Fim de um ciclo no PP de Trindade, início de uma nova empreitada na política trindadense
Estudamos, conversamos, numa incansável prática do diálogo com homens e mulheres que sonham com uma Trindade melhor para todos e não somente para alguns poucos privilegiados
Claud Wagner: nova empreitada política à vista. (Foto: Reprodução)
ARTIGO | CLAUD WAGNER GONÇALVES DIAS é procurador federal aposentado, ex-vereador, ex-secretário municipal de Trindade, ex-presidente da Subseção de Trindade da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
Chegamos ao encerramento de mais um ciclo de intensas atividades na política trindadense, onde tenho militância, desde a metade dos anos 70. Vem aí novas empreitadas, claro. Após décadas no Partido Progressista (PP), agremiação que presidi em várias oportunidades, inclusive estava servindo à legenda nos últimos anos na presidência local, é hora de bater em retirada. Por decisão unilateral e antidemocrática da direção estadual, diga-se. No entanto, não guardamos mágoa, só lamentamos como as coisas aconteceram, totalmente ao arrepio dos princípios éticos e democráticos, o que nos faz sentir livres e descompromissados para escolher o que for melhor para Trindade.
Ao longo dos derradeiros meses, então presidente do PP, vínhamos implementando um projeto de revitalização e sustentabilidade, que consistia em formatar uma competitiva e homogênea chapa de candidatos a vereadores, a fim de disputarmos o próximo pleito de 6 de outubro deste ano. Buscávamos formar um time composto por homens e mulheres de bons valores, mirando inclusive as eleições de 2026. Na verdade, o processo de intervenção em Trindade aconteceu em razão da Comissão Provisória estabelecer que a composição do grupo que concorreria à Câmara de Vereadores fosse composta integralmente por candidatos de nível médio, e que estes escolheriam, juntamente com a direção do partido, o postulante ao Paço municipal, vez que são eles que estariam nas ruas trabalhando não só para eles próprios, mas, também, para o candidato a prefeito.
Muito bem, foi aí que a coisa pegou, vez que a cúpula estadual liderada pelo deputado federal Adriano Avelar, e respaldada pelo presidente Alexandre Baldy, pensa e age justamente ao contrário, definindo no alto de seus cargos que os progressistas na “Capital da Fé” terão que acompanhar o atual prefeito Marden Júnior (UB) em seu projeto de reeleição, sem nenhuma discussão ou reivindicação. “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, diz o ditado. Obviamente não nos curvamos a essa exigência vinda de cima para baixo, independentemente do nome ungido, até porque, inclusive tentamos construir um projeto de apoio ao atual prefeito, sem obtermos êxito.
Lamentamos pela forma como as coisas aconteceram, mesmo porque era sim de esperar, pela amizade e lealdade, um tratamento elegante e diferenciado do deputado federal Adriano Avelar, para quem votamos e trabalhamos em dois pleitos, que desconsiderando toda essa história optou por fazer o que rotulamos de intervenção no PP no município, sem sequer nos comunicar tal decisão, preferindo vir à Trindade para negociar diretamente com o prefeito a colocação de pessoas estranhas à agremiação, sem nenhuma ligação com o partido, nos quadros da Prefeitura.
Por outro lado, entendemos que este imbróglio envolvendo o PP em Trindade, nada mais é do que um triste retrato do cenário político em vigência no país, onde os partidos têm “donos”, principalmente em nível de estado, cujos mandatários, via de regra, não aceitam eleger diretórios, preferindo nomear precariamente dirigentes municipais, por meio de Comissões Provisórias, com o intuito de estabelecer negociações de toda sorte. Assim, os núcleos partidários no interior não podem ter vontade própria. Vale lembrar que o partido, ao longo dos anos, já foi “propriedade” de inúmeros lideres de plantão, entre eles, os ex-deputados federais Roberto Balestra e Sérgio Caiado, o ex-governador de Goiás José Eliton e o atual o senador da República Wilder Morais.
Daremos continuidade à nossa vida pública, obviamente buscando espaço em outra sigla partidária que venha a aquiescer ao nosso estilo e propósitos, permitindo-nos a manutenção de elevados padrões de comportamento e independência que caracterizam nossa longeva permanência à frente do PP nessa terra à qual devotamos amor, respeito e gratidão, chamada Trindade. Vários convites foram recebidos por nós que estamos pensando em nosso grupo e, para tanto, estudamos, conversamos, numa incansável prática do diálogo com homens e mulheres que sonham com uma Trindade melhor para todos e não somente para alguns poucos privilegiados.
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