan Camilo, neto de Sebastiana, decidiu liderar o projeto de criação da Associação Quilombola Engenho Velho em andamento. Vale lembrar que, no momento, está sendo aguardada a certificação pela Fundação Palmares, a fim de se dar continuidade na chamada titulação e reconhecimento da entidade com comunidade quilombola.
Comentários
Parabéns ao Sérgio Vieira também, por estar sempre oportunizando sobre temas tão relevantes para a nossa sociedade.
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