Carnaval, sua história, riquezas e encantos

A história do Carnaval remonta à Idade Média, diretamente ligada ao cristianismo, embora pesquisadores busquem traços de suas práticas em celebrações antigas de civilizações como a mesopotâmica, grega e romana

ARTIGO | Paulo Afonso Tavares é professor, historiador, jornalista e cursa ainda doutorado em História na UFG e o mestrado em Desenvolvimento e Planejamento Territorial na PUC Goiás

Até terça-feira, 13 de fevereiro, estaremos imersos na celebração do Carnaval, uma festa de renome mundial e a maior manifestação cultural do Brasil, cujas raízes remontam à Idade Média e tem forte vinculação com o cristianismo. Introduzido no Brasil durante o período colonial, o Carnaval inicialmente se caracterizou pelo entrudo, uma forma primitiva de celebração que envolvia brincadeiras populares.

Ao longo do século XX, o Carnaval brasileiro foi enriquecido por uma variedade de ritmos e danças, como o samba, o maracatu e o frevo, tornando-se símbolos da festividade. Transformou-se na principal celebração popular do país a partir da década de 1930, destacando-se os blocos de rua e os desfiles das escolas de samba como elementos centrais nas grandes cidades.

A história do Carnaval remonta à Idade Média, diretamente ligada ao cristianismo, embora pesquisadores busquem traços de suas práticas em celebrações antigas de civilizações como a mesopotâmica, grega e romana. Esses povos celebravam festas que promoviam o prazer carnal e a inversão da ordem social, conceitos que foram integrados ao Carnaval medieval. A Igreja Católica, na Alta Idade Média, instituiu a Quaresma, um período de contrição e jejum, o que condensou as celebrações carnavalescas nos meses que antecedem esse período de restrição, dando origem ao termo "carnis levale", que significa "adeus à carne".

No Brasil, o Carnaval evoluiu do entrudo, popular até o século XIX, para incluir bailes de máscara e, posteriormente, as sociedades carnavalescas que desfilavam publicamente, incorporando ritmos que refletiam a influência da cultura africana no Rio de Janeiro. O samba e os desfiles das escolas de samba, a partir da década de 1930, se tornaram fundamentais para o Carnaval brasileiro, culminando na construção do Sambódromo em 1984.

Além de ser uma expressão cultural significativa, o Carnaval tem um impacto econômico considerável, movimentando bilhões de reais e atraindo milhões de pessoas para as festas de rua, especialmente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Em Salvador, destacam-se os trios elétricos e o ritmo do axé, enquanto em Recife, o Galo da Madrugada é um dos maiores blocos de Carnaval do mundo, e o frevo e os bonecos de Olinda são marcas registradas. No Sudeste, os blocos de rua de São Paulo e Rio de Janeiro, junto aos desfiles das escolas de samba, são pontos altos da festa.

O Carnaval, que tem suas datas determinadas pelos critérios que definem a Páscoa, é um período de alegria e celebração que reflete a diversidade e riqueza cultural do Brasil.