A fome grita no país dos privilégios
Nossos governantes são incapazes de enxergar os caminhos para mudar o rumo do País Samuel Hanan, engenheiro e político. (Foto: Divulgação) O líder sul-africano Nelson Mandela (1918-2013) disse, certa vez, que “democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia”. Pois o Brasil, que ainda não erradicou o analfabetismo nem é capaz de garantir o acesso universal de sua população à saúde pública de qualidade, agora convive dramaticamente com a fome. Os números são estarrecedores. Cerca de 33,1 milhões de brasileiros passam fome, segundo dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN). Em comparação com 2020, praticamente dobrou o número de pessoas no País que não têm o que comer diariamente: são 14 milhões de cidadãos a mais nessa situação, em números absolutos. O levantamento ainda mostrou que 125,2 mi